segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Chá de camomila

Para quem anda ansioso, sugiro leitura daquela que me parece ser, até agora, a avaliação mais correta sobre a campanha de Geraldo Alckmin: o artigo do cientista político Paulo Moura.

A mídia quer matérias de impacto - quer, no mínimo, ver reconhecido o bom trabalho de investigação que realizou ao longo do ano passado. É por isso que vive se queixando de que a campanha está monótona. Alckmin e a equipe por ele escolhida - é sempre bom lembrar este detalhe - querem ganhar a eleição. É por isso que não estão dando ouvidos à mídia.

Quanto a nós... Bem...sugiro que sigamos o conselho de minha avó materna, que preparava um chá de camomila como ninguém: antes da guerra, todos os ânimos se elevam. Mas a vitória pertence aos que não se deixam cegar pela emoção das batalhas.

25 comentários:

Aluizio Amorim disse...

Nariz: li o artigo. Mas vejo como um grande problema as dificuldades da oposição em mostrar os motivos pelos quais vale a pena mudar. E ainda há os terríveis problemas internos da composição que apóia Alckmin. Entretanto, há algo a me dizer que está tudo muito misterioso. Alguma coisa tem de acontecer, não é possível que tenhamos mais quatro anos perdidos. E a vida é uma só.

Abs
Aluízio Amorim

Coronel disse...

Nariz, belíssimo artigo.

O mais importante é a constatação de que Alckmin está no piso e Lula está no teto. E que não basta bater no Lula, tem que tirar votos dele, o que torna a engenharia mercadológica bem mais complicada. A estratégia, como temos saudado "abaixo de pau"até de oposicionistas, lá no Noblat, é a mais correta. Hoje tem pesquisa. E já vai dar uma mexidinha pra cima. Um beijo. Coronel.

Maridalva disse...

Bom dia NG,

Alguns dias atrás você nos chamava a atenção para não ficarmos apenas na net divulgando nossos comentários, falou que podíamos usar até nossa hora de almoço para isso.
Eu trabalho em sala restrita, mas atendo pessoas de várias classes tanto econômicas como em nível de estudos, não são muitas, mas as poucas pessoas com quem posso conversar estou não pedindo voto para Alckmin, mas fazendo ver e observar o trabalho, o valor da honestidade, a diferença entre lula e Alckmin em exemplos do nosso dia a dia e de nossa cidade que é pequena, portanto muito mais fácil de notar o quanto estas diferenças influem em nossa vida.
Pelo menos estou conseguindo que concordem comigo que é preciso mudar e que nosso voto mesmo sendo um só,é importante.
Ou seja NG, estou tentando fazer a minha parte.

Abs

recasampa disse...

pra quem tiver interesse, no site do TSE, as candidaturas da dançarina da pizza _ angela gualdimin e a do João Paulo Cunha (mensaleiro) foram INDEFERIDAS

paulo leme disse...

Torço para Moura estar certo, mas acho sua análise mais uma peça de vontade, querendo q as coisas aconteçam deste jeito. (aliás eu tb).
Mas há q se desfazer Lula sim, chamá-lo as falas, revelar sua falsidade e hipocrisia, um discurso magnânimo e popular, cheio de frases de efeito, escondendo um perfil caudilhesco.
Alckimin tem q ser reconhcido por um povo q desconhece termos como "investimento" "PIB", "infraestrutura",
"reforma tributária", q somente quer mais dinheiro sobrando no fim do mês, mesa farta, comida barata, cestas básicas, escola para os filhos, segurança nos onibus, transporte bom e barato, atendimento nos postinhos, e Geraldinho com seu discurso, até agora não conseguiu.

Tunico disse...

O material da oposição é riquíssimo. Devemos saber quando e se vão usar.Aguardemos mais um pouco.

stefano disse...

...tem certeza, NG, que eles querem ganhar a eleição? o partido do qual Tasso Jereissati é presidente? ...sei...o mesmo partido do Silvério 2006 das Gerais?...tô sabendo...o mesmo, do Pavão Imperial que diz na revista masculina que "o melhor para o Brasil seria o Serra" ? ...ãh, bem...beleza...é que às vezes os confundo um pouco com o pessoal do outro lado.

Ruy disse...

Nariz, continuo achando admirável sua disposição em ser uma espécie de cheerleader da campanha do Alckmin. E continuo discordando, de você e do Moura. Não se trata de "dar ouvidos à mídia" -trata-se de reverter uma situação em que Alckmin está MUITO atrás do sapo barbudo, faltando menos de um mês e meio para o primeiro turno. Como o Reinaldo Azevedo, entendo que não faz o menor sentido adotar estilos semelhantes para situações tão diferentes quanto a do Alckmin e a do Serra. E até acredito que o ex-governador paulista queira ganhar -mas não vejo a mesma vontade em vários dos seus "aliados".

E, quanto a esse "a vitória pertence aos que não se deixam cegar pela emoção das batalhas", é muito bonito, edificante e tal -mas, até agora, quem "não está se deixando cegar" é justamente aquele não queremos ver na Presidência por mais quatro anos. Um beijo.

(N.G.: Mercadante está batendo no Serra, Ruy. Quanto ele já subiu nas pesquisas, desde que a campanha começou? "Give me an A, give me a L"....Um beijo da cheerleader.)

Swordfish disse...

Tenho acompanhado muito pouco das campanhas na TV, mas até agora vi os programas do Lula e do Alckmin muito iguais. Eu fiz isso na presidência, e eu fiz isso no governo de SP. Não há motivo algum para o eleitor chave (perfil desenhado pela VEJA) mude sua opinião. Pelo contrário, o Lula é a certeza (fará o que vem fazendo) e o Geraldo é a dúvida. Continuar assim é manter o status, ou seja, o que o Lula quer.

Para mudar, tem que haver uma razão forte. Por exemplo, quebrar o sigilo do amigo Okamoto e desmascarar esta farsa. Ou ligar diretamente o presidente ao mensalão, favorecimento, corrupção.

Acho que tem que partir para o confronto. Diretamente. Mostrar as mentirase falcatruas do apedeuta.

O Editor! disse...

NG,

Vc rebate o texto do Ruy, aí embaixo, dizendo que o Mercadante bate no Serra, e que não cresceu nada.

Temos aí uma verdade parcial, e uma comparação razoavelmente equivocada.

A verdade parcial é que, realmente, Mercadante não subiu nada. Mas Serra, mesmo que pouco, está apresentando viés de queda. Seus votos estão diminuindo um pouco, 1, 1,5, 2, pontos por pesquisa. Isso é pouco, mas é fato.

A comparação equivocada está no fato de que Mercadante somente tem para bater no Serra a questão do "compromisso de permanecer na Prefeitura". E não tem nada para fazer o contraponto (pois concordo que só bater não ganha eleição, mas é necessário bater, e bater forte). Já o Alckmin, tem toda a munição do mundo para bater no Lula (Waldomiro, Dirceu, Genoíno, Okamotto, mensalão, sanguessuga, cheque em branco, aerolula, 10 milhões de empregos, 15 milhões do Lulinha, crise ética, estradas, agronegócio, MST, Petrobrás-Bolívia, etc.).

Quando se está atrás das pesquisas, tem-se um trabalho duplo (ou dois trabalhos, como encaram Mercadante e Quércia, com razão): Tirar votos do principal candidato, e atrair esses votos com os indecisos para sua candidatura.

Mercadante, junto com Quércia, neste momento, somente pensa em tirar votos do Serra. Para tentar conquistá-los somente no segundo turno.

E existe mais um diferencial. Disputar uma campanha de Governo, sem candidatos no poder, em um segunto turno, mostra uma eleição difícil e dividida. Disputar uma Reeleição Presidencial em segundo turno, é sair das eleições enfraquecido, pois no primeiro turno mais de 50% da população disse que não confiava no seu trabalho. E se saiu vitorioso no segundo, é porque, para muitos, foi a escolha do menos pior, a famosa "segunda opção".

Alckmin precisa (não tenho como enfatizar o suficiente esta palavra) tirar votos do Lulla. Precisa levá-lo para o segundo turno. Porque elle sabe muito bem o que este segundo turno significa. E por isso mesmo estará nervoso se não levar no primeiro turno. Estará falando mais, estará gritando mais, e, portanto, fazendo mais besteira. Se indispondo com mais gente (do povo).

Não é necessária uma campanha destrutiva ao extremo, um festival de lama e de excrementos, com acusações sem fundamento, sem achismos, sem xingamentos. Precisamos apresentar fatos. Ligar o homem à obra. Lembrar que o Presidente tem a obrigação legal de saber e responder pelos crimes que foram cometidos em seu governo por ministros e assessores (culpa in eligendo). Lembrar que o pai de família pode não saber se a filha ou o filho tem problemas com drogas ou com a justiça, mas que se não sabe que a mulher o trai na sala do lado enquanto ele está jantando (Waldomiro e Dirceu), além de corno, é burro.

Abraços,

O Editor!

MARVADO disse...

Pois é, tatica muito mal elaborada. O brasileiro gosta de sangue e de verdades. Ou se troca rápidamente o mote da campanha e principalmente o marqueteiro ou troca-se simplesmente Alckmin pelo Boi Bandido. Nào vai fazer nenhuma diferenca.

Antonio disse...

Parabens pelo excelente blog.Ainda bem que temos patriota como você.Nossa nação tem quer gente boa igual a ti

Kika Albuquerque disse...

Nariz,

Juro que estou tentando manter o otimismo quanto à campanha do Alckmin. Mas que dá nos nervos, dá.

Meu blog voltou a funcionar. Finalmente consegui me entender com o computador novo...hehehe

Recebi um relatório em PDF sobre fraudes nas urnas (Guarulhos).
Você recebeu isso?
É simplesmente as-sus-ta-dor.
Se não tiver recebido e quiser, me avisa que te envio.

bj

Kika

Ruy disse...

Nem sei se o termo é exatamente "bater", Nariz. É, como diz o Swordfish, partir para o confronto direto com o Efelentífimo, mostrando todas as falcatruas etc. Há material de sobra para isso -por que o Alckmin não se vale dele é algo que, honestamente, escapa à minha compreensão.

O Mercadante bate como legítimo petralha, com a canalhice de costume, mas sabe que só tem alguma chance de subir se chutar a canela do Serra. Não sei se ele conseguiu subir -sei, porém, que na campanha federal a distância entre Alckmin e sua "ênfase propositiva" e o Apedeuta se torna cada vez maior. Agora, segundo o Datafolha, está em 24 pontos (49% a 25%). E aí? Faltando pouco mais de um mês, o picolé-de-chuchu vai continuar dizendo que a campanha "não começou"?

Adoraria estar errado, juro. E você sabe disso. :) Beijos.

lenita disse...

Sinto muito, NG, mas hoje minha decepção foi imensa! O que é que está havendo? Deve haver alguma coisa que justifique essa pasmaceira do candidato do PSDB. A traição de alguns elementos do partido não ajuda, é verdade, mas nós não precisamos de um candidato mártir para vencer o Lula. Precisamos de um São Jorge Guerreiro para enfiar a lança no dragão!
O ex-governador parece conformado com a situação! Nunca vi nada igual. O que tem de gente se queixando e comentando que entrega os pontos, ou vota nulo, ou não irá comparecer, é uma grandeza. Tá russo, NG. Faço força para manter a esperança, mas o homem não ajuda!
O Lula está na batalha com todas as armas que tem. O Alckmin não pode responder aos tiros com acenos e rapapés. Creio que quem está se deixando cegar pela emoção da batalha é o candidato do PSDB. Será que alguém pode lembrar a ele um bom ditado português: "Fia~te na Virgem e não corras...".

Cesarotti disse...

O PSDB escolheu errado. É um partido de quadros, compromissado com a reforma das instituições, o respeito à coisa pública e a superação do atraso político. Tem homens de idéias, formados na resistência contra a ditadura e nos cânones da social-democracia, como Serra, Aloysio Nunes, Alberto Goldman e Tasso. Alckmin é muito inferior a todos eles. É um político de interior, academicamente medíocre, carola e provinciano. É ele, à sua maneira, um apedeuta. É, portanto, incapaz de se juntar a pessoas de nível. Para comparar, o Secretário de Justiça de Covas era José Affonso da Silva, um dos maiores constitucionalistas do Brasil. O de Alckmin, foi Saulo de Castro Abreu.

O nosso horror a Lula não o transforma em santo, em alguém preparado; também não lustra a sua biografia, marcada por relações promíscuas com nomes associados à corrupção, como Campos Machado, Rodrigo Garcia e Paschoal Thomeu.

Alckmin não vai ganhar. Não é o anti-Lula, mas um mini-Lula, numa versão mais à direita e menos carismática. Ambos são podres e desqualificados. Prefiro não votar em nenhum.

Ruy disse...

Ah, só agora vi o comentário do Editor. Concordo inteiramente com ele.

Leonardo Rocha disse...

Perguntei para a minha funcionária se ela votava em lula, geraldo ou alckmin, ela disse que não sabia.... mas insisti e ela disse que votaria naquele carequinha que foi ministro da saúde.
Rs....
No meio da campanha colocar Geraldo 45, e acontecer o que acontece em Pernanbuco (terra do vice do Alckmin), agora no Ceará (terra do presidente nacional do PSDB) o Lucio Alcantara do PSDB apoiar o LULA e ainda em entrevista o FHC afirmar que o melhor candidato para o Brasil seria o Serra....
Penso sinceramente que jogaram o alckmin em uma fria sem precedentes, ele é o ideal de candidato a perder? Pq o PSDB faz isso com ele? Isso não é certo!!! Não é possível que com esses tipos de atitudes a oposição quer ganhar a eleição....

Leo disse...

Concordo com o Ruy.

E se a estratégia do Alckmin for essa mesma, na hora em que ele começar a desmontar Lula, vai parecer que é mais desespero dele do que verdade dos fatos. Aí, a Inês será morta.

Jorge Nobre disse...

Nariz, Eu ando com uma bruta raiva do Alckmin, que tirou o Serra da disputa para depois ser "gentleman" com o Lula!

Bem, ele só precisa ir para o segundo turno e daí ganhar no segundo. Mas desse jeito não vai dar. E quando ele começar a bater pra valer, Nariz, o povo vai achar que é mais um desesperado apelando para baixaria que um tribuno sincero. A diferença é grande, e não vejo sinal de virada.

É claro que, como o Ruy, eu também espero estar errado.

Soube? disse...

Aja camomila Nariz...

Mas é o remédio certo, acalma e faz bem para o estômago...

vera disse...

SOS BRASIL! Eu quero a minha mãeeeee... manhêeeee! Um senador custa em média 125 MIL REAIS POR MÊS no Brasil!!! Temos 81 senadores! SOS BRASIL!

Rodrigo Xavier disse...

Olá Nariz,

Alckmin ainda não está se sobrepondo a Lula. Seus videos estão aquém do que se espera de um líder. Retornarei a isso.

Cristovam é de uma humildade de constranger. Sua fala minimiza a questão educacional, de um tema estratégico a um discurso modorrento. Uma pena, poderia incrementar estas eleições.

Lula registra a seu favor, o esquecimento do povo beneficiado com Bolsa Família e dólar baixo, sobres os episódios Waldomiro Diniz a Sanguessugas. Seus programas eleitorais ainda fidelizam seus 40/50% de aceitação.

Para Alckmin é necessário maior fôlego, mais pujança e, claro, impacto. Se ele não é o professor bonzinho, também não é um trator sobre o petista. A eficiência não move eleições. É necessária uma categoria de preponderância.

Ser líder, portanto, resulta em ser reconhecido como eixo motriz de um grupo, dominando o entendimento que dele se espera. E isso Alckmin não vingou. Há um equívoco sobre a polidez que ele contrapõe a Lula. Alckmin evita soar arrogante, mas deveria se posicionar como um guerreiro. E não como executivo.

queiroz disse...

E' o Paulo Moura tem toda a razao o alckmin tem grandes chances de ganhar no primeiro turno. HAHAHAHA.
Ele tambem deve acreditar em papai noel.

jml disse...

Vou mentir, não. Pelo andar da carruagem, vou precisar de um BALDE de chá. Cheio até a tampa. A amiga poderia me passar a receita de sua amada avó ?