terça-feira, 31 de agosto de 2004

O erro que nos separa.

Eu não aprovo o movimento negro e nem a Ku Klux Klan. Não aprovo o MST e nem a TFP. Assim como não aprovo o movimento gay nem o neo-nazismo.

Eu não apoio, leitor, nada que nos divida em facções, como se não fossemos todos humanos.

Gosto mesmo é da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E penso que, se toda esta energia que estamos direcionando para defender os pequenos cadinhos de diferenças raciais, sexuais, econômicas e culturais fosse empregada para fazer valer a dita Declaração, o mundo já estaria muito melhor.

Alguns aportarão aqui para falar dos preconceitos a que são submetidas a minorias - como justificativa para o surgimentos de grupos segmentados. Balela. Se a Declaração fosse cumprida à risca, não haveria discriminação...Se a Declaração fosse realmente cumprida, neo-nazistas iriam para a cadeia.

Se a Declaração fosse cumprida a contento, todas as cidades seriam caldeirões culturais pacíficos como New York. E todos entenderiam porque é inadmissível que muçulmanos radicais queiram impor Allah goela abaixo de quem quer que seja. E, mais inadmissível ainda, que alguns defendam isso como um "troco" pelo tempo em que eram os cristãos a impor Jesus à nação islâmica. Que isso tenha ocorrido bem antes da Declaração dos Direitos Humanos parece passar em branco para todos.

Este meu discurso é antigo?

Atreve-se ele, em plena pós-modernidade, a ser um discurso moderno?

Sim.

Esta é, na minha opinião, uma daquelas situações em que já sabemos o caminho - basta nos propormos seriamente a percorrê-lo.

Mas continuamos insistindo em reinventar a roda.

E o resultado é uma humanidade cada vez mais dividida, que não hesita em sacrificar os direitos humanos para sacralizar as diferenças culturais.

E é por isso que vamos de mal a pior.

Um comentário:

Marcel disse...

Vim parar aqui por uma busca de imagem, mas não posso me furtar em dizer-te: belas palavras! Não poderia ter dito de maneira melhor, que outros olhos leiam o que eu li. Parabéns pela sensatez.