terça-feira, 31 de agosto de 2004

O erro que nos separa.

Eu não aprovo o movimento negro e nem a Ku Klux Klan. Não aprovo o MST e nem a TFP. Assim como não aprovo o movimento gay nem o neo-nazismo.

Eu não apoio, leitor, nada que nos divida em facções, como se não fossemos todos humanos.

Gosto mesmo é da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E penso que, se toda esta energia que estamos direcionando para defender os pequenos cadinhos de diferenças raciais, sexuais, econômicas e culturais fosse empregada para fazer valer a dita Declaração, o mundo já estaria muito melhor.

Alguns aportarão aqui para falar dos preconceitos a que são submetidas a minorias - como justificativa para o surgimentos de grupos segmentados. Balela. Se a Declaração fosse cumprida à risca, não haveria discriminação...Se a Declaração fosse realmente cumprida, neo-nazistas iriam para a cadeia.

Se a Declaração fosse cumprida a contento, todas as cidades seriam caldeirões culturais pacíficos como New York. E todos entenderiam porque é inadmissível que muçulmanos radicais queiram impor Allah goela abaixo de quem quer que seja. E, mais inadmissível ainda, que alguns defendam isso como um "troco" pelo tempo em que eram os cristãos a impor Jesus à nação islâmica. Que isso tenha ocorrido bem antes da Declaração dos Direitos Humanos parece passar em branco para todos.

Este meu discurso é antigo?

Atreve-se ele, em plena pós-modernidade, a ser um discurso moderno?

Sim.

Esta é, na minha opinião, uma daquelas situações em que já sabemos o caminho - basta nos propormos seriamente a percorrê-lo.

Mas continuamos insistindo em reinventar a roda.

E o resultado é uma humanidade cada vez mais dividida, que não hesita em sacrificar os direitos humanos para sacralizar as diferenças culturais.

E é por isso que vamos de mal a pior.

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Pilequinho II

Sinceramente? A coisa é tão alarmante que, ao invés de fazer comentários, o melhor é simplesmente colar a notícia.

SANTO DOMINGO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula Silva brincou nesta terça-feira com a permanência no poder por 37 anos do presidente do Gabão.

"Eu fui agora a uma viagem ao Gabão aprender como é que um presidente consegue ficar 37 anos no poder e ainda se candidatar à reeleição", afirmou, durante encontro com o presidente da Costa Rica, Abel Pacheco.

Os dois presidentes estão na República Dominicana para a posse do presidente Leonel Fernández Reyna.

O relato foi feito pelos fotógrafos brasileiros que registraram o encontro e depois confirmado pelo secretário de Imprensa, Ricardo Kotscho.

Lula esteve no Gabão, país africano, no final de julho, quando se encontrou com o presidente Omar Bongo Ondimba.

Pilequinho

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Charge do Zé da Silva para o Diário Catarinense no dia de hoje.

sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Eu não disse?

Disse.

Diversas vezes manifestei aqui os meus temores a respeito da cubanização do Brasil. Fosse pelo super- ministro terrorista de carteirinha, ou pelos conselhos de um Frei Beto que canoniza Che Guevara, ou, ainda, pelas constantes afrontas aos Estados Unidos - eterno bicho-papão dos empedernidos esquerdossauros que comandam nosso país.

Por mais de uma vez apontei com desconfiança para a simpatia de Lula à ditadura Castro, para seu compromisso com o Fórum de São Paulo e, principalmente, para seu total silêncio diante do desrespeito aos direitos humanos que grassa naquela ilhota onde o tempo parou.

E, agora, o que temos?

Uma proposta de "regulamentação" da imprensa através de um "conselho"...uma verdadeira "lei da mordaça" para os que gostam de adotar o vocabulário cubano.

Pois muito me admira o escândalo que tal proposta causou junto à imprensa.

Estão escandalizados porque? Não foram os primeiros a aplaudir a eleição do torneiro mecânico? Não correram a vestir gravatas e tailleurs vermelhos, tão logo acabou a contagem dos votos? Não comemoraram cada afronta aos Estado Unidos...cada miserável discurso do semi-analfabeto contra o "imperialismo" norte-americano?

E querem me convencer de que eram tão ignorantes a ponto de não perceberem para onde esta postura esquerdista rançosa nos levaria? Quiçá sonhavam com uma ditadura de esquerda onde - coisa inédita na história - a imprensa seria mantida intocável, feito classe privilegiada e apadrinhada pelo Estado. Impossível acreditar em tamanha ignorância por parte de quem se atribui a missão de "informar o povo".

Mas temos mais.

Temos a Lei do Audiovisual, que promete "regulamentar" - leia-se, "cercear" - não só o conteúdo produzido para o cinema e a televisão mas, também, para a internet.

E muito me admira a reação da classe artística a esta proposta.

Estão escandalizados porque? Pois não sabiam o quê estavam apoiando quando subiram no palanque com Lula? Não acorreram, em massa, ao programa eleitoral do PT para perseguir Regina Duarte e fazer pouco de seus "medos"? Não ficaram fascinados a ponto de criar, logo após a posse, uma novela chamada Kubanacan ou algo que o valha?

Se eu não estivesse tão preocupada com a garantia de nossos direitos civis, teria até algum prazer em ver toda esta pseudo- intelectualidade brasileira correr atrás do prejuízo.

Pois como diz o velho ditado lusitano: quem pariu Mateus que o embale.