domingo, 16 de setembro de 2007

Criança Esperança: a calúnia não será punida?

Estive esperando o Criança Esperança encerrar a campanha por telefone - o que ocorreu em 25 de agosto - para voltar a este tema. Isto porque há momentos em que falar contra uma calúnia significa apenas colaborar para disseminá-la mais ainda.

Terminado o período mais importante para a arrecação - doações pelo site são aceitas ao longo de todo o ano -, podemos tratar da campanha difamatória dirigida contra aquele projeto sem correr o risco de potencializar seu poder de destruição. Não é possível saber, ainda, a força exata deste poder - o total arrecadado este ano só será conhecido daqui a aproximadamente três meses, quando for feito o processamento de todas as contas telefônicas. Mas não há dúvidas de que ele foi forte o suficiente para obrigar a Rede Globo e a UNESCO a emitirem um comunicado oficial - repetido, insistentemente, em todas as chamadas da campanha - desmentindo que a Globo utilize os valores doados para obter descontos no Imposto de Renda.

Mas por que eu volto a este assunto?

Porque a nota emitida pela UNESCO abre falando em "mensagens que circulam na internet com falsas informações" e encerra dizendo lamentar " que pessoas ou grupos propaguem informações falsas". São observações genéricas, que sugerem a impossibilidade de identificar a fonte original da campanha difamatória.

Não é verdade. A calúnia em questão, que acusa a maior rede de televisão do país de operar um golpe financeiro em conjunto com uma das mais impostantes agências da Organização das Nações Unidas, tem nome, sobrenome e endereço sabidos: é de autoria de Helena Sthephanowitz, que se assina "jornalista de Piracicaba" e é a editora responsável por um blog chamado "Os Amigos do Presidente Lula" - site onde a calúnia apareceu pela primeira vez, em fevereiro último.

Até aí, nenhuma novidade. A coisa poderia ter ficado apenas no hall daquela coleção de calúnias que volta e meia surgem nos blogs petistas - e Helena Sthephanowitz pode, afinal de contas, ser apenas um nick com a pretensão de parecer um nome. É claro que, mesmo quando mantidos sob pseudônimos, blogs estão sujeitos à lei. Ainda assim, poderia-se aceitar que Globo e UNESCO não quisessem deflagrar uma guerra judicial com um blog de quinta.

Acontece que a dita calúnia foi publicada às 22:36h do dia 28 de fevereiro de 2007, pelo site Vermelho.org - e publicada na íntegra sem, contudo, que seus editores mostrassem qualquer preocupação em ouvir a Rede Globo ou a UNESCO a respeito do assunto. Foi a partir desta data que a coisa saiu da esfera blogueira e ganhou um caráter de pseudo seriedade, transformando-se, inclusive, num spam enviado por e-mail.

Site mantido por um convênio entre o PCdoB e a Associação Vermelho - entidade "sem fins lucrativos" - o Vermelho.org, e seu editor Bernardo Joffily, pode e deve ser chamado a apresentar provas das denúncias que publica. No caso em questão, deveria ser convidado a explicar-se na justiça.

É, de fato, improvável que uma empresa de comunicação como a Globo não tenha conseguido localizar a fonte da calúnia. Ainda assim, na remota hipótese de que este tenha sido o caso, as informações acima são mais do que suficientes para desencadear uma ação formal contra o Vermelho.org, seus editores e a suposta "jornalista-blogueira" Helena Sthephanowitz - ou quem quer que esteja por trás deste nick.

Com a palavra, os departamentos jurídicos das Organizações Globo e da UNESCO.

6 comentários:

Sharp Random disse...

Nobilíssimo olhar sobre as mentiras repetidas à exaustão na calada das consciências equivocadas nos meios de que se servem para chegar ao fim do mundo que já não existe mais!

Sharp Random disse...

;)
Lê-se, "Ajude o Vermelho a ter 1 Milhão de visitas" no final da animação no banner principal do site... mais um meio diletante para se atingir um fim... ou a prova cabal do vazio existencial dessa nova geração dialética ?!?

Do Contra disse...

Nariz

Independentemente da lisura no trato do dinheiro pela rede globo, eu jamais daria meu dinheiro para algum programa de assistencia promovido pela Unesco. Penso que a melhor forma de ajudar pessoas em dificuldades é ajudar diretamente ou atravez de alguma organização pequena e local.

Sou anti-ONU. Este clube de ditaduras calhorda que jamais condenou o Irã, Síria ou Coreia do Norte, mas sempre condena Israel.

(N.G.: Do Contra, eu não estou fazendo campanha pró-Criança Esperança. Estou dizendo é que se a Globo e a UNESCO têm tudo para tomar uma atitude. Se não o fizerem, não haverá notinha boa o suficiente para provar que se trata de uma calúnia.)

Jorge Nobre disse...

Eu também não gosto muito da ONU e das organizações subordinadas, como é o caso da Unesco. Mas nesse caso é díficil não se solidarizar com a globo. É nojento esse ódio à globo. É a velha inveja do sucesso alheio.

Pati Haddad disse...

Concordo, de certa forma, com o comentarista Do Contra aí de cima. Eu também prefiro ajudar diretamente alguma entidade próxima a mim. No entanto, isto não quer dizer que eu condene ou duvide da campanha promovida pela Globo. Minha mãe, por exemplo, sempre me pede para ligar por ela. E como disse o Jorge Nobre lá em cima, eu também acho nojento esse ódio à Globo. Ela pode não ser santa (mas quem o é?), mas essa raiva gratuita é típica de fracassados ou de quem tá com dor de cotovelo.

Star disse...

NG seu trabalho foi perfeito, não sei se vale a pena a Globo ou a Unesco entrarem como uma ação contra esse tipo de boatos, mas justamente por essa postura de nos mantermos calados diante das mentiras criadas por esses vermes nos trouxeram ao que vemos hoje, valendo ou não a pena é preciso por um fim nesse tipo de serviço de desinformação social.