sexta-feira, 30 de junho de 2006

Cada duas!

Estar na web é como estar em uma festa na qual você não conhece a maioria dos convidados: as chances de encontrar gente bacana, esquisita ou chata são proporcionalmente iguais.

Estar na web com um blog que fala de política, escrevendo sob pseudônimo, então, nem queiram saber. É quase tão arriscado e emocionante quanto um baile de máscaras.

Recebo coisas esquisitíssimas por e-mail. A última foi no sábado passado. Alguém me enviou um e-mail com o título "nariz escorrendo". No corpo do texto, apenas " Olá, poderia entrar em contato comigo?". Por qual razão alguém lhe escreve pedindo que entre em contato ao invés de dizer logo o que quer, é um mistério. Por qual motivo imagina que obterá resposta sendo malcriado já no título do e-mail, outro mistério.

Minha diversão predileta, porém, são as adivinhações. " Você é fulana?". Lucia Hopólito e Renata Loprete são as mais citadas. Fico lisongeada, é claro, já que ambas são inteligentíssimas, excelentes profisisonais e donas de um texto ótimo. Mas vamos combinar que é injusto com elas.

Finalmente, há os desafetos declarados. Muitos deles possuem blogs através dos quais ficam me chamando para uma boa briga. No que me diz respeito, sofrem muitas frustrações. Mal tenho tempo para visitar os amigos. De modo que, não raro, só fico sabendo destes ódios públicos quando algum leitor me escreve avisando " viu o que fulano falou de você?".

Números para quem?

Que os novos números do Datafolha e do Vox Populi não sirvam para tranqüilizar àqueles que estão empenhados na campanha de Geraldo Alckmin. Não. Estes eu quero vivendo sob pavor, para que não subam em saltos antes da hora.

Que sirvam, os novos números, para conferir alguma humildade àqueles que acreditam que Alckmin foi uma escolha errada. Seria de bom tom que eles parassem de chorar sobre o Serra derramado e admitissem que Geraldo Alckmin tem chances - e que estas chances serão maiores se uns e outros colocarem a preocupação com o futuro do país acima de detalhes secundários.

Que eles, os novos números, sirvam também de alerta aos ingênuos e freirinhas em geral: bater em Lula funciona. Principalmente quando a surra faz parte de uma iniciativa conjunta, de uma divisão de tarefas, que prevê espaço para a apresentação do candidato e suas propostas.

Finalmente, que os novos números sirvam para mostrar aos governistas e aos adeptos do voto nulo - também eles governistas por tabela, ingênuos a serviço de uma idéia inútil - que é cada vez maior o número dos que se recusam a ficar em silêncio enquanto a nação é saqueada.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Não comemorem. Como ele mesmo diz, "peguem no batente".

Pesquisa Datafolha

A ser publicada amanhã, na Folha de São Paulo

Intenções de votos

Lula - 45% (caiu 4 pontos)

Alckmin - 29% ( subiu 7 pontos)

Pesquisa Vox Populi

A ser publicada no próximo sábado, na Revista Carta Capital

Intenções de voto

Lula - 45%; (caiu 4 pontos)

Alckmin - 32% (subiu 13 pontos)

Fonte: Blog do Noblat

Disse ou não disse?

Sim, vocês já leram ,viram e ouviram várias vezes desde ontem: o presidente andou declarando que fazer política para os pobres é uma coisa prazerosa.

Acontece que saíram várias versões da mesma declaração na imprensa. Então, para que não digam que estamos a editar o discurso presidencial, eu fui conferir a transcrição do pronunciamento no site da Presidência da República . Ei-la:


" Outra coisa, Patrus, que eu queria dizer a você e ao povo de Contagem, é que seria tão fácil e tão mais fácil, meu caro Newton Cardoso, você que foi governador, a gente governar um país, um estado, uma cidade, se a gente tivesse que cuidar só dos pobres. Os pobres, na verdade, não dão trabalho. Por isso é que durante muito tempo eles ficaram esquecidos, porque os pobres não têm dinheiro para ir protestar em Brasília, os pobres não têm dinheiro para alugar ônibus, os pobres, muitas vezes, não estão nos partidos políticos, muitas vezes não entram na universidade. Muitas vezes os mais pobres não vão sequer até o sindicato, eles vão à igreja rezar e pedir ajuda a Deus e, muitas vezes, os governantes não olham para eles porque eles não estão na rua fazendo passeata e fazendo protesto contra os governos.

Muitas vezes o pobre quer apenas um pão, enquanto muitas vezes o rico, cada vez que encosta perto, quer 1 bilhão. Então, fazer política para pobre é uma coisa prazerosa, porque a gente sente que a comida chega na casa das pessoas."

Não sei se estes discursos recebem algum tratamento antes de serem publicados - quero acreditar que não. Mas quem se interessar - e tiver paciência para tanto - poderá descobrir facilmente: é só comparar o trecho acima com as gravações do realizadas durante o evento. Depois me contem.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

À flor da pele

Há choro e ranger de dentes nos bastidores petistas.

Tudo por conta de rumores de que o final de semana virá acompanhado de números que mostram Alckmin subindo nas pesquisas.

Enquanto a coisa não se confirma, vale especular que, embora os números possam se apresentar ainda tímidos, a notícia faria cair por terra aquela teoria de que "bater em Lula é uma péssima estratégia."

Caso a imagem de Geraldo Alckmin tenha realmente apresentado alguma melhora junto ao eleitor, já não haverá mais dúvidas a respeito de qual é o "caminho da roça": PFL bate e PSDB apresenta o candidato.

Natural que os petistas estejam com os nervos à flor da pele. Se a estratégia se mostrar adequada, será levada adiante. E nem mesmo eles têm certeza de que a imagem de Lula resiste a uma surra de três meses.

terça-feira, 27 de junho de 2006

Finalmente

Quem tem amigos tem tudo.

A leitora que se assina Bia encontrou uma foto de José Sarney na convenção do PT.

Ainda não é ele abraçado a Lula. Mas é tudo o que conseguimos achar.

Clique aqui para ver.

Até o discurso sumiu

O jornal O Globo de hoje informa que o site oficial do PT fez censura ao publicar o discurso do presidente Lula na convenção do último sábado. Segundo o Globo, o discurso que foi disponibilizado no site nesta segunda-feira, por volta das 10h:45min, como sendo na íntegra, não continha, entre outras coisas, os trechos em que Lula elogia José Sarney e Renan Calheiros.

Diz a matéria de O Globo, que o erro foi corrigido ontem à noite e que a omissão se dera porque os responsáveis pelo site haviam trabalhado com a versão antecipada do discurso, só incluindo posteriormente os trechos de improviso.

É...pode ser.


O fato é que não estou conseguindo confirmar nada disso pois, agora pela manhã, nenhuma das chamadas de capa do site PT está abrindo.

Me espanta, apenas, que tenha escapado ao Globo - e à imprensa de modo em eral - a ausência de imagens da convenção. Continuo, pois, na minha cruzada: quero uma foto de José Sarney e Renan Calheiros sentados à mesa de honra do evento.

domingo, 25 de junho de 2006

Procura-se fotos

Tente encontrar na imprensa uma só foto da convenção do PT onde apareça José Sarney sentado à mesa de honra. Mais do que isso: tente encontrar na imprensa fotos de João Paulo Cunha, Luizinho ou Ângela Guadagnin lá dentro, no salão do Tênis Clube.

Estou desde ontem procurando em vão.


Parece que há apenas duas fotos circulando na imprensa: uma de Lula discursando, ladeado por Dona Marisa, e uma outra, do palco, onde o rosto de Renan Calheiros só aparece pela metade.

Esta escassez de imagens não estava fazendo sentido até que surgiu, no final da tarde de hoje, o boato de que apenas fotógrafos contratados pelo próprio PT foram admitidos no interior do salão de eventos do Minas Tenis Clube.

A cada dia que passa, o controle deste governo sobre a informação vai ficando mais assustador.

Mais-corrupto.gif

Romane

Liberou geral?

Da Folha de São Paulo hoje:

"O PT usou cadastros do governo para localizar e levar à convenção sete beneficiários de diferentes programas sociais. O partido pagou passagens e hospedagem em Brasília para os escolhidos, que funcionaram como "personagens" do discurso do presidente Lula e foram por ele chamados ao palco.

Há contradições entre as versões do PT e do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) sobre como os beneficiados pelos programas foram recrutados."

Assinantes da Folha podem continuar lendo aqui.

Pergunto: o governo vai usar os cadastros dos programas sociais para enviar material de campanha?

sábado, 24 de junho de 2006

Leia Primeiro

Boa notícia nesta madrugada.

Já está no ar o Blog do Reinaldo Azevedo.

Bem vindo, Reinaldo.

Já estávamos com saudades de você.

Aliás, o Reinaldo deu uma entrevista para o OI no dia 20. Como de praxe, a alcatéia apareceu para empastelar os comments. E o Reinaldo simplesmente resolveu não deixar barato. Foi aos comments e peitou a turba. Vale a pena ler. Dei boas risadas.

Como ludibriar a militância?

Simples.

Faça um conchavo com o PMDB.

Na convenção, coloque José Sarney em local de destaque e encha-o de elogios.

Mas não deixe, em hipótese alguma, que o nome dele ou do partido sejam citados no site do PT.

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Uma perguntinha para a sexta-feira

Por qual razão o presidente Lula nunca diz o nome do nosso país?

É sempre "este país", "neste país" ou assemelhados.

a. ( ) Ele não sabe.

b. ( ) Ele sabe mas, por motivos óbvios, sempre esquece.

c. ( ) Na URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina, os nomes dos países serão irrelevantes.


quinta-feira, 22 de junho de 2006

Sonhando acordado

Hoje, em belíssimo artigo dedicado ao Rio de Janeiro, Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa observa, lá pelas tantas, "Tenho para mim que sua excelência o prefeito está fazendo sonoterapia, pois há muito não ouço notícia dele andando pela cidade".

Primeiro pensei em escrever a Maria Helena - cheguei até a iniciar a redação. Mas aí me dei conta de que não seria justo privar os leitores daquilo que eu pretendia dizer a esta amiga querida, de cujo texto sou fã.

Peço perdão adiantado pela vulgaridade. Bem sei que Maria Helena - um primor de educação e finesse - jamais deveria aparecer em um artigo onde figura, também, a expressão que estou prestes a usar. Acontece que eu estou de saco cheio com o Cesar Maia.

Acontece, Maria Helena, que o prefeito do Rio não está - como você, informada que é, bem sabe - fazendo sonoterapia. Não. Maia tem dedicado o último ano a interferir na política nacional. Primeiro criou um blog. Depois, diante dos protestos dos cariocas - embora ele negue ter sido este o motivo -, de que o blog lhe consumia o tempo que deveria ser dedicado à prefeitura, recuou. Ocorre que não abandonou a atividade. Passou, apenas, a realizá-la de modo menos visível, criando o boletim IOCM, que os ex-leitores do blog recebem por e-mail.

É a apartir deste boletim que ele emite opiniões sobre a política nacional, fomenta teorias e faz denúncias que possam balançar o governo Lula. A oposição adora a coisa - motivo pelo qual já sei que receberei tomates e ovos ao longo do dia de hoje.

Deixei claro, em outra ocasião, o que penso do boletim em si. E o fato é que não há motivos para que um prefeito se dedique a uma atividade que pode ser - e de fato está sendo - realizada por jornalistas e blogueiros.

Mas o que realmente me incomoda em Cesar Maia é a posição bastante cômoda de quem atira para todos os lados, sem assumir compromisso algum com a campanha presidencial que o seu partido encampa. O prefeito do Rio faz pouco ou nada além de criticar. Esta postura - da qual o IOCM tornou-se o veículo por excelência - pode ser observada também nas declarações de Maia à imprensa ou em seus pronunciamentos. Que ninguém acuse Cesar Maia de incoerência: sua truculência descompromissada está presente em todas as suas atitudes.

Ao mesmo tempo em que acusa a falta de coesão do PSDB em torno da cadidatura Alckmin, Maia fomenta intrigas paroquiais que tendem a complicar, ainda mais, o quadro regional da aliança PSDB/PFL. Este é o caso na disputa pela candidatura ao governo do Rio, onde os apoios estão divididos entre Eduardo Paes (PSDB) e Denise Frossard (PPS).

Não, Maria Helena...Cesar maia não está dormindo - embora os cariocas tenham tudo para acreditar que sim. Cesar Maia está, há mais de ano, sonhando acordado. Primeiro sonhou que seria candidato a presidente. Depois sonhou que era blogueiro. Agora sonha que faz oposição ao governo Lula.


quarta-feira, 21 de junho de 2006

Esta e aquela

Pedindo cerca de 80 indiciamentos - entre eles, os de Palocci e Okamotto -, o relatório final daquela que ficou conhecida como " a CPI do fim do mundo" aponta para um suposto caixa dois na campanha presidencial de Lula, em 2002.

Não creio que vocês queiram saber a minha opinião sobre a coisa - minhas opiniões, hoje, não estão das melhores.

Então, ao invés de ficar chovendo no molhado, peço a algum leitor - de preferência alguém com conhecimentos jurídicos - que nos dê um panorama geral, por e-mail, sobre o andamento daquela denúncia que o Procurador Geral da República fez com base no relatório final da CPI dos Correios. Caso eu receba uma resposta clara e objetiva, ela será publicada aqui no blog, com os devidos créditos para o autor.

A questão é bem simples: conforme estiverem os desdobramentos daquela CPI, veremos se esta vai valer de alguma coisa.

Pra não dizer que não falei de horrores

Não quero perder tempo com este assunto.

Na minha opinião, se há ou não verdade em tudo o que os jornais publicaram sobre as contas da senadora Ideli Salvatti, não vai fazer a menor diferença. Acontecerá o mesmo que temos visto acontecer, até agora, com petistas e amigos do petismo de um modo geral: nada.

Mas, para que não se diga que eu não dei a ela o benefício da dúvida, segue o link para o pronunciamento que a senadora fez em defesa própria, na tribuna do senado, ontem à tarde.

terça-feira, 20 de junho de 2006

365 dias

Há um ano, éramos uma nação boquiaberta e indignada.

Roberto Jefferson concedia entrevista ao Roda Viva, repetindo tudo o que dissera em seu depoimento no Conselho de Ética da Câmara. E Dilma Rousseff estava assumindo a Casa Civil depois que o mesmo Jefferson determinara a demissão do super-ministro José Dirceu, com aquele "Sai daí, Zé...Sai rapidinho".


Na ala feminina, Fernanda Karina aparecia no Jornal Nacional para confirmar as ligações entre o carequinha de Minas e o Partido dos Trabalhadores. Já Maria Christina Mendes Caldeira garantia um toque de "Caras" ao climão: acusava o ex-marido, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de ter decorado a residência de Brasília com dinheiro do partido. De quebra, ela reafirmava a existência das tais malas de dinheiro.

A esta altura, Delúbio também já tinha virado verbo: "delubiar" entrara para o vocábulo do brasileiro médio. É verdade que a coisa ainda não tinha chegado a José Genoíno - só na última semana de junho o então presidente nacional do PT teria a pachorra de declarar que assinara sem ler os empréstimos avalizados por Marcos Valério.

E Sílvio Pereira? Bem... em uma reunião da direção nacional do PT, Silvinho declarava por esses dias: "O que fiz foi decisão partidária. Se eu sair, vai ter de sair todo mundo".

E a verdade é que, exceto por Silvinho e Delúbio, não saiu ninguém. Ao contrário: José Dirceu é hoje o principal articulador político dentro do partido - e, a acreditar no que diz a imprensa, é conselheiro muito bem vindo no Palácio do Planalto. José Genoíno, juntamente com outros petistas envolvidos no escândalo do mensalão, está sendo premiado com uma candidatura a deputado.

Há um ano, éramos uma nação boquiaberta e indignada.

Hoje, todas estas coisas parecem envolvidas em uma nuvem de fantasia. Hoje, parece mais importante se um candidato a vice-presidente critica ou não os hábitos etílicos de Lula. Hoje, alguns sugerem que esqueçamos todas as bizarrices cometidas pelo governo petista, simplesmente porque "acusar não ganha eleição".

Há um ano, éramos uma nação boquiaberta e indignada.

Hoje, alguns querem fazer de nós uma nação apenas boquiaberta.

Para cima de mim não, violão.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Tucano em pleno vôo.

Hoje pela manhã, Geraldo Alkmin concedeu entrevista à Rádio CBN.

Clique aqui para ouvir a entrevista realizada por Heródoto Barbeiro com o candidato do PSDB a presidência da República.

Última leitura

Se ainda faltava algum sinal de que este país é culturalmente derrotado, ei-lo: Primeira Leitura, revista e site, está batendo a porta.


Conheci poucas revistas como esta. Não apenas pelo posicionamento ideológico - liberal por essência -, mas pela qualidade de seus articulistas e pela profundidade de suas matérias.

Aguardemos, pois, o blog de Reinaldo Azevedo.


Blogando

Neste último ano, proliferaram os blogs políticos. Alguns de opinião, outros fazendo clipping das matérias jornalísticas, outros misturando as duas coisas. Este aqui, que está no ar desde março de 2003, é um blog de opinião.

De um modo geral, publico matérias apenas quando tenho interesse em comentá-las. Não faz sentido querer competir com portais de notícias, que possuem excelentes equipes jornalísticas para cumprir esta função. E acho uma graça quando recebo e-mails de leitores cobrando que eu deixei de "publicar" esta ou aquela notícia.


Um outro aspecto desta mesma questão são os leitores que resolvem transformar a área de comentários em clipping jornalístico. Investidos do nobre intuito de bem informar, eles colam matérias inteiras na caixa dos comments. Como tenho moderação antecipada, costumo deixar apenas o primeiro parágrafo e puxo um link para a matéria - e seria interessante se os próprios comentaristas se habituassem a agir assim . Dois aspectos devem ser considerados aqui: primeiro, que comentários muito longos prejudicam a dinâmica do blog. Segundo, que é correto prestigiar com visitação a fonte original da notícia.

Entendo que, no geral, os leitores assim agem não porque queiram prejudicar ao blog mas porque, uma vez que ainda estão se ambientando com esta nova ferramenta, demoram um pouco a perceber estas sutilezas.

Mas eles não estão sozinhos. Há, também, os novos blogueiros. A maioria deles é afoita: criam um blog hoje e amanhã já querem ganhar link nos blogs mais antigos. Alguns chegam a tratar a coisa como aqueles sistemas de vendas piramidais, no pior estilo Amway.

Não é assim que funciona. A comunidade blogueira tem seus próprios ritos. Tais ritos são reflexo da própria natureza anárquica dos blogs. No que respeita aos links, a pior coisa que um novato pode fazer é encher as caixas de comentários de outros blogs com pedidos do tipo "linquei você...por favor, me linque aí também." Tudo o que ele consegue com este tipo de mensagem é a fama de inconveniente.

Quem quiser ser reconhecido, terá que percorrer um longo caminho. Terá que comentar nos blog de sua preferência, sem nada pedir. É pela pertinência e inteligência de seus comentários que chamará atenção para seu próprio blog. Basta, para isso, que o blogueiro cuide de preencher o espaço destinado à sua URL, disponível na maioria dos sistemas de comentários - sim, há um lugar para isso; o que significa que não é preciso repetir o endereço do blog no final do comentário.

Para terminar, uma última observação: se você tiver um blog e gostar do post de outro blogueiro, não deixe de divulgá-lo. Mas faça-o do jeito certo: publique apenas um trecho do post e convide os leitores a lerem o restante no blog de origem. Mais uma vez, vale o que foi dito a respeito das matérias postadas nos comentários: é elegante prestigiar com visitação a fonte original de um artigo. E, embora sejamos bastante informais e truculentos, nós ainda não abrimos mão da elegância.

domingo, 18 de junho de 2006

Alô, assessoria !

Festa popular não é lugar para discurso político.

Festa popular é local de diversão - e as pessoas que lá estão mal podem esperar para começar a se divertir.

Portanto, senhores assessores, levem Geraldo Alckmin ao maior número de festas possíveis. Permitam que ele ande em meio ao povo, que fotografe, que beije crianças e vovós. Deixem que ele experimente comidas típicas, que se aventure em alguma brincadeira popular e que dê entrevistas para as rádios e TVs locais.

Mas, por favor, evitem as vaias: não exponham Geraldo Alckmin ao ridículo de discursar quando tudo o que o povo quer é se divertir.

sábado, 17 de junho de 2006

"Se Lula ganha no primeiro turno, com expressiva maioria, tendo minoria no Congresso, vai sofrer forte tentação autoritária. Alguém que chega ao governo com 60 milhões de votos e fica com 60 deputados ou menos na Câmara, qual é a tentação dele? Convocar plebiscitos, convocar uma nova constituinte."

(Senador Cristovam Buarque, em entrevista a Josias de Souza)

O Vídeo do PFL

O vídeo do Programa do PFL - que, desde ontem, vem esquentando o debate aqui no blog - já está disponível no site do partido.

Clique aqui para assistir ao vídeo.

Agradeço ao Mario Araújo, que me avisou do link ao comentar no post abaixo.

Sacanagem

bussunda.jpg

Nos últimos 365 dias vimos morrer a esperança, a vergonha na cara e a ética. Mas a morte da alegria já é sacanagem demais pra cima da gente.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Divisão de tarefas

Finalmente, surge o primeiro resultado concreto da aliança PSDB/PFL para a corrida presidencial.

O programa eleitoral do PFL, levado ao ar ontem à noite, no horário nobre da TV aberta, parece indicar que as tarefas de campanha foram bem divididas. Ou muito me engano, ou caberá ao PFL revelar ao povo o que representam os escândalos governamentais deste último ano, ao passo que o PSDB ficará encarregado de apresentar o candidato e o programa de governo. Se o que tivemos ontem foi uma amostra disso, creio que o PFL está de parabéns.

Didático, preciso e cirúrgico, o programa de ontem conseguiu a façanha de resumir em onze minutos um ano inteiro de escândalos. E o fez de modo a atingir aquela camada da população que, embora se declare conhecedora das denúncias de corrupção, não parece suficientemente esclarecida a respeito do que elas representam, já que continua reafirmando seu voto em Lula.


Corajoso, o PFL tratou de aproximar o presidente Lula não só dos escândalos mas, sobretudo, das principais figuras neles envolvidas. Cobrou-lhe responsabilidades. Evidenciou o quão difícil é acreditar que tudo acontecia alí, diante das suas barbas, sem que ele de nada soubesse.

Ataques desta natureza, dizem os especialistas, são arriscados porque podem vitimizar o presidente, provocando o efeito contrário do pretendido. Já há algum tempo fala-se de um "efeito teflon", que parece impedir que a imagem presidencial seja tocada pelos escândalos do último ano. E os números das pesquisas encorajam alguns a apostar na máxima de que "quanto mais se bate em Lula, mais ele cresce em popularidade".

Vou discordar. As próprias pesquisas deixam claro que não há risco algum. Na pior das hipóteses, Lula terá aumentados os altíssimos índices de intenções de votos que já acumula hoje - de dezembro para cá, ele só faz crescer. Tanto faz, pois, se ele vai ganhar por muita ou pouca diferença.

E o fato é que ainda não se bateu no presidente. Não para a grande maioria da população, que não tem acesso ao colunismo político, não assiste às transmissões da TV Senado e da TV Câmara, e que muda de canal, buscando outra novela, sempre que começa o Jornal Nacional.


Logo, há grandes chances de que Lula permaneça intocado justamente porque uma enorme massa populacional "ouviu falar" de corrupção no seu governo mas não sabe quando, onde ou de que maneira ela ocorreu. Seria inviável pensar em mudar o quadro das pesquisas sem sanar esta lacuna. Não é por acaso que Lula sempre evitou falar claramente sobre o assunto: ele sabe que quanto mais confusa for a informação, menos importância ela terá para a camada de eleitores responsável pela maioria de seu votos.

Não há, portanto, qualquer risco nesta divisão de tarefas assumida ontem, em cadeia nacional. Quando os números indicam que não há mais nada a perder, é porque é chegada a hora do tudo ou nada.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Para os saudosos

saudade.jpg

Acredite se quiser... Recebo e-mails chorando a "morte" dela.

"Quem era ela?", eles perguntam.

Não sei, minha gente. Peguei no google e lasquei.

Despeçam-se, pois.

Só não me encham a entrada do blog com velas, flores e cartões.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Antes que seja tarde

Até agora, os problemas da candidatura Alckmin foram apontados por três segmentos da sociedade: a imprensa - que, como quer a lei brasileira, não se posiciona com clareza -, os governistas - que fazem questão de confundir dificuldades eleitorais com incompetência administrativa - e os serristas inconformados. Estes últimos utilizam as dificuldades que a candidatura Alckmin vem enfrentando para justificar que estavam certos em defender o nome de José Serra para o Palácio do Planalto. E parecem dispostos a suportar mais quatro anos de um governo federal petista apenas porque isto lhes dará razão.

Já os que apóiam Alckmin têm incorrido em outro pecado: fazem de conta que nada está errado, que as pesquisas não retratam a realidade, que ainda é cedo e que teremos, na última hora, uma "grande arrancada".

Não gosto do que vou escrever agora. Ocorre que alguém precisa fazê-lo. De preferência, alguém que esteja torcendo para que, em janeiro de 2007, Geraldo Alckmin suba aquela rampa em Brasília.

Pois que seja eu a dizer: até o dia de ontem, a condução da candidatura Alckmin esteve uma grande, uma estrondosa, uma escandalosa porcaria.

Do diz-que-me-diz - e a demora do PSDB em definir seu candidato - passando pelas dificuldades na composição com PFL, pelo silêncio na semana em que o PCC atacou São Paulo, pelo erro estratégico de levar Alckmin a visitar o nordeste antes que a televisão o tivesse tornado suficientemente conhecido, o festival horrores culminou com a convenção do último sábado.

Desde que eu acompanho política, não lembro de ter visto uma convenção tão desastrada. Erraram em tudo: na escolha do lugar, no tamanho do discurso do candidato e, sobretudo, em arrastar gente para lá com a promessa de lanches e trabalho. Mas o que é que imaginavam? Que a imprensa não conversaria com a "militância" alí reunida? O resultado do desastre está estampado em todos os jornais: conseguiram realizar uma convenção que, exceto pelo que foi veiculado no site do próprio PSDB, só gerou críticas e notícias negativas. Uma convenção modesta e discreta teria sido menos prejudicial.

Por mais que eu deteste admitir isso, as pesquisas dos últimos meses não estão erradas. Elas são reflexo direto do péssimo trabalho que vem sendo feito em torno de um excelente candidato. Vou repetir, aqui, com todas as letras, o que já tentei dizer sutilmente em outra ocasião: Alckmin é o presidenciável com melhores condições para ocupar a presidência do país. O problema é que os incompetentes que o cercam estão fazendo dele um péssimo candidato.

Estas são coisas a respeito das quais é preciso falar sem medo. E é preciso falar delas sem a suposta aura de imparcialidade que cobre a imprensa, sem as distorções eleitoreiras promovidas pelos governistas e, principalmente, sem a pequenez dos serristas inconformados. São coisas a respeito das quais é preciso falar agora, quando o quadro ainda é passível de mudança.

Para finalizar, devo admitir que tomei um fôlego, ontem à noite, quando vi os comerciais de televisão: calcanhar de Aquiles do governo Lula, a realização de obras é um grande trunfo para Geraldo Alckmin. Gostei também da forma como o candidato foi apresentado: simplicidade, honestidade e competência.

Depois de tantas trapalhadas, finalmente conseguiram acertar em alguma coisa. Espero que, daqui para frente, sejam só acertos. Se assim não for, podem estar certos de que eu continuarei falando.

Não pretendo, com isto, conquistar simpatias. Ao contrário: bem sei que acabo de assumir uma posição muito antipática. Mas não estou nem um pouco preocupada com isso. Preocupa-me o futuro do país. É por isso que eu falo. E falo antes que seja tarde.

terça-feira, 13 de junho de 2006

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Não se engane, leitora: ontem à noite, aquele brilho nos olhos nada tinha a ver com você, o 12 de junho ou o que rolaria após o jantar romântico. Era pura expectactiva para o dia de hoje. E hoje, tudo o que acontecer até às 16:00 horas será apenas uma forma de matar o tempo.

Portanto, não delegue qualquer tarefa mais séria, se não quiser provocar um desastre. Na verdade, isto vale para o restante do mês: não peça a ele nada além da troca das pilhas do controle remoto, o abastecimento de cerveja ou a busca pelo melhor lugar para pendurar a bandeira.

De uma hora para outra, viramos uma nação de meninos - desses que a gente vê na saída das escolas, ao meio-dia ou no final da tarde, eufóricos, aparvalhados, mal conseguindo carregar os pertences ante a possibilidade de ver a bola rolar.

Os mais intelectuais tentam disfarçar escalando times de escritores. Aqueles que, no passado, costumavam fingir febre para gazetear aula arrumarão desculpa semelhante para interromper todas as atividades. Há, ainda, os que nem se preocupam em ocultar a euforia: escancaram o menino e ponto final.

Não discuta, não reclame e tente se divertir. Este é o meu conselho. Afinal de contas, crianças têm o dom de alegrar a casa.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

E o que disse o presidente à nação?

"Não existe mensalão....Vocês é que bebem pouco."

Prêmio por serviços prestados.

Todos os petistas envolvidos nos escândalos que vieram à tona ao longo do último ano estão de parabéns.

Começando por José Genoino, avalista de empréstimos falsificados, passando por Ângela Guadagnin, que brindou a nação com o desrespeito de uma dancinha debochada, e chegando a João Paulo Cunha e Professor Luizinho, que foram abastecidos pelo valerioduto. Todos eles estão recebendo, por parte do PT, uma evidente condecoração por serviços prestados ao partido: tiveram suas candidaturas homologadas na convenção estadual do último sábado.

A lista dos agraciados conta, ainda, com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci - afastado de seu cargo por suspeita de envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa -, Paulo Rocha, João Magno e Josias Gomes - todos suspeitos de envolvimento com o mensalão.

Ricardo Berzoini, presidente nacional do partido, declarou que o PT assim age para evitar a exploração eleitoral dos episódios - e que as possíveis punições serão levadas a cabo depois das eleições. Já Aloizio Mercadante, candidato petista ao governo de São Paulo, quer jogar nas costas do povo a responsabilidade que o PT se furta a assumir: disse que "o povo vai julgar, comparando os erros e a biografia de cada um."

Pergunto: a cara de pau desta gentalha não tem limite?

O que o PT está fazendo é arrumar imunidade parlamentar para a quadrilha denunciada pelo Produrador Geral da República.

Quanto a militância petista, que jamais demonstrou qualquer iniciativa no sentido de limpar o partido, conclui-se que não passa de uma extensão da quadrilha denunciada pelo procurador.

Se ao longo deste último ano eu tivesse encontrado um só militante do PT batendo à porta de seu diretório para exigir que a legenda realizasse uma faxina ética, ainda poderia ter algum respeito por aqueles que defendem a legenda. Uma vez que isto não aconteceu, resta concluir que não existe um só petista com vergonha na cara.

Por este motivo, republico aqui um selinho que criei em meados do ano passado:

brasilfeliz.jpg

domingo, 11 de junho de 2006

Começa o jogo

geraldo.jpg

Foto: Capitão.

Geraldo Alckmin, na tarde de hoje, aclamado candidato a presidente, na convenção nacional do PSDB.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Lembra?

ronaldofhc.jpg

Houve um tempo em que nosso presidente e nosso craque eram só alegria.

Vem mais por aí?

Figura relativamente parda para o público em geral, Bruno Maranhão ganhou fama e cadeia esta semana, ao liderar a invasão e depredação do prédio da Câmara dos Deputados levada ao cabo pelo movimento que lidera, o MLST.

Mas o fundador do PT pernambucano, hoje afastado Executiva do PT - na qual era responsável, até semana passada, pelos movimentos populares - é figura do mais alto prestígio junto ao governo. Durante o 13º Encontro Nacional do PT, realizado em 1º de maio último, Maranhão apresentou, em conjunto com Miguel Rosseto, ministro do Desenvolvimento Agrário, emenda para a reforma agrária.

Desde ontem, a partir da análise da agenda apreendida em poder de Maranhão, surgem suspeitas não só de que a ação de vandalismo em Brasília vinha sendo planejada desde abril último como, também, que teria sido financiada pelo próprio PT. E, ao que parece, o líder do MLST contava ter algumas de suas despesas ressarcidas pela "União".

Diante de tais informações, lembrei de uma reunião realizada a portas fechadas, na sede da CUT, em São Paulo, em 25 de abril último. Nela estiveram presentes Ricardo Berzoini - presidente nacional do PT - e lideranças da CUT, UNE e MST, além do presidente do PC do B, Renato Rabelo, e um representante do PSB.

O objetivo da reunião era definir a participação destes movimentos sociais em atos de defesa do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a título de resposta às iniciativas pró-impeachment advindas da oposição.

A final da reunão, ficou definida para junho uma grande manifestação pró-Lula. Em declaração à Folha de São Paulo, à época, Renato Rabelo esclareceu: "Esse tipo de mobilização tem dois objetivos. Primeiro, a defesa do mandato do presidente e, ao mesmo tempo, as reivindicações que esses movimentos apresentam ao presidente".

Diante de tais fatos, sou obrigada a perguntar: a "manifestação" do MLST ficou de bom tamanho ou deveremos esperar mais para o mês de junho?

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"Há uma quinta dimensão além daquelas conhecidas pelo homem. É uma dimensão tão vasta quanto o espaço e tão desprovida de tempo quanto o infinito. É o espaço intermediário entre a luz e a sombra, entre a ciência e a superstição; e se encontra entre o abismo dos temores do Homem e o cume dos seus conhecimentos. É a dimensão da fantasia. Uma região além da imaginação. Um país chamado Brasil".

TSE recua e flexibiliza verticalização nas coligações eleitorais.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Para não esquecer

Hoje as atenções deverão se voltar para a apresentação do parecer final da CPI dos Bingos.

Com votação prevista para o dia 20 de junho, o relatório apresenta fortes indícios de corrupção no governo Lula. Os dois principais alvos do documento são a Casa Civil e ao Ministério da Fazenda, durante o período em que foram geridos por José Dirceu e Antonio Palocci. Mas a situação também é complicada para Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente Lula e Paulo Okamotto, presidente do SEBRAE.

Apesar das graves suspeitas apontadas pelo parecer final, o quarteto tem tudo para se dar bem. Por conta do sumiço do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que deveria votar com a oposição, a tropa de choque governista tem maioria garantida para barrar a aprovação do relatório final.

Anotem, pois: senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Mais um que trabalha em favor do mote petista "Brasil, país de tolos".

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Roupa nova

Não, você não está no blog errado.

Fui eu que mudei o modelito - mudança que já era para ter acontecido em março, no aniversário do blog, mas que acabou sendo adiada por um misto de preguiça e falta de talento.


O fato é que o tempo é senhor da razão. Eu já estava quase protelando a mudança para março do ano que vem quando apareceu o talentoso Vlady Oliver. Caiu do céu feito um anjo, cheio de paciência e profissionalismo, para desaparecer com aquele template feito a facão.

E me convenceu de várias coisas: a primeira, que era hora dos leitores pararem de perguntar se aquela indiazinha era eu. A segunda, que eu não poderia, depois de três anos, abrir mão da indiazinha.

Então ficamos assim: à sua esquerda, eu mesma - com todos os efeitos especiais possíveis e imagináveis para burlar a minha timidez. Ao meu lado, a indiazinha, criação pra lá de carinhosa do Vlady, que passa a ser a mascote oficial deste blog.

Espero que vocês tenham gostado da mudança.

Eu adorei.

terça-feira, 6 de junho de 2006

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Foto: Gustavo Bezerra

Bruno Maranhão, líder do MLST - e Diretor dos Movimentos Populares da Executiva Nacional do PT - , comandando invasão e quebra-quebra no Salão Verde da Câmara dos Deputados na tarde de hoje.

A filiação ao PT vai sublinhada para que ninguém venha me dizer que o episódio foi armado pela oposição.

Feliz aniversário

Há exatos 365 dias, Roberto Jefferson lançava o novo verbete nacional: o mensalão.

Dos instintos primitivos do próprio Jefferson, passando pelo pseudo patriotismo de Fernanda Somaggio - hoje aspirante a deputada -, a cara de pau de Marcos Valério e as lágrimas de crocodilo de Renilda, foram muitas as emoções.

Pilhas de habeas corpus e doses cavalares de Lexotan permitiram que gente como Silvinho e Delúbio continuassem ocupando o posto de fiéis escudeiros do PT. Cassado, Zé Dirceu continua articulando em favor do governo Lula - e se empenha para reeleger petistas envolvidos, de uma forma ou de outra, no escândalo.

Não satisfeita com o título de "rainha dos pedidos de vistas", Ângela Guadagnin decidiu lançar-se na carreira circense, protagonizando um dos episódios mais vergonhosos que o Congresso já viu. Superou até mesmo a Severino Cavalcante que, ao sabor de um humilhante mensalinho, abandonou o cenário brasiliense para tentar garantir-se em seu curralzinho regional.

Com raríssimas exceções, uma oposição temerosa de que seus próprios pecados fossem trazidos à luz mostrou-se frouxa. Preservados, Azeredo e Brant podem lhes custar a reeleição de Lula. Que façam, pois, bom proveito deles.

Não fosse a corajosa denúncia do Procurador Geral da República, Antonio Fernando Souza, estaríamos chegando ao primeiro aniversário do mensalão de mãos vazias. Ela é, no final das contas, tudo o que temos.

O resto é cheiro de pizza...muita pizza - o que explica que o Congresso tenha amanhecido, na semana passada, fedendo a merda.

domingo, 4 de junho de 2006

Bola parada.

Esta semana, ao ler um post do Lins sobre o campeonato brasileiro de 1980, me dei conta de como funciona a minha relação com a paixão nacional.

Futebol me provoca sonolência. Aquela narrativa cadenciada, sempre no mesmo ritmo, funciona como o tique-taque de um relógio antigo. No rádio do carro, então, é tiro e queda: durmo quase que instantaneamente - uma vez que eu esteja no banco do carona, é bom que fique esclarecido.

Isto vai parecer quase uma heresia, quando eu lhes contar que meu pai era jogador de futebol. Sim, senhores: chegou a jogar no célebre Renner de Porto Alegre, embora tenha pertencido a uma geração para a qual "amor a camisa" significava ter que trabalhar em outra coisa para sobreviver.

Pois nem estes bons genes funcionaram de modo a me fazer mudar de idéia: acho futebol uma coisa muito, mas muito monótona. E me irrito, profundamente, com o tempo que se leva para armar uma jogada, chegar à pequena área e....nada! Bola por cima da trave, ou escanteio, ou qualquer outra coisa que não seja um gol.

Tanto isto é verdade, que só paro na frente da TV quando algo extraordinário acontece. Se alguém soltar um galo preto no meio do gramado - houve uma época em que isto era moda - ou um torcedor mais fanático invadir o campo para abraçar seu ídolo, lá estou eu, olhos grudados na telinha.

Pois o episódio mais curioso do qual me lembro ocorreu - sim, eu fui pesquisar - no dia 10 de agosto de 1978, no estádio do Morumbi. Partida decisiva para o campeonato nacional: Palmeiras x Guarani. Aos 26 do segundo tempo, o goleiro Leão deu uma cotovelada em Careca e foi expulso. Como o Palmeiras já fizera todas as substituições regulamentares, o meia Escurinho foi escolhido para defender o pênalti. É claro que Zenon marcou 1x0 para o Guarani.

Às vésperas de mais uma copa do mundo, fico imaginando quantas vezes a bola ficará parada, nos braços do juiz, esperando que algum episódio extraordinário seja resolvido.

Podem estar certos: sempre que isto ocorrer, lá estarei, tigela de pipoca no colo, curtindo o melhor do futebol.

Por falar no Renner, no ano passado o inesquecível time gaúcho teve sua história recontada em documentário produzido e dirigido por Alexandre Derlam. Aficcionados podem clicar aqui para ver o trailler de "Papão de 54".

sábado, 3 de junho de 2006

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Foto: Nariz Gelado

Uma pitada de imaginação e o terreno ao lado vira o Serengeti. E ela jura que é uma leoa.

Má companhia

Da coluna Radar, na Veja desta semana:

"A briga agora é na internet. José Dirceu e Roberto Jefferson vão criar blogs para se defender e acusar os inimigos. Principalmente, um ao outro."

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Finalmente

Grande revolução no mundo artístico.

A Arte Intestinal transformou-se em arte utilitária.

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Sempre ligado, Capitão me envia imagem exclusiva de ontem, durante a oficialização da chapa PSDB/PFL, no Congresso.

Por falar em exclusividade, Moreno anda bombando. Conseguiu uma entrevista com Geraldo Alckmin. Vale a pena ler.

Sem provas

São pesadíssimas as declarações de Zildete Leite dos Reis feitas ontem, durante depoimento à CPI dos Bingos.

Afirma ela que os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, receberam dinheiro de João Arcanjo Ribeiro, o Comendador Arcanjo.

Ela também afirma que teria ouvido uma conversa na qual Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e o Comendador tramaram o assassinato de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André.

Zildete teria presenciado tudo enquanto trabalhava como cozinheira para Arcanjo, que se encontra preso sob a acusação de comandar o crime organizado no Mato Grosso.

Suas declarações receberam pouco crédito - principalmente por parte da ala governista daquela CPI - e, segundo o relator, Garibaldi Alves (PMDB-RN), não há tempo para fazer mais do que um mero registro no relatório final, que deverá ser apresentado na próxima semana.

Para além da questão do tempo hábil, pesa contra o depoimento de Zildete o fato de que ela não apresenta provas materiais para as acusões.


Foi o que já pesou, uma vez, sobre os depoimentos de Roberto Jefferson e Fernanda Somaggio.