quinta-feira, 11 de setembro de 2003

11 de setembro, dois anos depois.

Dois anos depois, o pior ataque de terrorista da história ocidental continua suscitando inúmeras discussões. E, por incrível que pareça, não falta quem busque "justificativas" para o ocorrido - uma postura pseudo-esclarecida que oculta, na verdade, um anti-americanismo ignorante.

Muitos falam que foi uma "resposta" à política externa dos EUA, sempre bedelhuda. Estes esquecem que, naquele momento,

os EUA estavam visivelmente numa política de voltar-se totalmente para si mesmos: estavam reintegrando suas tropas

aos território americano e negociando a desativação de muitas bases no exterior. Do que se conclui que se "resposta" houve, foi

uma "resposta" ante à "não ação" por parte dos EUA.

Daí se deprende que os EUA têm, como ocorre a todos os líderes, uma espada sobre sua cabeça: se agir, é mal visto..se não agir também é. Como dizia a máxima: é impossível agradar a gregos e troianos.

Por outro lado, não faltam aqueles que, no calor da dicussão, perguntam por qual motivo este ataque não teve por alvo uma potência européia. Esta é fácil de responder: desde o final da II Guerra Mundial a Europa permitiu que os EUA se tornassem a "polícia do mundo", reservando para si mesma um perfil mais "humanista". Tal atitude teve um motivo bem prático,

de ordem geopolítica: os EUA estão, estrategicamente, mais longe...em outro continente. A Europa está muito

próxima aos "flancos" orientais - e, para a visão da época, era muito mais suscetível a um ataque nuclear por parte

da Rússia.

Pensemos um pouco: será que países poderosos como a França, a Alemanha e a Inglaterra, após se recuperarem da II Guerra - o que ocorreu rapidamente - permitiriam que os EUA se tornassem uma potência se isto não servisse à Europa?

Logo, a resposta é simples: a Europa não foi o alvo de um atentado nas proporções do 11 de setembro porque vem sustentando, nas últimas cinco décadas, uma política de tolerância - política esta, viável apenas porque outro país assumiu a posição de "polícia".

Provavelmente foi isto o que Bush cobrou de Blair no dia 12 de setembro de 2001 - "hora de sair da maciota, amigo". Isto explica o fato de Blair, mesmo sob pena de acabar com sua carreira política, ter comprado a briga também.

Qualquer meio-entendedor sabe olhar para um quadro destes e perceber que se trata de "briga de cachorro grande"

- e que nós, não tínhamos - como não temos até agora - nada a ganhar emitindo opiniões oficiais sobre este tema.

Muito menos para fomentar um anti-americanismo hipócrita, que só serve como plataforma

eleitoral para convencer a sempre mal-informada massa de manobra.

Às vezes, a geografia é também destino.

Ser vizinhos dos EUA nos garantiu, logo após a proclamação de nossa independência, a defesa contra a Restauração - movimento dos países europeus para retomar suas colônias no continente americano.

Depois nos impôs uma série de dependências, é verdade.

Mas jamais devemos esquecer que a roda da história gira, por vezes, em velocidade vertiginosa.

O nosso "irmão do norte" é sim bastante bedelhudo e bélico. Mas não hesitaria em vir em nossa defesa, caso

precisássemos. O que, em virtude das naturais riquezas brasileiras - e da forma insidiosa como hoje trabalham, através de suas ONGS, algumas potenciais européias - é bastante tranqüilizador..

Aos que ainda não se renderam, resta fazer uma última pergunta: o que Bin Laden faria se tivesse o poder de Bush?

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