quarta-feira, 1 de março de 2006

Quarta-feira de Cinzas

Depois da festa, vem a ressaca.

Delcídio Amaral, senador do PT de Mato Grosso do Sul e presidente da CPI dos Correios, está na imprensa dizendo que o mensalão existiu. "Há muita coincidência entre as datas dos saques e votações", diz ele.

Quando um senador petista diz isso, cabe perguntar: se houve mensalão, podemos afirmar que o governo usou de recursos públicos para corromper a Câmara dos Deputados? E mais: o que se faz com um governo que usa de dinheiro público para corromper o sistema político federal?

Com a palavra, a oposição.

8 comentários:

Manuel Amaral Bueno disse...

Nariz,
Não distorça a fala de Delcídio. Os integrantes da CPI vem trabalhando com o seguinte conceito de "mensalão": "fundo para atender interesses político-partidários". Ora, essa definição em tudo se assemelha ao "caixa dois". Não estou dizendo que caixa dois é perdoável, mas apenas constatando fatos.
Em momento algum Delcídio diz que "o governo" usou "recursos públicos" para "corromper a Câmara dos Deputados". Não digo que não tenha havido dinheiro público no chamado "valerioduto", mas isso ainda não foi provado. Sequer está comprovada a responsabilidade do PT ou mesmo de sua diretoria e muito menos do governo no "mensalão". Por enquanto, quem assumiu a culpa foi o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Dirceu foi cassado sem provas. E veja só: como é possível falar em "corromper a Câmara dos Deputados" ou até mesmo "o sistema político federal" se apenas dezoito deputados estão ameaçados de cassação? A Câmara tem mais de quinhentos parlamentares! Seria impossível influenciar os resultados de uma votação "corrompendo" menos de vinte deles.
Nariz, por favor, menos, menos, muito menos. Não vá com tanta sede ao pote.

(N.G.: Manubu, desculpe ter ofendido o seu aguçado senso crítico petista. A propósito: aquela paginazinha nada tendenciosa que você fez a meu respeito continua no Wickipedia? Se precisar de mais dados, é só falar. Adoro quando os petistas se ocupam comigo....é menos tempo empregado para promover o Lula)

MOITA disse...

A Nariz caiu no frevo; não voltou ainda...
Deve ta em Olinda.
divirta-se.
beijos

Artemus Gordon disse...

Nariz,

Em a CPMI concluindo pela efetiva existência do mensalão - fato sobre o qual nós, pagadores de impostos e eleitores - jamais tivemos dúvida, o que fará o plenário da Câmara com relação aos parlamentares julgados e absolvidos?

E quem vai redimir - e como - Roberto Jefferson?

O Brasil é, efetivamente, sui generis: dependendo da classe ou casta a que pertença um acusado, ele pode ser condenado açodadamente ou inocentado açodadamente...

Carl Amorim disse...

Me desculpe Sr. Manuel Bueno,

Mas seu comentário me cheira a alguém querer reduzir o Holocausto a um episódio de "maus tratos de indivíduos de posições religiosas não permitidas", sem o conhecimento do alto comando alemão.

Sinceramente, é mais honroso assumir o erro de seus pares do que justificar o injustificável.

Aluizio Amorim disse...

Ué, quem é esse Manubo??? Mas tem toda pinta de ser petóide. Fico pasmo quando vejo essa gente defender o indefensável. Cada vez me convenço mais de que a cretinice humana não tem limites.

Cordial abraço do

Aluízio Amorim
http://oquepensaaluizio.zip.net

Renato Martins disse...

Com a palavra, a oposição.
Zzzzz... zzzzz...
Oposição !!?
Zzzzz... zzzzz... zzzzz...
ACORDA OPOSIÇãO !!!

Nick!! disse...

De fato, o conceito de mensalão mudou muito desde que o termo foi cunhado pelo Bob Jeff. Como o cruzamento de datas de saques com as votações importantes tem muitos furos e não comprova a compra de votos no congresso (o significado original), a CPI teve que generalizar o conceito de mensalão, incluindo caixa dois, desvio de dinheiro público e até migração partidária. Assim, e voltando ao conceito original de mensalão, os dados que a CPI levantou até agora não permitem afirmar com certeza que ocorreu a compra de votos no Congresso durante o governo Lula. Pode-se dizer seguramente que houve caixa dois e uso de estatais para desvio de dinheiro, como está sendo constatado pela CPI, mas compra de votos está difícil de se comprovar.

Nick!! disse...

Coisa feia essa de utilizar o Wikipedia, uma idéia maravilhosa e totalmente abnegada, para malhar alguém da qual discordamos. Reprovo totalmente. Parece que o Wikipedia permite a edição colaborativa e, assim sendo, pode-se inserir informações adversas, mas eu penso que não devemos poluir o Wiki com nossas briguinhas políticas.