Para elles, com carinho

O governo Lula acaba de tomar aquela que talvez seja a sua melhor medida em cinco anos: lançou um programa de Planejamento Familiar.

No pacote, redução de custos dos anticoncepcionais nas famárcias populares, aumento da quantidade de contraceptivos a serem distribuídos gratuitamente pelo sistema público de saúde, inclusão da vasectomia na Política Nacional de Cirurgias Eletivas e, o que é melhor, campanhas de conscientização para o planejamento familiar.

Por óbvio, haverá falhas. Como sempre, o governo não vai cumprir nem a metade da promessa. Também não duvido que, lá pelas tantas, a Polícia Federal acabe estourando alguma máfia agindo no setor... Tudo é possível. Mas uma coisa ninguém tasca: o mérito do governo Lula em ser o primeiro a tratar de forma direta, sem se deixar intimidar com pressões moralistas ou de cunho religioso, o problema da procriação irresponsável.

Já sei que vai ter muita gente vindo até aqui para dizer que tais medidas incentivarão o sexo precoce entre adolescentes - quando o papel de um governo, na opinião de quem assim pensa, seria de educar para a castidade, para o sexo apenas no casamento, etc e tal.

Não percam seu tempo. Os incentivos à atividade sexual precoce já são variados sem que o governo precise mover uma palha. A educação sexual , por sua vez - pouco importa em que direção -, deve ser compromisso da família. O problema é que os pais não dão conta. E, na maioria das vezes, não dão conta porque têm filhos demais e informação de menos.

De modo é muito bem vinda qualquer iniciativa que tente nos tirar deste círculo vicioso. Tanto é bem vinda que foi reivindicada por aqui no início deste ano.