terça-feira, 31 de outubro de 2006

Futurologia... ou de como os próximos dias pavimentam 2010

Leio por aí que o PSDB vai viver, nos próximos dias, um dilema delicado: ser oposição sem que seus governadores eleitos explodam as pontes de diálogo com o Governo Federal. E - não me surpreende nem um pouco -, enquanto eu preparava este post, José Serra dava notícias de sua capitulação.

Embora alguns tucanos pareçam bastante afoitos para abraçar Lula, eu sugiro cautela e atenção redobrada. A questão primeira é: o PSDB quer ter alguma chance em 2010?

Caso a resposta seja positiva, os tucanos devem priorizar a lição que receberam das urnas no último domingo: derrotar o PT de Lula não é trabalho para uma campanha de três meses ou para um ano e meio de denúncias. Derrotar o PT de Lula implica declarar-lhe guerra implacável desde já - principalmente, fazendo a tal oposição "irresponsável", como eles sempre fizeram, sem jamais admitir que se está agindo assim.

É isso ou nada, meninos emplumados. Não adianta choramingar boas intenções. Não se preocupem que o país agüenta - e se, no final das contas, a coisa ficar muito ruim, teremos reunido um bom material de campanha contra Lula. É assim que se ganha eleição no Brasil - e eu espero, sinceramente, que o PSDB tenha aprendido pelo menos isso com o PT.

Qualquer outra atitude por parte do PSDB será interpretada como desonra pela grande maioria dos que votaram na legenda a fim de que ela se apresentasse como oposição ao governo Lula. Eis, aí, a verdade nua a crua: o PSDB recebeu votos menos pelo que é e mais pelo compromisso de apresentar-se como oposição ao lulismo. Se capitularem neste quesito, os tucanos condenarão o partido a um movimento fatal de retração - e deixarão o flanco aberto para que outros cresçam neste vazio. Ou seja: Fernando Henrique Cardoso que trate de amarrar suas cabritas em corda curta porque o bode do Lula está solto.

Quem se habilita?

Deve-se notar que os escândalos do último ano meio, somados à decepção daqueles quase 40 milhões de brasileiros com a reeleição de Lula, talvez tenha preparado o ambiente para o surgimento de um partido verdadeiramente de direita no país.

Toda a pouca vergonha do primeiro mandato de Lula colaborou para acabar com os pudores daqueles que, embora defendessem muitas idéias de direita, sentiam-se envergonhados de serem rotulados como tal. De certa forma, o desmanche público da imagem lúdica do presidente-operário - e, principalmente, das "boas" a "imaculadas" intenções da esquerda - liberou o pensamento direitista do trauma que ele normalmente carrega em países que, como o nosso, passaram por ditaduras de direita.

Mas é pouco provável que, com a nova cláusula de barreira, alguém se aventure a fundar um novo partido. O mais lógico é que o PFL se apresente como legenda capaz de dar voz a esta "direita desavergonhada" que começa a surgir. Caso se proponha a sair do armário - e a assumir, de fato, um programa de direita - o PFL pode tirar proveito deste novo ambiente para crescer em número de filiados.

Mas não é só isso: diante de uma hipotética capitulação tucana, o PFL será, ao final de quatro anos, tudo o que restará enquanto oposição. Pelo menos para efeitos de discurso, é assim que ele poderá se apresentar dentro de quatro anos, apontando nas alianças tucanas sinais claros de cumplicidade com o PT. De posse de tal discurso - e num quadro eleitoral novamente polarizado - este novo PFL, que a princípio abrigara apenas a direita desavergonhada, irá cooptar um bom número de insatisfeitos dentre aqueles quase 40 milhões que não votaram em Lula. Justamente aqueles que se sentirão traídos se, nos próximos dias, o PSDB tomar alguma outra atitude que não a oposição ferrenha ao governo petista.

A bola está no ar

Resta saber quem saltará para pegá-la primeiro. O PFL está dando mostras de que não quer conversa com o governo Lula. Hora mais do que propícia para o PSDB fazer jus aos votos que recebeu e encontrar alguma organicidade para tentar - agora sim, é hora para isso - pavimentar 2010.

O certo é que quem sentar no colo de Lula, como acaba de fazer o recém eleito governador de São Paulo, dificilmente terá credibilidade para apresentar-se como oposição.

Cai o primeiro (não me surpreende que seja ele)

No final da tarde de hoje, José Serra mandou beijinhos e promessas de carinho para Lula.

Declarou o governador eleito de São Paulo: "Não somos, não fomos e nem seremos adeptos do quanto pior melhor na política brasileira. Seremos oposição porque não somos iguais."

José Serra, vamos falar francamente: você não é a pessoa mais habilitada para falar em nome da oposição. Não vi, de sua parte, qualquer empenho em apear Lula do poder. Se alguma vez você fez parte da oposição - coisa que eu duvido - acaba de capitular. Junte-se, pois, aos seus e seja feliz. Sem meu voto, fique bem claro.

Enfim, os focinhos stalinistas estão de fora

Mas o que foi que eu lhes disse hoje, às 10:43 da manhã?

Menos de 48 horas depois da reeleição de Lula , jornalistas da Veja foram intimidados pela Polícia Federal.

Leia aqui e aqui

Futurologia....mas nem tanto.

Leio por aí que o PSDB vai viver, nos próximos dias, um dilema delicado: ser oposição sem que seus governadores eleitos explodam as pontes de diálogo com o Governo Federal.

Não acho que esta seja a questão primeira. A questão que se coloca antes dessa é: o PSDB quer ter alguma chance am 2010?

Caso a resposta seja positiva, os tucanos devem priorizar a lição que receberam das urnas no último domingo: derrotar o PT de Lula não é trabalho para uma campanha ou para um ano e meio de denúncias. Derrotar PT de Lula implica declarar-lhe guerra implacável desde já - principalmente, fazendo oposição "irresponsável", como eles sempre fizeram, sem jamais admitir que se está agindo assim.

É isso ou nada, queridos. Não se preocupem que o país agüenta - e se, no final das contas, a coisa ficar muito ruim, será mais fácil culpar Lula ao final do seu segundo mandato. É assim que se ganha eleição no Brasil - e eu espero, sinceramente, que o PSDB tenha aprendido pelo menos isso.

Qualquer outra atitude por parte do PSDB será interpretada como desonra pela grande maioria dos que votaram na legenda a fim de que ela se apresentasse como oposição ao governo Lula. Eis, aí, a verdade nua a crua: o PSDB recebeu votos menos pelo que é e mais pelo compromisso de apresentar-se como oposição ao lulismo. Se capitularem neste quesito, os tucanos condenarão o partido a um movimento fatal de retração - e deixarão o flanco aberto que outros cresçam neste vazio.

Quem se habilita?

Deve-se notar que os escândalos do último ano meio, somados à decepção daqueles quase 40 milhões de eleitores com a reeleição de Lula, talvez tenha preparado o ambiente para o surgimento de um partido verdadeiramente de direita no país. Toda a pouca vergonha do primeiro mandato de Lula colaborou para acabar com os pudores daqueles que, embora defendessem muitas idéias de direita, sentiam-se envergonhados de serem rotulados como tal. De certa forma, o desmanche público da imagem lúdica do candidato-operário - e, principalmente, das "boas" a "imaculadas" intenções do pensamento de esquerda - liberou o pensamento direitista do trauma que normalmente lhe é atribuído em países que, como o nosso, passaram por ditaduras de direita.

Mas é pouco provável que, com a nova cláusula de barreira, alguém se aventure a fundar um novo partido. O mais lógico é que o PFL se apresente como legenda capaz de dar voz a esta "direita desavergonhada" que começa a surgir. Caso se proponha a sair do armário - e a assumir um programa verdadeiramente de direita - o PFL pode tirar proveito deste novo ambiente para crescer em número de filiados.

Mas não é só isso: diante de uma hipotética capitulação tucana, o PFL será, ao final de quatro anos, tudo o que restará enquanto oposição. Pelo menos para efeito de discurso, é assim que ele poderá se apresentar dentro de quatro anos, apontando nas alianças tucanas sinais claros de cumplicidade com o PT. De posse de tal discurso - e num quadro eleitoral novamente polarizado - este novo PFL, que a princípio abrigara apenas a direita desavergonhada, irá cooptar um bom número de insatisfeitos dentre aqueles quase 40 milhões que não votaram em Lula - gente que sentirá traída se, nos próximos dias, o PSDB tomar alguma outra atitude que não a oposição ferrenha ao governo petista.

A bola está no ar

Resta saber quem saltará para pegá-la primeiro. O PFL está dando mostras de que não quer conversa com o governo Lula. Hora mais do que propícia para o PSDB fazer jus aos votos que recebeu e encontrar alguma organicidade para tentar - agora sim, é hora para isso - pavimentar 2010.

Vá cobrar do Lula

Ontem fui a uma gráfica expressa e mandei fazer cartões de visita para entregar sempre que alguém ou alguma entidade me abordar para pedir auxílio - ou simplesmente para reclamar da situação do país.

No cartão, estão o endereço e os telefones do Palácio do Planalto. Em destaque, no local onde normalmente vai um nome, a frase:

"Pago meus impostos em dia...Vá cobrar do Lula"

Está mais do que na hora dos brasileirinhos aprenderem que o voto depositado na urna tem conseqüências.

Ah... Como eles mostram a cara rapidinho, não?

"Eu prefiro a ditadura do que a imprensa"

(Grito sincero de um dos petistas que agrediram jornalistas ontem, no Palácio da Alvorada)

Direto do tanque (I)

Vamos começar a lavagem da roupa suja. A coisa vai ser lenta, no tanque mesmo - e não na máquina -, que é para não deixarmos de lado qualquer manchinha.

Eu não sei quem foi. Mas tenho para mim que alguém deve ter dito a Geraldo Alckmin, tão logo ele ingressou no segundo turno, que era preciso - e possível! - crescer no Nordeste. É o que se deduz ao rever os programas eleitorais e os debates deste último mês: Geraldo Alckmin só falava no Nordeste. Somente na décima hora, quando as pesquisas já mostravam os estragos desta estratégia em regiões onde o candidato tucano fora favorito no primeiro turno, que a campanha de Alckmin lembrou de citar os responsáveis pela prorrogação do peito.

Quando o primeiro programa do segundo turno foi ao ar, eu não acreditei: nenhuma palavra de Alckmin para as regiões sul e sudeste. Nenhuma referência aos percentuais magníficos que o candidato alcançara naqueles estados. Para minha total imcompreensão, a campanha do segundo turno abriu com Geraldo brindando com propostas àqueles que lhe haviam virado as costas e esquecendo-se, por completo, de ao menos mencionar seus recém conquistados redutos eleitorais. Que bajulassem o Nordeste à vontade, se isto lhes parecia imperativo. Mas que não deixassem o flanco aberto onde haviam se saído bem.

O estapafúrdio da estratégia anunciou-se naquela mesma primeira noite do segundo turno, quando a campanha de Lula ignorou os números para declarar, descaradamente: "o Rio grande Sul disse sim a Lula; Santa Catarina disse sim a Lula; o Paraná disse sim a Lula; São Paulo disse sim a Lula" e por aí a fora... Semanas se passaram e fiquei esperando, em vão, que alguém se apresentasse para desmentir.

Não, eu não imaginava um discurso separatista ou algo do gênero. Também não estou desfazendo o Nordeste. Mas numa campanha política deve-se trabalhar com a realidade. E a realidade é que Lula dificilmente perderia pontos no Nordeste. Eu juro que esperava, da parte de políticos tão experientes, o cumprimento de uma estratégia simplória, presente em qualquer manualeco de guerra: é preciso fortalecer a vigilância em territórios já conquistados, antes de aventurar-se pelos domínios inimigos. Principalmente quando o território inimigo é praticamente um caso perdido.

Logo, de onde tiraram a idéia de que Geraldo Alckmin poderia crescer no Nordeste - logo lá, onde Lula reina ! - é uma das muitas perguntas que deve ser respondidas a respeito desta campanha.

Os resultados de tão "genial" estratégia estão aí para quem quiser ver: somada ao terrorismo das privatizações promovido pelo PT, ela provocou a queda do candidato tucano em estados que se haviam apresentado como redutos alckmistas no primeiro turno. E tal queda não foi - como poderia prever qualquer criancinha de dez anos - compensada por um crescimento no Nordeste.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

E as pesquisas?

Quebrei a cara com as pesquisas. No segundo turno, fique bem claro. Porque no primeiro, foram elas que quebraram a cara.

No primeiro turno, as pesquisas publicadas erraram ao longo de quinze dias, dando vitória para Lula já em 1º de outubro. Mostravam, é certo, como querem alguns, uma "tendência de subida". Mas vaticinavam que a coisa se resolveria no primeiro turno, sim senhores, só se retratando na boca de urna. Na ocasião, perderam feio para o tracking telefônico, que avisava empate técnico uma quinzena antes das eleições. Por este motivo perguntei, à época: que raios de distorção é essa do tracking que consegue acertar mais do que as pesquisas que utilizam as metodologias convencionais?

Ora, vejam que interessante: no segundo turno, o mesmo tracking, feito pelos mesmos institutos, errou feio. E as pesquisas convencionais acertaram na mosca. Pelo tracking, a diferença entre Lula e Alckmin ficaria entre 7 e 10 pontos percentuais. Eis que a tal distorção da ferramenta, que praticamente não se fizera sentir no primeiro turno, mostrou agora todo o seu poder.

Pois eu gostaria que algum especialista viesse aqui nos explicar: porque as tão faladas distorções do tracking se apresentaram apenas no segundo turno?

É que estou tentando a colocar-me no lugar de um político que, diante de um novo pleito eleitoral, tivesse que decidir-se por contratar ou não o tracking telefônico. O que eu ouviria? Que o tracking é confiável, embora distorça, mas que, em algumas ocasiões, ele consegue ser mais confiável do que as pesquisas convencionais - estas também, totalmente confiáveis, embora, em algumas ocasiões sejam suplantadas por uma ocasional precisão do tracking?

Hum....pensando bem, é melhor colocar-me no lugar de alguém que venda trackings e pesquisas convencionais. Além de lucrativa, esta posição está me parecendo espantosamente mais cômoda.

Um recado

Entre a governabilidade e o caos, eu fico com a vergonha na cara.

Qualquer um que capitule será considerado inimigo.

Não serei misericordiosa.

De Ana Terra a Yeda

Como bem ensina a nossa história, construída sobre os pilares das grandes migrações, não é preciso nascer no Rio Grande para ser gaúcho. Para ser gaúcho, é preciso ser tocado pelo vento Minuano e deitar o olhar nestes horizontes sem fim dos nossos pampas. É preciso sentir o coração apertar com o incomparável azul do nosso céu e desenhar segredos em janelas embaçadas pelo frio.

Nada disso lhe faltou, dona Yeda.

Hoje, nas páginas sempre vivas de Érico Veríssimo, Ana Terra e Bibiana abrem os braços para receber uma nova guerreira tornada história: Yeda Crusius, primeira mulher a governar o Rio Grande do Sul.

domingo, 29 de outubro de 2006

Três anos e oito meses depois.

Este blog nasceu em 5 de março de 2003. E nasceu para ser um espaço de discussão política e resistência, num momento em que os blogs dedicados exclusivamente a política praticamente inexistiam.

Na época, a idéia de "resistência" ao governo Lula parecia exagerada. Ao longo de 2003, o que tínhamos eram os silêncios do governo Lula em relação aos desmandos ditatoriais de Fidel Castro e as constantes demonstrações de ignorância do nosso mandatário. Foi só em outubro daquele ano que surgiu um primeiro e pequeno escândalo: Benedita da Silva viajou por conta do governo para um encontro religioso na Argentina.

Mas logo as causas para a resistência começaram a se apresentar de forma mais clara. Em fevereiro de 2004, veio à tona o escândalo de Waldomiro Diniz. Em maio do mesmo ano, a tentativa de expulsar o correspondente do New York Times, que ousara comentar os hábitos etílicos do presidente, demonstrou que tendências pouco democráticas se haviam apossado do Palácio do Planalto - e, o que era pior, estavam ganhando adeptos na oposição. Em agosto, os arroubos totalitários ganharam forma na tentativa de fundar um "conselho de jornalismo". E como se a proposta, por si só, não fosse suficientemente descarada, o presidente ainda deu-se ao direito de se irritar com a reação negativa da sociedade.

Até então, os números deste blog eram modestos. Mas havia leitores e comentários - é bom que se diga, já que os comentários antigos foram perdidos quando mudamos do nosso endereço inicial no Blogger para este acolhedor cantinho do Apostos. Só que o grande salto de visitação se deu, em maio de 2005, por obra e graça da crise do mensalão. Foi a partir de então que o tímido número de 50 visitantes por dia não parou mais de aumentar: hoje, a visitação deste blog oscila entre 900 a 1.200 visitas por dia - durante este período eleitoral, chegamos registrar 1.635 visitas em um só dia. É muito para um blog que não conta com mais do que a força de seus próprios leitores para ser divulgado.

Nestes três anos e oito meses, acumulamos 771 posts e 11.043 comentários de resistência ao petismo e a todos os seus males. Acumulamos, também, novos amigos, novas experiências e alguns fracassos. Fracassos como o de hoje, que nos mostram que, embora tenhamos nos empenhado muito, ainda não falamos alto o suficiente para sermos ouvidos. E é bom termos consciência de que um fracasso como o desta noite só vale a pena se aprendermos com ele. E mais: um fracasso como o desta noite, não ocorre sem que existam culpados. Estejam certos de que este blog tomará satisfações a cada um deles.

Mas acumulamos também sucessos. Zé Dirceu foi cassado, Palocci demitiu-se e o PT troca de presidente como uma adolescente troca de roupa. Também é verdade que, se este blog nasceu quando blogs dedicados exclusivamente à política praticamente inexistiam, hoje a blogsfera está coalhada deles.

Este blog nasceu em 5 de março de 2003. E nasceu para ser um espaço de discussão política e de resistência ao petismo. E é assim que ele continuará. Sem rabo preso, sem panos quentes e, principalmente, sem pactos com a governabilidade- ou qualquer outro tipo de acordão com nome bonito, que sirva de maquiagem para as ambições pessoais de uns e outros.

Finalmente, lembrem-se de que este país levou trinta anos para se ver livre de uma ditadura, que eu sou Nariz Gelado e que é preciso bem mais do que uma eleição para me derrubar.

Depois do dever cumprido

O dia aqui está lindo. Então, entre o banho de sol e o almoço, fui votar. Votação rápida, sem filas - o índice escolar aqui é alto, ou seja: nada de semi-analfabetos atravancando o processo democrático.

Agora estou dando uma olhadinha nos jornais. Mas já fiquei sabendo que José Dirceu teve o que merece e que Cristóvam Buarque declarou seu voto em Geraldo Alckmin.

Sinceramente, senador: estou até preferindo as duas caras de José Dirceu do que as suas três. Se não teve coragem para peitar o partido e declarar este voto quando isto ainda servia para alguma coisa, seria melhor que o senhor se calasse. Mas não... O senhor agora quer garantir um lugarzinho de destaque na oposição, não é mesmo? Pois eu tenho uma sugestão muito boa, e nada educada, a respeito de onde o senhor deveria depositar este seu voto.

amanhecer.jpg

By Heleci Ramirez

Não custa nada repetir a mesma foto, na mesma hora, com o mesmo pedido...

Amanheça azul, Brasil.

sábado, 28 de outubro de 2006

Ministro envelopado

Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dando entrevista na qualidade de ministro e exibindo um adesivo da campanha de Lula no peito.

Foi o que eu vi ontem, no Jornal Nacional.

Você também pode ver. Basta clicar aqui.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Tá lá o corpo estendido no chão...

E é o corpo do apedeuta.

Geraldo Alckmin fez um grande debate. Foi extremamente favorecido pelo formato da coisa, que exigia conhecimento e desenvoltura. Apresentou propostas, se defendeu dos ataques e atacou na medida certa, não se intimidando com a agressividade de seu adversário.

Sim, Lula foi agressivo ao extremo. Houve momentos em que pareceu querer partir para o confronto físico. Mamãe sempre diz que, cedo ou tarde, a pessoa deixa a gente perceber de onde veio. Foi o que aconteceu com Lula esta noite. Dono de um intelecto limitado, sem poder contar com anotações ou discursos decorados, o candidato-presidente mostrou-se exatamente como é: um zero à esquerda.

Não satisfeito com o excelente desempenho durante o debate, Alckmin ainda deu-se ao direito de encerrar com chave de ouro. Pediu votos e avisou: o tal slogan " não troque o certo pelo duvidoso" é covarde.

Melhor que isso, só se este debate bater recordes de audiência.

Ps.: um beijo muito especial para uma moçada que eu adoro, e que passou as últimas noites em claro para que este debate fosse exatamente assim: irretocável.

Em trânsito...não em transe.

Nas últimas 24 horas, deu de tudo.

Ontem o nosso portal saiu do ar. Nada de ataques. É que somos todos ótimos, produtivos, muito visitados etc e tal...De modo que a capacidade do provedor estourou.

Hoje alguma encrenca no aeroporto de Brasília acabou atrasando vôos pelos aeroportos do Brasil inteiro. Somente agora consegui chegar em casa.

Portanto, tenham paciência: passei o dia sem saber o que ocorre no país.

Vou me atualizar. Volto mais tarde.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Desafio

Não acredito mais nas pesquisas publicadas. Rompi com elas desde o primeiro turno, quando apanharam feio do tracking telefônico - quem duvidar pode procurar nos posts do último mês e meio.

Na última hora, os institutos correm para fazer ajustes. Fazem do termo "virada" uma praxe e da "boca de urna" a salvação de seus nomes no mercado...Alegam que já apontavam esta ou aquela "tendência", que o tracking distorce e que pesquisa é "fotografia de momento". Conversa. Já disse aqui: se há distorções no tracking, alguém deveria estudar o motivo pelo qual no primeiro turno ele já apontava, com 15 dias de antecedência, Geraldo Alckmin com números que as pesquisas publicadas só mostraram na boca de urna.

É por isso que eu duvido que a diferença entre Geraldo Alckmin e Lula esteja na casa dos vinte pontos. Primeiro porque o tracking diz que ela oscila entre 7 e 10 pontos - e está dizendo isto há pelo menos uma semana, fique registrado. Segundo, porque o desespero da campanha petista indica que eles não só têm o mesmo tracking como acreditam nele, ou seja: os lulistas sabem que nada está decidido e que pode haver surpresa.

Se os institutos de pesquisa ou seus defensores - Kennedy Alencar foi ridículo no Roda Viva - não gostarem, eu os desafio: a eleição acontece em cinco dias. O tracking diz que a diferença entre Lula e Alckmin não passará de 10 pontos percentuais. Mantido o tal índice de 20 pontos de diferença nas urnas, eu voltarei a acreditar na metodologia convencional dos nossos louváveis institutos de pesquisa. Caso contrário, sugiro que eles peguem o chapéu e ouçam, quietinhos, tudo o que se dirá a respeito. E o melhor que se poderá dizer é que eles fazem uso de uma metodologia ultrapassada, que apresenta quadros definidos e influencia de forma irresponsável os ânimos dos eleitores.

E aí... Estamos combinados?

Levei meu nariz ao debate.

O segundo convite para um debate pode levar vocês a pensarem que este blog tem alguma importância. Não se iludam. É sorte. Mais uma vez, eu estava no lugar certo, na hora certa. E assim como fiz no primeiro turno, quando fui ao debate da TV Gazeta, prefiro falar daquilo que as câmeras e os microfones não captam - como, por exemplo, a sudorese presidencial.

Nos momentos em que não está falando, Lula não larga o lenço. Na minha modesta opinião, os calorões são menos efeito das luzes cenográficas e mais fruto da inquietação presidencial: ele não para um minuto. Enquanto ouve perguntas, réplicas e tréplicas, Lula sapateia sem sair do lugar, abre os braços e sacode a cabeça em negativa, mostrando contrariedade com o que ouve. Ele também tateia muito os bolsos, como costumam fazer os fumantes compulsivos. É interessante observar que esta movimentação segue uma ordem metódica: primeiro o bolso de cima, depois o bolso lateral direito; em seguida o esquerdo. Nunca tinha visto Lula pessoalmente. Ele é menor do que eu imaginava. Em todos os sentidos.

Geraldo Alckmin é aquilo que você vê na telinha. Mantém-se tranqüilo, as mãos pousadas no púlpito e um meio-sorriso nos lábios, enquanto ouve seu adversário. Eu desconfio que ele tenha alguma técnica de relaxamento ou de concentração. O que as TVs nunca mostram são os abanos descontraídos e sorrisos que ele troca com a platéia enquanto espera o debate ir ao ar. Ontem, Alckmin saiu desta tranqüilidade apenas uma vez: quando, ao receber a autorização para fazer uma tréplica, foi interrompido por Marta Suplicy.

Sentada na primeira fila da ala destinada aos convidados petistas, a ex-prefeita de São Paulo, pensando que o apresentador havia se enganado com as regras, deu-se à pachorra de vociferar um sonoro "não!!!". Celso Freitas tomou um susto. Geraldo abriu os braços como quem diz " mas o que é isso?". E Zulaiê Cobra, desde a primeira fila da ala tucana, devolveu: "Cala a boca!".

Aliás, sobre as "alas": convidados de Geraldo Alckmin e de Lula estavam estrategicamente separados por uma ala "neutra", de convidados da própria Record. E a coisa ficou muito perto uma "guerra de torcidas": a cada final de bloco, os dois grupos adversários disputavam um campeonato paralelo de gritos e aplausos. Como eu estava no lado tucano, o barulho destes me pareceu mais contundente. Mas talvez Ricardo Noblat tenha uma opinão diferente: sentado no lado petista, o blogueiro-mor só apareceu na ala tucana minutos antes do início do debate. Ali chegou, aparentemente, para cumprimentar Heráclito Fortes, mas queria mesmo era saber de José Serra.

Serra não foi. As primeiras-damas, porém estavam lá, conferindo brilho à noite (tudo bem..nem todas). De Marisa, é provável que vocês tenham mais detalhes para dar. Não vi a esposa de Lula chegar e, do lugar onde estava, era praticamente impossível observá-la. Discreta, elegantemente metida em um conjunto branco, Dona Lu deixou a primeira fila para os assessores do marido. Sentou-se na quarta ou quinta - não contei - de onde assistiu boa parte do debate de mãos dadas com um dos filhos. O evento já ia pelo meio, quando ela pediu um copo d'água.

De resto, falta dizer que, na minha opinião, Geraldo Alckmin saiu-se melhor desta vez do que da última, no SBT. Bateu na medida certa e, o que é mais importante, na hora certa.

Agora é esperar pela sexta-feira, quando ambos voltarão a se enfrentar a convite da Rede Globo. Podem estar certos de que eu assistirei a coisa de um lugar privilegiado: o sofá da minha casa.

" Eu não roubo." - Geraldo Alckmin, ontem, no debate da Record.

(Ps.: fui ao debate da Record. Mas fiquei sem internet no hotel. Agora preciso trabalhar. Mais tarde revelo alguma coisa dos bastidores)

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Gilberto Carvalho pode ter ferido lei eleitoral.

De acordo com a legislação que criou e normatizou o Gabinete Pessoal do Presidente da República - e conforme informações divulgadas no site da Presidência da República -, somos levados a acreditar que o Gabinete Pessoal existe para prestar assistência direta e imediata ao Presidente no desempenho das suas funções.

Notem bem: prestar assistência direta e imediata ao Presidente - e não ao candidato ou ao partido ao qual ele pertence.

Não foi o que vimos acontecer, porém, no episódio do dossiê. Acompanhe a seqüência abaixo e veja como Gilberto Carvalho cumpriu tarefas de campanha quando, por lei, deveria estar se dedicando exclusivamente a atividades de governo.

AS LIGAÇÕES

1. Recebendo a notícia

Segundo Carvalho, um funcionário do comitê da reeleição entrou em contato na manhã do dia 15 de setembro. "Ele ligou logo cedo, por volta das 9h30, não sei a hora exata, para dizer "tem uma história de que foram presas duas pessoas que seriam ligadas ao PT, com dinheiro", afirmou, acrescentando que em seguida ele sugeriu que Jorge Lorenzetti poderia ter mais dados sobre o caso.

(Fonte: Folha OnLine)

2. Ligando do Planalto

"Assim que recebi essa informação, deixei o presidente na produtora e vim pra cá [Planalto]. A informação chegou muito atravessada. Me disseram que o Lorenzetti estava no rolo. Então, liguei pra ele. Era a pessoa mais próxima que eu conhecia dessa gente", relatou Carvalho. "Perguntei: 'Lorenzetti, que história é essa, que loucura é essa?' Ele estava muito assustado. Explicou que tinham ocorrido as prisões".

(Fontes: Josias de Souza e Folha OnLine)

3. Tratando com Lorenzetti

No final da tarde do mesmo dia 15 de setembro, Lorenzetti discou para Gilberto Carvalho. Foi o segundo diálogo do dia. Carvalho conta: "No primeiro telefonema, ele não sabia direito o que tinha acontecido. Disse: 'depois a gente se fala melhor'. Voltamos a falar às 18h41. Aí ele deu mais informações, que as pessoas tinham sido presas e que estavam tentando saber o que estava acontecendo. Depois disso, eu não falei mais com ele, até por prudência."

(Fonte: Josias de Souza)

FERINDO A LEGISLAÇÃO ELEITORAL

Por que Gilberto Carvalho ligou do Palácio do Planalto para tratar assuntos da campanha presidencial?

Por que utilizou a estrutura de Governo para um assunto do candidato e não do Presidente, extrapolando as suas funções?

Por que usou a máquina estatal para resolver uma crise da campanha?

É função do Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente atender o candidato ou assuntos do candidato e de seu partido?

Por que a preocupação súbita com a "prudência", depois de já ter usado a máquina do Governo para solucionar assuntos do candidato?

Isto é um detalhe pequeno, perto do que este governo já fez, me dirão alguns.

Eu pergunto: tão pequeno quanto um Fiat Elba?

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Quem está mentindo?

Segundo o portal G1 e todos os programas jornalísticos das organizações Globo:

Gilberto Carvalho disse que não comentou nada com o Presidente Lula depois do primeiro telefonema, ocorrido pela manhã, porque não tinha clareza dos fatos.

Segundo Josias de Souza:

De volta das gravações, Lula teve um compromisso de agenda no Planalto. Em seguida, Carvalho foi ao presidente. “Antes de ele ir para o almoço, falei: tem uma coisa chata. Não sei ainda direito o que é. Prenderam duas pessoas em São Paulo, com dinheiro. Parece que é negócio de dossiê. Falei com o Lorenzetti, mas ele não soube precisar direito o que é. O presidente pôs a mão na cabeça e disse: ‘Não acredito que isso possa estar acontecendo nesse momento da campanha’”.

No final da tarde do mesmo dia 15 de setembro, Lorenzetti discou para Gilberto Carvalho. Foi o segundo diálogo do dia.

Agora eu quero saber quem está mentindo... A Globo, Josias de Souza ou Gilberto Carvalho?

Ato falho

Estamos muito psicanalíticos hoje. Mas fazer o que se a República se parece cada vez mais com um hospício?

Enfim...Leia a Veja. E descubra porque, nestes últimos meses, ao justificar a corrupção que grassa sob suas barbas, o presidente Lula abriu mão das tradicionais metáforas futebolísticas para nos massacrar com aquela dos pais que não podem ser responsabilizados pela malandragem dos filhos.

Mas isso é tudo. Exceto pela coragem de trazer o assunto - até agora um tabu - na capa, a Veja deixou a desejar. A matéria não traz mais do que versões não comprovadas. É quase uma irresponsabilidade, se considerarmos que Lula, como sempre, fará uso da coisa para se dizer preseguido.

Tecer elogios para esta matéria, só se eu fosse "garota-propaganda" da Veja. E teriam que me pagar muito bem.

Volto, pois, para o Carvalho. É ali que estão envelhecendo os maiores segredos da República.

O chefe dos aloprados

O psiquiatra Gilberto Carvalho e seus providenciais diagnósticos...

"Lorenzetti, que história é essa, que loucura é essa?"

(Gilberto Carvalho, por telefone, para Jorge Lorenzetti, em 15 de setembro, ao saber da prisão dos petistas que portavam 1,7 milhão de reais. Conforme declaração do próprio Carvalho a Josias de Souza)

" O Silvinho enlouqueceu."

(Gilberto Carvalho, em 6 de maio, ao saber que Silvio Pereira dera uma entrevista bombástica para o jornal O Globo)

E a Veja?

Até agora, eu não estava acreditando nesta boataria que envolve a edição da Veja que chegará às bancas nas próximas horas. Aquele e-mail que circulou ao longo da semana me pareceu mal redigido e fantasioso demais para merecer algum crédito.

Acontece que aquele tucaninho amigo acaba de me contar que a equipe da editoria política da revista está, desde ontem, trancada a sete chaves. "Estão incomunicáveis" foram as palavras dele.

Aguardemos, pois.

Cai quem quer

Matéria de Bob Fernandes, para o Terra Magazine, apresenta José Dirceu e Ricardo Berzoini como os dois prováveis novos nomes a emergirem no caso do dossiê.

Dirceu emitiu nota, em seu blog, negando a coisa. Quem o conhece sabe que ele negar ou não alguma coisa dá no mesmo.

E eu vos digo: atentai, pois acaba de nascer a versão oficial para o samba dos aloprados.

Um já estava envolvido. O outro está aparentemente longe de Lula - o bastante para não complicar a situação eleitoral. Finalmente, parece que aquele advogado criminalista, que andava sumido da mídia, conseguiu criar algo verossímil.

Estou em campanha.

Não se queixem do meu sumiço.

Estive em campanha nas últimas horas.

Ontem fui na Favela Chico Mendes.

Em alguns minutos, saio para ir ao Morro do Horácio.

Sugiro que façam o mesmo. Peguem material no comitê de campanha mais próximo e subam o morro.

É guerra.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Goebbels.jpg

Abriram os portões do inferno e soltaram Joseph Goebbels.

Ganhou um bigodão para ficar no clima da turma.

Que propaganda, que nada!

O negócio dele continua sendo terrorismo e perseguição religiosa.

Um escorregão e ....vejam só! Tudo fica mais claro.

A pesquisa DataFolha divulgada ontem apresenta um percentual total de 101%.

Confiram:

Lula............................ 57%

Geraldo Alckmin........ 38%

Indecisos..................... 3%

Brancos e nulos...........3%

Total..........................101%

Se eu acredito na pesquisa DataFolha publicada ontem?

Penso que 20% é um exagero. E o tracking telefônico - aquele, que foi mais fiel às urnas no primeiro turno - diz que esta diferença está em torno de 9 pontos percentuais.

Mas leiam os meus posts do final de semana - " Sem imprensa" e " Sem partido" - e entenderão que eu não estou admirada com o fato de que nossa vaca tenha se acomodado no brejo mais uma vez. Em qualquer campanha política, há momentos decisivos, nos quais não se pode errar. Contra aqueles que o Procurador Geral da República classificou como "sofisticada organização criminosa", os erros costumam ser fatais.

O erro maior foi jogar um excelente debate, primorosamente preparado e realizado com perfeição pelo candidato, na lata do lixo. Como ele foi parar lá é coisa simples de entender: a mudança de postura de Geraldo Alckmin não foi acompanhada por uma estratégia que deixasse claro a que vinha.

O povo precisa do óbvio. No caso em questão, era preciso esclarecer que a postura de Alckmin no debate buscava atender às expectativas dos que nele votaram. O candidato estava assumindo o papel de porta-voz dos seus quase 40 milhões de eleitores, fazendo a Lula as perguntas que todos eles gostariam de fazer, caso tivessem oportunidade para tanto. Tal afirmação deveria ter vindo no momento mesmo em que o debate encerrou, pela voz das lideranças do partido que foram - como soe acontecer nestas ocasiões - abordadas pela imprensa.

Não rolou. Ao invés disso, deixaram que o PT pulasse na frente para qualificar a nova postura de Alckmin. Sempre mais ágeis, eles correram a definí-la como "agressividade". Somente depois disso - estamos falando de 48 horas depois do debate - esboçaram uma reação, com o próprio Alckmin se declarando porta-voz daqueles 40 milhões de eleitores, etc e tal. Tarde demais. O poder de contaminação do PT é sempre maior do que qualquer antídoto. Enfrentá-los implica, para toda e qualquer situação, prever seus passos com antecedência.

Não é bola de cristal. É só planejamento.

Alguém tinha dúvidas de que, uma vez que a disputa fosse acirrada pela ida ao segundo turno, as hostes petistas sairiam vomitando as privatizações do Governo Fernando Henrique Cardoso? Qualquer criatura que tenha perdido algum tempo, nos últimos três anos, debatendo com petistas em fóruns, chats e blogs poderia prever esta reação. Esta era a a carta na manga, sempre sacada pela cyber-militância. (Ahh sim, senhores...a internet! Ela, sempre tão desprezada numericamente, é uma escola de estratégia política. Mas uma escola a ser freqüentada entre as eleições. De nada adianta para ela correr quando a coisa já está em curso, posto que é território inóspito para novatos.)

Não rolou. Novamente, fomos pautados pela sofisticada organização criminosa - e agora corremos atrás da máquina para desmentir as privatizações. Veremos se funciona. Eu acho que não. Mas não há mesmo outra coisa a fazer.

Não peçam panos quentes

O quadro é, pois, muito ruim. Superá-lo implica, antes de qualquer coisa, encará-lo de frente. "A hora não é para os frouxos", já dizia meu avô.

Então me poupem, por favor, desta mania de dizer que criticar, a esta altura do campeonato, desmobiliza a militância. O que desmobiliza a militância é este festival de bola nas costas, inaugurado desde o início do segundo turno. Não percam seu valoroso tempo comigo.

Os militantes mineiros que tratem de cobrar de Aécio Neves maior empenho - prefeitos do interior de Minas andam se queixando que a dedicação do playboy é, agora, menor do que foi no primeiro turno. Se antes os convites para os eventos da campanha chegavam em dia, agora chegam por fax e com atraso.

O mesmo vale para os militantes paulistas. Não vi, até agora, nenhuma ação de José Serra que demonstre, de fato, que ele está empenhado em ter um presidente tucano. Alguém precisa avisá-lo de que isto pode custar-lhe caro. Há uma parcela considerável de eleitores politicamente ativos que, hoje simpáticos à causa tucana, podem se tornar vozes oponentes, magoadas pela trairagem, num próximo pleito.

Nada é impossível e a coisa ainda pode mudar. Mas fique claro que já estamos contando com a sorte. Depois de tantos erros, não me arrisco a contar com a competência.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

A verdadeira face de Lula

Desde que ousou fazer as perguntas que 40 milhões de brasileiros gostariam de dirigir a Lula, Geraldo Alckmin vem sendo qualiificado como "agressivo" e "desrespeitoso" pelas hostes petistas. Quem tem dois neurônios - e não faz parte da canalha que se apossou do poder, é claro - já entendeu que Alckmin não foi nem uma nem outra coisa. Ele apenas atendeu aos anseios de seus eleitores. E é fato que o fez de cara limpa: ao vivo, diante diante das câmeras, sem qualquer subterfúgio.

Lula, que se disse chocado e "triste" com a "agressividade" de Alckmin, não gosta destas coisas. Lula só dá vazão a sua agressividade longe das câmeras e dos microfones. É nestas ocasiões, quando pensa que está a salvo da mídia, que ele mostra verdadeiramente quem é.

Assista ao vídeo abaixo e responda: quem é agressivo?

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=ir2k-l_VsUE]

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Obrigada, Doutor

Embora alguns tenham ficado contrariados com os meus dois últimos posts, parece que Geraldo Alckmin concorda comigo:

" Para sair da defensiva neste segundo turno das eleições, Alckmin pediu a um grupo de aliados que entrem em campo para manter na imprensa notícias contra o governo Lula, informa Felipe Recondo, repórter do blog.

Alckmin acha que está sendo encostado no muro pelo adversário e sua tropa de choque. Por isso, tem tido constantemente que negar informações de que privatizaria estatais e acabaria com o Bolsa Família.

- "É uma inversão da realidade nós ficarmos na defensiva. O governo que está sendo julgado é o do Lula" -, reclamou Alckmin aos aliados.

Além disso, a coordenação da campanha de Alckmin reconheceu que, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, Lula foi mais competente em criar fatos contra o adversário."

Fonte: Blog do Noblat

sábado, 14 de outubro de 2006

Sem partido

Desde que Geraldo Alckmin passou para o segundo turno, Tasso Jereissati simplesmente sumiu. Enfiou-se no seu Ceará, realizando eventos que não oferecem qualquer chance de mudança para a posição já consolidada por Lula naquele estado.

Aliás, se há algo que bem indica o abandono do partido com relação à campanha de Geraldo Alckmin é a infantilidade da estratégia escolhida para o segundo turno: será que eles realmente pensam que conseguirão subir mais do que dois ou três pontos lá, onde Lula é rei e o PT pode tudo?

Enquanto isso, deixam o flanco aberto em regiões onde Alckmin foi bem: estados onde o candidato atingiu os maiores índices de votação não foram nem mesmo citados no seu primeiro programa de televisão do segundo turno. Foram, isto sim, citados por Lula, que deles se apropriou para dizer que havia sido por eles aprovado.

Desde o primeiro turno, Alckmin subiu, no Rio Grande do Sul, nove pontos percentuais: passou de 56% para 65%, segundo pesquisa do jornal Correio do Povo. Em santa Catarina, subiu sete pontos: a pesquisa Ibope de hoje apresentou Alckmin com 63% dos votos válidos, contra 37% para Lula. Quanto mais poderá subir no Paraná, Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, se estes estados receberem a atenção que está sendo dispensada a esta causa eleitoral perdida chamada Nordeste?

A incapacidade do PSDB em comportar-se como partido – e não como um grêmio estudantil de quinta categoria – é, bem sabemos, crônica. Sirva de exemplo a Onda Azul – série de passeatas a serem promovidas no sábado que antecedeu à eleição do primeiro turno. Iniciativa de última hora do próprio PSDB, a coisa recebeu total apoio de internautas. Foi decepcionante: na sexta-feira à tarde, a maioria dos diretórios do PSDB, das principais capitais, sequer havia sido comunicado a respeito do evento.

Isto são minúcias, dirão vocês.

Uma ova! São sintomas. O PFL conseguiu ser mais fiel à candidatura de Geraldo Alckmin que o próprio PSDB. Desde que Alckmin foi para o segundo turno, o partido vem sendo bombardeado pelos petistas. Falam-se as maiores inverdades sobre o governo de Fernando Henrique Cardoso e o que faz o PSDB ? Espera que Alckmin saia em socorro da legenda - a mesma que não foi capaz de unir esforços em torno de sua candidatura.

Mas aguardemos. Na semana que vem ou , talvez, após as eleições, aparecerá, quem sabe, um grupo de lideranças tucanas para defender o PSDB. A maioria, a contar pela torpeza demonstrada nas últimas semanas, não vê a hora de encerrar-se logo este pleito para que 2010 seja “pavimentado”, sem este incômodo representado pela candidatura de Geraldo Alckmin.

Ledo engano. Geraldo Alckmin conquistou um índice de fazer babar de inveja os ambiciosos de 2010: foram quase 40 milhões de eleitores. Ao final de quatro anos, em qualquer partido que esteja, Geraldo Alckmin terá que se esforçar apenas medianamente para levar consigo estes votos.

Esta eleição - entendam, senhores emplumados - não é decisiva para Geraldo Alckmin. Esta eleição é decisiva para o PSDB. Ou o partido toma vergonha na cara agora, ou sairá dela completamente rachado, entregue a um abismo ideológico sem precedentes.

Sem imprensa

Geraldo Alckmin está sem assessoria de imprensa.

É o que se conclui após o candidato passar duas semanas tomando baile do PT em toda a mídia – coisa incompreensível para quem surpreendeu ao fazer 40 milhões de votos e levar a campanha para o segundo turno. Coisa igualmente inadmissível para quem fez um excelente debate na Bandeirantes.

Exceto pelas capas da Veja e da Época – mérito nenhum da assessoria, já que a Veja, pelo menos, mal podia esperar para fazer uma capa assim - os bons fatos gerados por Alckmin foram engolidos pela maestria do PT no trato com a imprensa.

A assessoria do tucano é lerda – característica do partido de um modo geral – ao responder às acusações que Lula e o PT lhe dirigem. Passam-se horas sem que haja uma resposta à altura. Na era da internet e do celular, isto só pode ser sinal de incompetência. E o que é pior: quando , finalmente, alguém acorda e resolve dar uma resposta, não raro ela vem na forma pouco palatável de uma “nota oficial”, que só encontra destaque na página do próprio partido.

E tem mais. A incompetência se dá, também, na geração de fatos interessantes e, sobretudo, no acompanhamento da sua repercussão. Eu gostaria muito de saber se alguém desta assessoria – notem que estou admitindo que exista uma – levantou o telefone para reclamar com os editores do Jornal Nacional pela chamada que deram na noite de quinta-feira: “Geraldo Alckmin aproveita o feriado religioso para fazer campanha no Santuário de Aparecida.” Não é uma beleza?

Aliás...a visita ao Santuário foi uma tragédia midiática. De fato, Alckmin foi ovacionado quando lá chegou, mas só a Rede TV mostrou isso. As demais redes deram destaque mesmo foi para o bate-boca com Suplicy. Não se pode admitir que um candidato à presidência, prestigiado por 40 milhões de votos, dê escada para Eduardo Suplicy. Que Geraldo se levantasse e fosse embora no mesmo instante em que Suplicy chegou. Qualquer coisa, menos aquela briga de comadres, aquela munição gratuita entregue à imprensa simpatizante do lulismo: “Suplicy pede respeito a Alckmin no próximo debate” ou "Suplicy põe Alckmin em 'saia justa'" dão a medida das pérolas publicadas.

Perda de tempo, porém, tratar deste assunto em um blog. A assessoria de imprensa de Geraldo Alckmin também não deve acreditar no poder da internet para formar opinião e, o que é mais importante, pautar a mídia de massa. Se acreditasse, não estaria levando um banho dos boateiros de Walter Pomar.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Pergunte ao Lula

O site oficial de Geraldo Alckmin está aceitando sugestões dos internautas para perguntas que o candidato tucano deverá fazer a Lula.

Clique aqui e mande ver.

Lembram do vapor da máquina?

Depois não digam que não foram avisados. É só descer dois posts ou clicar aqui.

Da Folha de S. Paulo hoje:

"Reitores de universidades públicas vão apoiar reeleição

Decisão foi tomada após encontro com ministro

Reitores de universidades federais preparam um documento, que deve ficar pronto até a próxima semana, para dar apoio à atual política educacional desenvolvida no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Dizem estar preocupados com um possível "retrocesso" na valorização do ensino público.

Na semana passada, cerca de 30 reitores se reuniram à noite com o ministro da Educação, Fernando Haddad, em um restaurante em Brasília para discutir conjuntura e ações para o setor. Após o encontro, a idéia do documento ganhou força entre os reitores." (assinantes podem clicar aqui para ler a matéria completa)

Sorria...você está sendo roubado.

Está indignado?

Arrume paciência, pois é Youtube e demora pra baixar.

Mas é bem feito, quase cult, e dá voz a nossa indignação.

Clique aqui e assista.

Depois divulgue.

Ps.: Um beijo para a Cris, que deixou a dica na área de comentários.


quinta-feira, 12 de outubro de 2006

O vapor da máquina

Tem muita gente curiosa a respeito do encontro entre Fernando Haddad, Ministro da Educação do Governo Lula, e os membros da ANDIFES - Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ocorrido no último dia 5.

É improvável, porém, que o conteúdo seja divulgado em algum órgão de imprensa. Como sabemos, a maioria dos reitores de universidades federais são simpatizantes do lulismo - e todos eles dependem de verbas federais para o funcionamento de suas instituições.

Tarefa de gincana, pois, para os jornalistas.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Dos cachorros - e outras criaturas que usam coleira

Em abril último, a "colunista da Folha" foi visitar dona Renéa, mulher do governador Cláudio Lembo. Na ocasião, dona Renéa - tal qual o marido, deslumbrada com a atenção que agora lhe era dispensada pela imprensa - contou uma amenidade à "colunista da folha": certa feita, quando a primeira dama ainda era dona Lu, o pitbull da família Alckmin teria pego carona no helicóptero do governo até Campos do Jordão.

Por um motivo qualquer, a "colunista da Folha" não lembrou do tema ao longo do primeiro turno - quando a candidatura de Geraldo Alckmin não parecia oferecer ameaça a reeleição de Lula. Mas agora...Bem...Agora vale tudo, certo? E, como que por um milagre, a moça sem nome - mas, certamente, com coleira partidária - puxa pela memória e revela a historinha.

Assinantes da Folha podem ler a matéria clicando aqui

O petismo como ele é

Quer dizer que a investigação do dossiegate segue sem qualquer interferência ou pressão por parte do governo?

Então que Marcio Thomaz Bastos expique por qual razão o processo disciplinar contra o delegado Edmilson Pereira Bruno, que divulgou as fotos do dinheiro sujo, foi passado à frente de outros 36 processos disciplinares que aguardam em uma fila para serem instaurados.

A denúncia é da FENAPEF - Federação Nacional dos Policiais Federais.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Eu digo que as pesquisas estão erradas. E explico.

Eu odeio matemática e estatística.

Ainda assim, passei toda a campanha do primeiro turno acertando mais do que os institutos de pesquisa. Disse que Geraldo Alckmin iria para o segundo turno - e ele foi. Em junho último, afirmei que Yeda Crusius iria disputar o segundo turno no Rio Grande do Sul - e lá está ela, mais que majestosa.

Por isso, amigos, ouçam mais uma vez a quem não sabe fazer contas: eu não imagino o que esta pesquisa DataFolha reflete. Mas, com certeza, não é o debate da Bandeirantes.

Sejamos pessimistas: admitamos que, no debate da Band, Geraldo Alckmin tenha falado apenas aos seus. Que tenha, finalmente, atendido àquele mar de Ditões que lhe pediam para bater em Lula. Pois bem...Tem lógica ele perder pontos dos seus ao fazer exatamete aquilo que eles esperavam?

Não há lógica alguma nisso. Portanto, do alto da minha absoluta ignorância com relação a pesquisas, lhes digo que esta Datafolha está errada.

Mas não é só isso.

Eis que os petistas estão desesperados. Tivessem eles bons índices em suas pesquisas de consumo interno, realizadas após o debate, estariam calmos. Mas não é o que se vê. Muito ao contrário: Lula está completamente fora da casinha, falando besteira em cima de besteira- como observei no último post.

E isto não é tudo. Temos, também, um pequeno milagre. Dona Marisa, que passou os últimos quatro anos absolutamente calada, reencontrou a voz. Isso mesmo: a primeira dama acaba de abandonar sua boa vida para militar pela candidatura do marido. Ontem, ela participou de uma caminhada no centro de Brasília, com direito a discurso e pedido de votos sobre um caminhão de som.

Respondam com sinceridade: vocês acham que dona Marisa, que nada fez durante o mandato do marido, seria acometida deste surto militante se as pesquisas internas do PT fossem positivas para Lula?

No que me diz respeito, tais indícios são mais fortes do que qualquer número de pesquisa, de qualquer instituto, que me apresentem. E digo mais: eu não sei quem nem como. Mas me parece que há uma orquestração, uma tentativa de conter o ímpeto apresentado por Geraldo Alckmin nesta nova fase de sua campanha.

A resposta, na minha opinião, deverá ser ignorar completamente estes números - como tantas vezes ignoramos aqueles que nos apresentaram durante o primeiro turno - e seguir firme na estratégia traçada. No mínimo porque não há como recuar com base em números que não são confiáveis. E, antes que digam que eu exagero, vale lembrar: no que respeita a Geraldo Alckmin e Yeda Crusius, as previsões destes institutos vale tanto quanto uma nota de três reais.

E por falar nos nervos de Fidelito

Salta, chica, salta !

Fidelito está nervoso

Acho que, para garantir o processo democrático, terei que enviar a Brasilia aquela receita de chá de camomila da minha avó.

Quero crer que os dois golpes domingueiros - a passagem para o segundo turno e, em seguida, a surra no debate da Band - foram demais para aquela débil estrutura psicológica. Conforme passam os dias, o cidadão que habita o Palácio do Planalto vai saindo mais e mais da casinha.

Não sei qual dos espetáculos é mais deprimente: se o beicinho e as declarações magoadas de ontem ou a fúria insana de hoje. Parece que só agora ele está se dando conta do fiasco que protagonizou na noite de domingo. Como viu que o vitimismo não colou, resolveu retornar ao estilo pré segundo turno, quando vociferava sua arrogância do alto dos palanques.

A soberba e nervosismo de Lula são tamanhos, que ele não se envergonha de lançar pérolas como essa: "Posso ter errado em não ter dado entrevistas, mas não sei de presidente que tenha feito tantos discursos, diariamente, na frente da imprensa"

Alguém precisa explicar a este filhote de Fidel a diferença entre um discurso e uma entrevista.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Desespero: do stalinismo ao zedircismo

Lá na página oficial do Partido do Trambique, lemos o resumo do debate de ontem.

"Primeiro Bloco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais, esta noite na TV Bandeirantes, colocando o adversário Geraldo Alckmin contra a parede."

Vou lá fora. Volto depois que passar o acesso de riso.

"Alckmin debateu. Lula se debateu."

(CORONEL, no Blog do Noblat)

domingo, 8 de outubro de 2006

Os demolidores

Mais tarde, talvez, eu consiga fazer uma análise mais fria do debate. Agora eu estou num estado tal de euforia que já adivinho uma noite de insônia.

Por ora, quero apenas elogiar os demolidores Geraldo Alckmin e seu fiel escudeiro Gonzales. Ambos tiveram a frieza necessária para aguardar o momento certo de bater - momento em que o candidato já apresentasse a musculatura necessária para tanto. Sabiamente, eles se fizeram de surdos às críticas da imprensa, aos apelos de partidários e aliados. Decidiram a estratégia e, com metodologia e firmeza agostinianas, dedicaram-se a ela.

No último domingo, muitos começaram a perceber que a coisa poderia dar certo. Hoje, depois de recuperados do "susto" daqueles primeiros dez minutos de debate, um número muito maior começou a entender que tudo tem sua hora - e que certas coisas devem ser construídas " passo a passo".

Obviamente, alguns de vocês apontarão o dossiêgate para argumentar que Geraldo e Gonzales receberam o auxílio da sorte. Ok. Posso concordar com isso. Mas não é também ela, a sorte, um elemento essencial aos vencedores?

sábado, 7 de outubro de 2006

Elite militante

Convocados a militar ao longo desta semana, os ministros de Lula reuniram-se na casa de Hélio Costa para decidir sua estratégia de campanha. No último número da Veja, ficamos sabendo qual é o principal fator motivacional da turma. A fim de animar os colegas, o anfitrião e Ministro das Comunicações, lascou:

"Ninguém aqui é técnico, ninguém passou em concurso público, todos estão no cargo porque são políticos. Vamos trabalhar para não perder os empregos. Se Alckmin ganhar, todos nós estaremos na rua".


sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Fora de controle

Acabo de ler no Blog do Josias que Lula, referindo-se ao debate da Band, teria declarado: “Vou resolver essa eleição no domingo”.

Podemos presumir que ele vá apresentar a origem do dinheiro? Sim, porque não há outra forma de resolver esta eleição no domingo. E, ao que me consta, se Lula apresentar a origem do dinheiro, a eleição estará de fato resolvida. A favor de Alckmin.

Notícias de bastidores dão conta de que, desde que foi atropelado pela realidade do segundo turno, Lula está furioso. Se antes, dizem as más línguas, ele já fazia e dizia o que lhe vinha à cabeça - não dando ouvidos para os apelos do marketeiro João Santana - , nos últimos dias tem estado completamente fora de controle. Dizem, até, que Duda Mendonça foi chamado,agora em caráter permanente, para tentar acalmar a oncinha sedenta.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

"O que Lula realmente merecia era um 2º TORNO! "

(Frase de autor desconhecido, recebida por e-mail)

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Para freirinhas e assemelhados

Ontem, ao receber o apoio do casal Garotinho, Geraldo Alckmin foi cristalino: " Apoio se aceita e se agradece", disse ele.

Qual é a dúvida?

Queriam que ele fosse à imprensa dizer que não aceita? Queriam que corresse o risco de revitalizar aquela boataria sobre Opus Dei,surgida no incício da campanha - desta vez por estar discriminando o apoio de um candidato evangélico?

Não sei em que mundo Cesar Maia e Denise Frossard vivem. Mas sei que ambos não estão se dando conta do momento atual - que deveria ser de união entre as oposições. O resultado é que, sob o manto de uma suposta "indignação ética", ambos transformaram uma pendenga paroquial em motivo para retirar o apoio à candidatura Alckmin.

A postura de Maia e Frossard até poderia ser compreensível se eles tivessem feito um excelente trabalho em prol de Alckmin no primeiro turno. Não foi o caso. Se há uma razão pela qual Geraldo Alckmin não pode desprezar qualquer apoio vindo do Rio é em virtude dos resultados medíocres obtidos por Frossard e Maia para a campanha presidencial que diziam apoiar. Se Maia, principalmente, se dedicasse menos àquele jornaleco que envia por e-mail e mais em ir à rua buscar votos, talvez Geraldo Alckmin pudesse se dar ao luxo de dizer "não" ao casal Garotinho.

Por último, diletas freirinhas, vamos deixar de hipocrisia: quem tem ACM bem pode conviver com Garotinho.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Ele sempre soube

Do blog da Cristiana Lobo, em 29 de setembro:

Vai haver segundo turno?

Quando acabou o debate da TV Globo, na madrugada desta sexta-feira, Geraldo Alckmin, perguntou aos jornalistas que o cercavam: "E vocês, acham que vai haver segundo turno"? Mais do que depressa, os jornalistas devolveram a pergunta: "O senhor, vai para o segundo turno?" "Não tenho a menor dúvida", respondeu Alckmin. E acrescentou: "Esta eleição é o teste dos institutos de pesquisa... Eles dizem uma coisa na pesquisa (que Lula venceria no primeiro turno), mas os trackings, que são deles (dos mesmos institutos) apontam outro resultado." Alckmin contou que nos trackings ele estaria poucos pontos atrás de Lula e em simulações de segundo turno estaria até na frente.

espetaculo.jpg

Zé da Silva, para o Diário Catarinense de hoje.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Eu não disse, dona Yeda?

Em 3 de junho último, num post intitulado Pombo-correio, escrevi:

Para Germano Rigotto, que a cada dia se aproxima mais de Lula: gaúcho só gosta de pelego para montar. Trate de reencontrar o rumo antes que o mandem de volta para Caxias do Sul.

Para Yeda Crusius: vai, que é tua. Eles não passam de um bando de frouxos.

E não passam mesmo. Germano Rigotto recuou no apoio a Lula, mas está amargando os resultados de algo que os gaúchos também não perdoam: falta de posicionamento. Não quis assumir Lula nem Geraldo, ficou a ver navios.

Vai aí, então, um novo pombo-correio para a dona Yeda:

Vai que é tua. Faz tempo que o tal do galo missioneiro virou garnizé.

domingo, 1 de outubro de 2006

Uma última pergunta, antes de dormir

Até quando Lula vai ficar bancando o guri borrado?

Eu não quero receber explicações do Tarso Genro. Eu quero ver a oncinha sedenta.

Alô, trincheira!

projac03.jpg

Foto: Ita

No "Projac Tucano" - o QG da campanha de Geraldo Alckmin e José Serra - , no caminho que leva às ilhas de edição dos programas de TV, há um painel fotográfico. Ninguém soube me dizer ao certo como ele surgiu. De uma hora pra outra, me contaram, fotos da equipe começaram a aparecer por ali. São flagrantes do dia-a-dia da campanha, que mostram o pessoal ralando para eleger Afif, Serra e Geraldo.

Afif a gente já sabe: foi quase, mas não deu. José Serra foi eleito - e, se eu não estou enganada, é a primeira vez que um governador paulista é eleito em primeiro turno. Já Geraldo...Bem, a apuração presidencial ainda não encerrou. Mas Geraldo Alckmin está fazendo uma votação muito acima daquela que lhe era conferida pelas pesquisas - no momento, está com 41,60% dos votos válidos.

Vocês vão me desculpar. Nem só de escândalos e ausências em debates se faz uma campanha política. Quem olhar para o gráfico das pesquisas na fase pré-dossiêgate, verá Geraldo subindo. Após as trapalhadas petistas, ele obviamente continuou subindo. Mas não haveria chances de um segundo turno se uma base sólida não tivesse sido construída ao longo de dois meses.

É por isso que resolvi comemorar o segundo turno com esta foto. A despeito das muitas críticas que a campanha recebeu, esta moçada que aí está não se deixou abater. Inspirados pela estratégia de Luiz Gonzalez - e contagiados pelo otimismo do próprio candidato - eles trabalharam madrugadas a fio para que chegássemos à noite de hoje com este sabor de virada.

Provavelmente, nenhum analista político vai citar os nomes deles nos jornais de amanhã. Mas eu, que sei que uma campanha política é, antes de tudo, a soma de talentos e esforços, não poderia esquecê-los.

Parabéns, galera. E voltem já para a trincheira. Tem mais um mês pela frente.

Recados de um Brasil azul - Rio de Janeiro, RJ

Do leitor e blogueiro Alexandre:

Eu também sou do RJ e o que vi foi uma avassaladora indignação nas ruas. A "Onda Azul" invadiu as praias do RJ. Não vi ninguém que apoiasse a "quadrilha do pudê".

Recados de um Brasil azul - Rio de Janeiro, RJ

Do leitor e blogueiro Nemerson Lavoura:

"E em plena Zona Sul do Rio, onde voto - e que sempre foi um território tradicional da petralhada -, só vi uma pessoa com uma camisa do PT. Foi a primeira eleição na qual eu vejo isso acontecer: a quase total ausência dos militontos do PT. Acho que na cidade do Rio de Janeiro, o PT se desintegrou...

Abs"

Recados de um Brasil azul - Sobradinho, DF

Da leitora Nina :

Nariz,

Notícias de Brasília, Sobradinho, onde moro. Vi vermelho sim. Duas moças com adesivo da candidata a governo pelo PT. Eu de azul, e muita roupa azul na rua. Nos carros, idem.

Minha zona eleitoral é a maior da cidade.Saí com a Veja na mão,aberta na página com a foto dos dólares, "distraidamente".Todo mundo olhava.Foi o assunto, está sendo o assunto nas filas.Estou mais confiante do que nunca na Onda Azul.

Beijo grande.

Recados de um Brasil azul - Brasília, DF

Da leitora Suzy Tude:

A onda Azul acontece aqui em Brasília também, NG.

Fomos aqui de casa, 4 todos de Azul votar...

Impressionante a ONDA AZUL nos locais de votação!

Que ninguém se surpreenda se a VIRADA vier antes do previsto!

Fora LuLLA!

Recados de um Brazil azul - Curitiba, PR

Do leitor Marcos V. , que acaba de salvar o blog da acusação de regionalismo:

Aqui em Curitiba votação tranqüila. Não vi militância vermelha na rua. Vamos levar pro segundo turno a estadual e a federal! Fora Lula!

Recados de um Brasil azul - Ribeirão Preto, SP

Estou começando a desconfiar que, ao contrário do que acusa o sitemeter, este blog só tem leitores paulistas. Mas vamos em frente.

Da leitora Reca:

Aqui em Ribeirão, tudo azul. Em várias escolas, muitos adolescentes foram votar com nariz de palhaço. Segundo um amigo que faz pesquisa eleitoral, aqui, o Palocci não tem chance de ser eleito, mas o problema será a votação no Estado, infelizmente!

Recados de um Brasil azul - São Paulo, SP

Da leitora e amigona Kika Albuquerque:

A Onda Azul é um "tubo", daqueles bem lindos.

Surfa Brasil!

Nas filas, tudo azul!

Bottons e bandeiras do PT???

Nem pra remédio!

Recados de um Brasil azul - Pedreira, SP

Do leitor Marcos C.:

Nariz Gelado aqui em minha pequena cidade tá tudo azul, saí pra rua as 6 da manhã e acompanhei a movimentação até agora, quase 11, a onda é azul mesmo. O que mais se ouve nas ruas é "Vamos tirar o barbudo"

Um abraço

Recados de um Brasil azul - Peruibe, SP

Do leitor e blogueiro Robson:

Olá NG, povo bão...

Aqui em Peruibe, amanheceu chuvoso e cinza.

Mas pelo que percebi nas filas que se formaram cedo na zona eleitoral onde voto, a perspectiva é de céu azul até o final do período.

Vamos ver. Já cumpri com minha obrigação.

Agora vou tentar ir em frente com minha parte.