domingo, 17 de julho de 2005

Quando uma população é desarmada.

Ontem à noite, centenas de cidadãos cariocas caíram em uma verdadeira arapuca: ficaram presos dentro de um túnel da zona sul, enquanto policiais do Batalhão de Operações Especiais e traficantes da rocinha trocavam tiros do lado de fora.

Eu imagino o desespero daquelas pessoas. Se os marginais furassem o cerco e entrassem no túnel, restariam duas opções aos pagadores de impostos que alí estavam: tornarem-se reféns ou morrerem. Qualquer outra hipótese só viria se alguns dentre eles estivessem portando armas.

Dias antes, em São Paulo, centenas de comerciantes tiveram suas lojas destruídas - juntamente com parte do patrimônio público - por uma orda de torcedores insandecidos. A polícia não foi capaz de conter a turba. Mas estou certa de que a situação seria muito diferente se a marginália em questão desconfiasse que, dentre os moradores e comerciantes locais, houvesse alguns portadores legais de armas de fogo.

Pois é sobre este tipo de questão que você terá que decidir no plebiscito de outubro. E, antes de votar a favor do desarmamento, seria bom que você se imaginasse preso na mesma situação que aqueles cariocas viveram ontem. Ou que tentasse visualizar o patrimônio arduamente conquistado sendo destruído por uma manada de torcedores insatisfeitos.

Não acredite no discurso de que portar armas de fogo acirra a violência. Na verdade, a violência já se encontra em níveis insuportáveis. Também não entre na conversa de que polícia vai subir os morros e desarmar a marginália. Se não fez até hoje, não há porque acreditar que fará algum dia. O desarmamento vai atingir apenas as vítimas potenciais da bandidagem.

Em outubro, vote não. E, se puder, compre uma arma.

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