quarta-feira, 19 de julho de 2006

Transfusão ( I )

É certo que a lista dos "sanguessugas" divulgada no dia de ontem ainda está sob investigação.

É quase certo, também, que ela vai aumentar. No último mês, a boataria deu conta de 70, 90 ou mais de 100 parlamentares envolvidos no escândalo das ambulâncias .

Quer trabalhemos sobre os números de ontem, quer aguardemos para ver a lista aumentar, o certo é que fica cada vez mais real aquela afirmação tantas vezes repetida por Roberto Jefferson. Do alto de sua duvidosa probidade, Jefferson cansou de repetir que nunca vira uma Câmara Federal tão baixo nível.

Se não estou enganada, a primeira vez que o ex-deputado emitiu tal opinião foi por ocasião de seu depoimento ao Conselho de Ética. Mas de uma coisa eu lembro bem: ao ouvir a declaração, saltei da poltrona. Quando alguém que pertenceu à tropa de choque de Fernando Collor diz algo assim é porque a coisa atingiu níveis jamais vistos.

A esta altura, ninguém mais pode duvidar de que, a fim de se livrar de sanguessugas e outros parasitas, a Câmara Federal precisa urgentemente de uma renovação - chamem de transfusão sangüinea, se preferirem entrar no clima destes tenebrosos dias.

Mas alto lá. Escolher alguém apenas porque é novo e - justificativa que muito se ouve por aí ultimamente - " nunca teve uma chance" não é garantia de qualidade. Ninguém recebe transfusão sem que, antes, o sangue novo seja muito bem examinado.

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