sábado, 17 de junho de 2006

"Se Lula ganha no primeiro turno, com expressiva maioria, tendo minoria no Congresso, vai sofrer forte tentação autoritária. Alguém que chega ao governo com 60 milhões de votos e fica com 60 deputados ou menos na Câmara, qual é a tentação dele? Convocar plebiscitos, convocar uma nova constituinte."

(Senador Cristovam Buarque, em entrevista a Josias de Souza)

5 comentários:

Alexandre disse...

Isso só ocorrerá se porventura o molusco vencer a eleição. Apenas uma hipótese, e eu não creio na sua concretização.

Abçs,

Peregrino disse...

NG,

A análise do Prof. Cristóvam Buarque é, eu creio de propositalmente, parcial. É óbvio que mantidas as condições atuais, sem ou quase sem oposição, se o Lula ganhar (no primeiro ou no segundo turno), fará o que quiser. O problema é que a coisa não será assim tão simples. O Lula (e seu grupo político) tem contra si um conjunto muito amplo de denúncias ainda não investigadas e que, de algum modo, terão de ser. Isto é, de cara, ele terá de enfrentar um problema na justiça. Além disso, o Lula, em 2006, mandou às favas a Lei de Responsabilidade Fiscal e como não dá para fazer omelete sem quebrar os ovos, a conta terá de ser paga. Como? Ou com controle de gastos durante os próximos anos (juros altos! ou com inflação alta (e, conseqüentemente, juros altos!). Não dá para fugir do figurino. (É claro que qualquer um que chegar terá de enfrentar esse problema. Embora alguém com mais credibilidade tenha mais chance de resolvê-lo sem tanta dor). O que estou querendo dizer com isso? É que, de qualquer forma, o Lula pagará pela sua falta de competência (ou será falta de caráter?) para gerir a coisa pública. Lembra do Sarney? Quase foi escorraçado pelo Collor! É o que acontecerá ao Lula, se for re-eleito, no primeiro ou no segundo turno.

Carl Amorim disse...

NAriz querida,

Dê uma olhada na reportagem de Veja sobre a participação do PT na praga da Vassoura de Bruxa que devastou a economia cacaueira da Bahia. A irresponsabilidade da PTralhada é de chorar.

beijos

lenita disse...

Às vezes até prefiro que ele vença, para sair escorraçado dentro de poucos meses.
Mas logo esse pensamento passa. Ele não pode vencer. Ele não vai vencer!

Renato Martins disse...

O apoio popular que Lula obteve para eleger-se em 2002 é uma oportunidade que aparece uma única vez na vida de um líder de massas. Hoje, aquele Lula, não existe mais no ideário nacional.
A convocação do povo para substituir a falta de apoio parlamentar se configurada a intransigência inconformista, a mera sabotagem por insensibilidade política e, após esgotados os recursos de negociação, seria a voz das ruas vitoriosa, na legitimidade das intenções do Lula das promessas de campanha, por este convocada a exprimir-se uma vez mais alto. Era o governo do estadista que não se configurou. Que decepcionou neófitos votantes no PT convencidos da lucidez das bandeiras de Lula diante da miséria em que se demoram tantos irmãos. Hoje, o que há é uma massa de manobra assalariada e treinada para servir porque está sendo servida, a fundo perdido, com o produto do suor de quem já compreendeu o trabalho. Se o Lula deformado que mente por sobreviver, que já vendeu as ilusões, que vestiu a capa do capeta para vingar seus companheiros derrubados, se propõem a bater de frente com a realidade, temos diante de nós um ser maléfico clamando inconscientemente o abate que o liberte de endividar-se eternamente com a verdade histórica que o conduziu ao topo da república.