quarta-feira, 31 de março de 2004

Ainda sobre o Catarina

Muitos dos posts são relacionados à minha suposta "experiência" durante o furacão Catarina.

Pessoas...poupem as lágrimas. Minha cidade estava mesmo na rota de colisão, mas felizmente escapou.

O que não significa que não sentimos muito medo - principalmente porque era muito difícil obter informações. A mídia televisiva nacional praticamente ignorou o fato. Tínhamos apenas a internet e as rádios locais - que, a partir de um determinado momento, não podiam mais ser sintonizadas.

Agora, é claro, as televisões estão fazendo jus a sua fama de abutres: não param de explorar a tragédia. Quanto ao compromisso de informar a sociedade, nota zero.

De nariz em pé?

Se alguém ainda não percebeu - e eu mesma demorei a me dar conta - , estamos no "blogs of note" desta semana.

Tal fato tem, é claro, algumas implicações.

Estar compartilhando a mesma semana com o Dennis do Caderno Mágico é um grande orgulho.

Receber gente nova, inteligente e bem informada, é outra coisa que faz bem para a alma.

Mas aos representantes do analfabetismo virtual, aviso: não sei o que significa "naum", "blz" ou ""kde". Portanto, poupem as pontas dos dedos porque eu não vou mesmo ler esta troglodice.

E há, também, os carentes....aqueles que não lêem mas elogiam para ver se conseguem arrancar-me uma visitinha - quem sabe um post? - em seus próprios blogs. Desistam. Eu não sou bloggeira de carteirinha. Apenas utilizo esta tecnologia como utilizaria qualquer outra que me permitisse escrever e divulgar o que penso.

Aos demais - mesmo as pedagogas - digo que são muito bem vindos e que espero que fiquem. Apenas terão que me desculpar, pois estou viajando à trabalho e não terei muito tempo para responder aos posts.

Já aos fiéis leitores de sempre - que aqui chegaram, há mais de um ano, por sua própria conta e risco - peço um pouco de paciência: esta súbita fama dura menos que uma semana. Em breve, voltaremos àquele doce a confortável anonimato.

segunda-feira, 29 de março de 2004

Fundamentalismo meteorológico

Desde a noite de quinta-feira, os americanos avisavam que se tratava de um furacão de categoria 1 - capaz de produzir ventos entre 119 e 153 quilômetros por hora. E, coisa inédita desde a década de sessenta - quando se começou a monitorar tais fenômenos - este havia se formado no Atlântico sul.

Então os institutos brasileiros, do alto de sua falta de experiência, explicaram que não se tratava de um furacão: afinal de contas, ele não era quente no núcleo, como um furacão deve ser...também não girava em dois sentidos diferentes, como deve girar um furacão.

O americanos avisaram novamente: a coisa tinha forma, ritmo e velocidade de furacão. Humildes, reconheceram que, por se tratar de um fenômeno inédito, talvez fosse um furacão com características também inéditas. Mas viria com a força de um furacão... ah viria.

Porém, o fundamentalismo acadêmico - desta vez, personificado nos meios meteorológicos brasileiros - mandou o seu costumeiro recado: o que é bom para os EUA não é bom para o Brasil. Ponham suas violas no saco, yankees...de ciclone brasileiro entendem os brasileiros!

Ocorre que esta que vos escreve estava em rota de colisão com o fenômeno. Por isso, passou a noite de sábado para domingo em claro, aguardando a tragédia e - a fim de não se sentir tão impotente - acompanhando, em um fórum da internet, as análises de especialistas canadenses e americanos. Todos eram unânimes em dizer que se tratava de um furacão. Unânimes em afirmar que marcaria entre 119 e 153 quilômetros por hora. Estavam, também, em franco desespero, em virtude do descaso dos meteorologistas brasileiros.

O resultado todos conhecem: ventos de 150 quilômetros por hora. E a tremenda cara de pau dos especialistas brasileiros, que não se envergonham de declarar - somente agora - , que não tinham os instrumentos necessários para realizar uma análise acurada.

Posso lhes garantir que em Arroio do Silva ninguém tem dúvidas: foi furacão.

O resto é fundamentalismo meteorológico.

segunda-feira, 22 de março de 2004

Abrindo os portões do inferno.

A abertura dos portões do inferno foi anunciada ontem, por radicais islâmicos, em resposta ao assassinato de Ahmed Yassin.

Mas eu pergunto: que inferno?

Seria aquele, talvez, onde ninguém se sentisse plenamente seguro de tomar um trem ou avião? Aquele em que homens, mulheres e crianças são convocados a se tornarem bombas humanas? Ou, ainda, aquele em que as nações ocidentais são invadidas, e seus civis chacinados, sem que qualquer declaração formal de guerra tenha sido feita?

As portas deste inferno, caro leitor, já foram abertas há muito tempo.

É bem provável que esteja se aproximando a hora em que elas serão definitivamente fechadas.

De fato, o radicalismo islâmico parece não ter compreendido a magnitude dos últimos atentados que cometeu contra o Ocidente. Enquanto ameaça amplamente vociferada, o terrorismo tinha muito poder de barganha. Enquanto realidade concreta, poderá perder, em prazo bastante curto, esta força.

Alguns irão apontar o pleito eleitoral espanhol como refutação a este meu argumento.

Pois eu digo que, em breve, a Espanha se dará conta de que colocar-se numa posição de refém do terror não foi uma estratégia muito inteligente.

Na lei de forças inerente ao terrorismo, há dois princípios básicos: o primeiro, é que a ameaça é sempre maior vindo de quem nada tem a perder. O segundo, é que uma ameaça realizada corre o risco de ver sua potência enfraquecida.

O radicalismo islâmico parece não entender esta lógica, posto que continua anunciando a chegada de um inferno que já está, há muito, estabelecido entre nós. Assim como não entende que suas ações vêm, paulatinamente, colocando o Ocidente na posição de quem não tem nada a perder.

O assassinato de Ahmed Yassin é um sinal de que esta lógica já está posta em movimento.

quarta-feira, 17 de março de 2004

Leonardo Boff comemora o terror.

Ídolo de esquerdinhas, pedagogas e acéfalos em geral, Leonardo Boff acaba de deixar claro o que pensa sobre o terrorismo.

Em artigo para o site "rebelion.org", o Prêmio Nacional de Direitos Humanos de 1992 escreve:

"Hemos defendido la tesis de que la única guerra que pueden ganar los pequeños es ésta, la del terror. Los pequeños son imbatibles cuando aceptan morir y se hacen personas-bomba. Contra un hombre/mujer-bomba no hay defensa

posible."

Quem quiser ler esta porcaria na íntegra pode clicar aqui.

Aconselho tomar um sal de frutas antes.

terça-feira, 16 de março de 2004

domingo, 14 de março de 2004

Espanha e a Síndrome de Estocolmo

A Espanha acaba de deflagrar um novo fenômeno psicosocial: a Síndrome de Estocolmo Coletiva.

Transtornados pelos atentados da última quinta-feira, os espanhóis não foram capazes de romper com o cenário armado pela Al Qaeda. Passaram, ao contrário, a compactuar com este cenário, dando aos seus algozes a resposta exata por eles pretendida.

Ao ir às urnas, o povo espanhol não considerou os ótimos avanços do governo Aznar, realizados nos últimos oito anos, na contenção do terrorismo doméstico personificado pelo ETA. Não considerou, também, que - diante do quadro eleitoral apresentado antes dos ataques - levar o PSOE ao poder significava, em última análise, atender às reivindicações da Al Qaeda.

Estarrecido, o povo da Espanha permitiu que a maior organização terrorista de todos os tempos lhe determinasse o destino.

Com isso, a Al Qaeda obtém uma vitória muito maior do que aquela conquistada em 11 de setembro de 2001: está, agora, no comando político de uma nação européia.

Em meio às comemorações por esta conquista, os fanáticos membros desta organização já devem estar, certamente, pensando em qual será a próxima nação a ser posta de joelhos.

É de se esperar que a Europa acorde antes que a situação seja irreversível. É de se esperar que o velho mundo não delegue apenas à Inglaterra e aos Estados Unidos a tarefa de enfrentar o problema da única maneira que é possível fazê-lo: com coragem. Coragem e amor pela civilização ocidental.

sexta-feira, 12 de março de 2004

Espanha II

E a premiada pelo Nobel da Paz, Shrin Ebad, já começou a prestar serviço à causa terrorista. Famosa por suas declarações de que " o Islã é vítima de mal-entendidos" , ela agora declarou, em entrevista à Agência Estado, que :" Precisamos encontrar a origem do terrorismo. Enquanto não soubermos os motivos do terrorismo, punir os autores de atentados não dará qualquer resultado." Inquirida sobre qual seria, então, a razão do terrorismo, Ebad respondeu laconicamente: " O que encoraja o terrorismo é a injustiça".

E o frouxo - ou deveria dizer "partidário"? - jornalista não foi capaz de perguntar sobre o conceito de "injustiça" para Ebad.

Note, leitor, que se a entrevistada fosse de origem ocidental, tal pergunta não seria necessária - faz tempo que o ocidente comunga de um senso ético quase homogêneo a respeito de justiça/injustiça. Exceção feita à Cuba, não há , do lado de cá do globo, dúvidas sobre coisas simples como respeito à vida, à liberdade e à propriedade.

Infelizmente, não se pode dizer o mesmo a respeito da cultura à qual pertence nossa mais nova Nobel da Paz. Ali, o senso de justiça pode variar muitíssimo ao sabor de questões tribais, étnicas, religiosas ou de cunho meramente sexual.

Há, por exemplo, na cultura da Sra. Shirin Ebad, um senso de "justiça" que estimula bombeiros a não salvarem meninas de uma escola em chamas porque as mesmas estão com as cabeças descobertas. É o mesmo senso de "justiça" que estimula alguns indivíduos a planejarem a morte de inocentes civis ocidentais. É o senso de "justiça" que nunca declara guerra abertamente, que nunca dá chance para a negociação ou a evacuação de civis. É o senso de justiça do ódio insidioso, silencioso e fatal, que hoje embarca livremente nos aviões e trens do ocidente.

Espanha I

Morei por duas vezes fora Brasil. Uma em Nova Iorque...outra em Madri.

Portanto - à exemplo do que aconteceu naquele fatídico 11 de setembro - , estou, mais uma vez, maquiada para guerra e de lanças afiadas. Razão têm Bush, Aznar e Oriana Falaci. Façamos reviver aquele grito de "Santiago!" enquanto é tempo.

quinta-feira, 4 de março de 2004

EUA: democratas inauguram temporada demagógica.

Nesta semana, o prato principal da imprensa norte-americana é a veemente crítica que os democratas vêm fazendo à utilização de cenas relacionadas aos ataques de 11/9 nas campanhas de George W. Bush.

Me dei ao trabalho de assistir aos filmes da campanha. E posso assegurar que aquele que é o motivo principal das críticas -Tested *- não é nem um pouco apelativo ou sangrento. Não há cenas dos aviões se chocando contra as torres, ou das mesmas desabando, ou do desespero estampado no rosto dos novaiorquinos - desespero que, é bom lembrar, foi amplamente explorado pela mesma mídia que hoje dá espaço à demagógica denúncia democrata. O filme faz, isto sim, uma referência ao ocorrido, mostrando os bombeiros como heróis e a capacidade de recuperação norte-america - que, de acordo com a campanha, foi potencializada pela liderança de Bush.

Não entendo por qual motivo um presidente candidato à reeleição não possa utilizar qualquer fato ocorrido ao longo de seu governo. Que pensar, então, de um fato extremamente trágico, que alterou o cenário político e econômico não só dos EUA mas do mundo todo?

Pois a questão é que, sob o ponto de vista político, as crises podem ser facas de dois gumes. Em 12 de setembro de 2001, Bush tinha nas mãos um grande problema. Hoje, ele tem um trunfo de campanha. Magoados com sua má sorte, os democratas buscam transformar em maquiavélica a natural utilização deste trunfo.

Mas o pudor democrata não passa, é claro, da mais inglória hipocrisia - que deverá, em breve, virar-se contra a própria campanha de Kerry.

Uma vez que condena a atitude republicana, o comitê do candidato democrata deverá se abster de utilizar qualquer imagem relacionada à intervenção militar no Iraque - sejam elas cenas de civis iraquianos mutilados ou matérias com familiares de soldados americanos vitimados pela guerra.

Veremos se eles resistem à tentação.

* Para assistir aos filmes publicitários em questão - e poder falar com conhecimento de causa - visite o site da campanha: http://www.georgewbush.com/tvads/.

quarta-feira, 3 de março de 2004

O demônio entre nós

Não consigo pensar em uma pena suficientemente boa para punir o responsável - ou responsáveis - pelo assassinato de 61 animais no zoo paulista. Só espero que não me apresentem uma justificativa de "insanidade mental". Malucos não conseguem arquitetar algo tão premeditado. Aliás, malucos, de modo geral, gostam de animais - há até programas em que pets visitam manicômios, promovendo melhoria no estado mental dos pacientes.

E, por favor: me poupem dos comments politicamente corretos... eu falo "maluco" e "manicômio" sim...e daí?