sábado, 31 de dezembro de 2005

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Ah! Os relógios!

Mário Quintana

Amigos, não consultem os relógios

quando um dia eu me for de vossas vidas

em seus fúteis problemas tão perdidas

que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:

não o conhece a vida - a verdadeira -

em que basta um momento de poesia

para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna

somente por si mesma é dividida:

não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados

quando alguém - ao voltar a si da vida -

acaso lhes indaga que horas são...

Ps.: Que em 2006 a gente aprenda a olhar menos para o relógio. E a valorizar cada segundo como se fosse único. Pois é exatamente assim que é. Feliz Ano Novo. N.G.

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