segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Tendências que vêm do sul.

O Fórum Social Mundial não trouxe grandes surpresas. Continuam em alta: camiseta do Che Guevara, sandália de couro e palavras de ordem contra o capitalismo. Em baixa, como sempre, o banho, o cabelereiro e os modos à mesa. Pra variar, qualquer um que chegue vociferando contra os EUA leva as simpatias. É o caso de Hugo CHavez...mas eu não me admiraria se fosse também o de Hitler. De novo mesmo, só o colete à prova de balas usado pelo nosso presidente.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

A injustiçada Ana Lúcia.

Ana Lúcia não nasceu em berço de ouro. Pai metalúrgico, mãe costureira, ela foi criada com muito esforço. Como os pais pretendiam que tivesse um futuro melhor que o deles - e as escolas públicas estavam cada dia pior - fizeram o impossível para manter a menina em uma escola particular. Mas valeu à pena: Ana Lúcia é a melhor da classe. Tão bem se saiu a menina, que acabou sonhando ser médica. Sonho provavelmente não realizável. Por melhor que ela se saia no vestibular da federal, estará em imensa desvantagem em relação aos jovens indígenas, afro-brasileiros ou oriundos de escolas públicas. E a isso se dá o nome de "justiça social".

História é discurso.

Uma matéria da última edição de Veja deveria ser objeto de debate em todos os cursos de História deste país. Sob o título Gay, nem que seja à força, Jerônimo Teixeira demonstra como as minorias - uma vez que galgam postos no mundo acadêmico - passam a emitir um discurso parcial, muitas vezes desprovido de compromisso com a cientificidade. O tema de Teixeira é, como revela o título, o modo como a comunidade gay está trabalhando para conferir esta preferência sexual a figuras históricas. Nada de errado quando tal tentativa vem acompanhada de rigor teórico e metodológico - e quando se presta a desvendar traços biográficos que podem ter influenciado decisões históricas. Porém, a matéria de Teixeira demonstra que, embalada na onda da inclusão sob fórceps, a coisa tende a descambar. A prova de que esta suposta curiosidade científica não passa de discurso: tudo bem quando o gay em questão for Shakespeare, Alexandre ou Proust...Mas que ninguém ouse manchar o bom nome da comunidade homossexual, porque acadêmicos como o antropólogo Luiz Mott estão patrulhando a área: Se nos empurrarem Hitler, então queremos Jesus Cristo do nosso lado. Bem-vindos à era da tendenciosa História politicamente correta.

Estamos de volta

Recuperada da fratura no pulso, retomo esta divertida aventura de dizer o que penso enquanto posso. Espero não ter perdido todos os amigos que por aqui costumavam passar.

Este será um ano de muito trabalho. Portanto, continuaremos naquela periodicidade que nos é peculiar: escrevo quando puder.

É muito bom reencontrar vocês.