sexta-feira, 13 de julho de 2007

Algumas lições

Ontem à tarde, indignados com mais uma manobra de Renan Calheiros, os senadores da oposição se retiraram do plenário.

Era a única atitude possível depois que o presidente daquela casa descumpriu o acordo que garantira, na quarta-feira, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Pelo acordo, os partidos de oposição se comprometeram a não obstruir a votação da LDO na quarta, desde que a Mesa Diretora do Senado - presidida pelo próprio Renan Calheiros - encaminhasse na quinta o pedido de uma perícia detalhada da documentação que o presidente do senado apresentara ao Conselho de Ética.

A oposição cumpriu sua palavra. Renan não: tratou de adiar a reunião da Mesa Diretora para terça-feira, véspera do recesso parlamentar, numa clara intenção de esvaziá-la. Não teve, contudo, coragem para fazê-lo pessoalmente: mandou em seu lugar o vice-presidente do Senado, o petista Tião Viana, para anunciar a traição.

No momento, as notícias dão conta de que a oposição vai manter uma vigília para garantir a realização da Mesa Diretora na terça.

O episódio encerra algumas lições - todas óbvias demais para políticos presumidamente experientes. A primeira delas é que não se deve dar crédito a quem usa do cargo que ocupa para livrar-se de investigações. É o que Renan Calheiros tem feito nos últimos trinta dias - o que nos obriga a observar que é de uma espantosa ingenuidade que a oposição, depois de tudo o que viu do alagoano, ainda tenha caído no golpe do acordo.

A segunda - e talvez a mais importante - lição foi esclarecida pelo próprio Renan: "Só marca reunião quem ganha eleição. Quem tem 28 votos não marca reunião", declarou ele à imprensa, numa clara provocação a Agripino Maia, seu adversário na eleição de janeiro último, que o reconduziu ao cargo de presidente do Senado.

Pois é exatamente isso. Renan está coberto de razão. Este homenzinho sem palavra - que não hesita nem mesmo em expôr a esposa, a ex-amante e a filha bastarda para tentar salvar-se politicamente - está sentado naquela cadeira porque pode. E pode porque muitos senadores que se dizem de oposição votaram em Renan Calheiros e, agora, não têm peito para enfrentá-lo. Quem tiver dúvidas pode reler, nos links apresentados abaixo*, a cobertura que este o blog fez à época.

Ou seja: exceto por 28 senadores, que votaram em Agripino Maia para a presidência do senado, os demais estão apenas colhendo o que plantaram. Ou se mexem para compensar o erro, ou merecerão sair desta história tão desmoralizados quanto o próprio Calheiros.

*Quem elegeu Renan Calheiros?

Trairagem não escolhe partido

Por ora, sem visão dantesca

São duas

E o Delcídio?

Tudo como Lula quer

Quem?

Um comentário:

Cristal disse...

Nariz!!!

Com sua licença nada à ver com o post,mas,não poderia deixar de comentar:

"LULLA TOMOU AS MAIORES VAIAS DA VIDA DELLE".
HUuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaa...

Eu,ontem aqui,contei p/ vc's da vaia que elle tomou no ensaio e disse que elle se cuidasse.

"O CARIOCA ESSA NOITE LAVOU A ALMA DE TD'S OS BRASILEIROS QUE TEM ÉTICA E VERGONHA NA CARA."