terça-feira, 2 de outubro de 2007

O pavão abre a cauda

Há dois anos, no calor das CPIs do Mensalão e dos Correios, dediquei o hit de Ednardo, Pavão Misterioso, ao deputado Eduardo Paes.

Houve, então, quem não entendesse a dedicatória - e, para os que entenderam, a coisa desceu quadrada. Isto porque os tucanos viam no jovem deputado uma promessa para os quadros psdebistas - o PSDB tem uma preocupação, até certo ponto justificada, com a renovação de seus quadros; mas isto é papo para outro dia.


Importa é que onde muitos viam "dinamismo" eu via apenas oportunismo. Em contraste com o austero e eficiente Carlos Sampaio, Eduardo Paes me parecia mais alguém em busca de holofotes. Apenas e tão somente isto. Um pavão - e não um tucano.

Pois eis que pavão abriu de vez a cauda.


Depois de assumir a Secretaria de Esporte e Turismo em janeiro último, Paes se filia amanhã ao PMDB - legenda a bordo da qual pretende se candidatar a prefeito no ano que vem. Com o apoio de Lula.

4 comentários:

HUGO AGOGO disse...

NG, antes disso Eduardo Paes era revelação do PFL. Foi para o PSDB "buscar espaço". Os tucanos implodiram a base eleitoral de Alckmin no RJ para bancar a candidatura suicida de Paes ao Governo. Fez 3 % e ajudou a afundar Alckmin no Estado. Em retribuição a eterna revelação agora pôe um belo par de chifres no PSDB e se manda para o lullista PMDB de Cabral. Eduardo Paes ainda acaba no PT.

Alexandre, The Great disse...

Conheço bem a peça... NG, vc tem toda a razão!

Coronel disse...

Uma das figuras mais perniciosas da política brasileira, o típico traíra. Pela sua pouca idade, teremos que aturar esta mala por longos e longos anos. O Rio de Janeiro não merece. Nada que uma boa investigação nas contas do PAN não resolva.

CORONEL

Andre disse...

Concordo com a definição, perfeitamente adequada ao Paes. Ele é uma "promessa", sim, no sentido futebolístico do termo. Um jogador habilidoso, melhor de drible do que de jogo coletivo, à procura de um time onde ele possa exibir seus talentos. Não importa que time seja esse. Esperar dele amor à camisa (mesmo naquele grau mínimo que é o máximo da política brasileira) é não entender a figura. Sua prestação em 2006 foi pífia, e a maneira como pulou no colo de Cabral e Lula no segundo turno deu as pistas dos próximos passos. Ele optou por seguir quem (parece) estar em alta. Vai servir de peão pra Cabral, na luta pelo comando do PMDB-RJ. Não lhe desejo boa sorte. E espero, interessado, sentado no sofá, pelos próximos passos dentro do PMDB, já que o grupo de Picciani/Garotinho vai fazer de tudo pra queima-lo por lá.