terça-feira, 29 de abril de 2008

Vou ali e já volto

Estou enrolada com um trabalho urgente.

Sugiro que vocês aproveitem para dar umas bandas pela vizinhança - que, aliás, está a cada dia melhor, com tendência a melhorar mais ainda nas próximas semanas.

Sigam esta seta:


segunda-feira, 28 de abril de 2008

CNT/Sensus: Lula decepciona

Tem petista dando com os costados aqui para pedir que eu comente os resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje cedo.

Então vamos lá: Lula está em campanha pelo menos desde janeiro de 2003. Nenhum outro presidente teve mais tempo de exposição na mídia do que o ex-torneiro-mecânico. Nos últimos quarenta dias, então, na maior afronta eleitoreira já feita ao TSE, Lula percorreu todo o país com a Caravana do PAC.

Diante de tal quadro, seria um vexame se Lula apresentasse índices menores de aprovação. Para falar a verdade, eu acho os índices apresentados até baixinhos. Acredito que eu, com tanto tempo de mídia, estaria mais popular ( no mínimo porque sou mais bonitinha). Do que se pode concluir que petista que se proseia por conta desta pesquisa ou é burro ou é desonesto.

Todo mundo sabe que eles só estão ganhando o jogo porque sempre burlam - pra ficar num termo suave - as regras.

Suprema hipocrisia

Impressionante como há hipocrisia e cara-de-pau nas opiniões emitidas sobre o andamento do caso Isabella.

Em artigo para a Folha de S. Paulo de hoje, por exemplo, Valdo Cruz apresenta a opinião de "um ministro do Supremo Tribunal Federal " sobre o caso: polícia e promotoria estariam alimentando o "espetáculo" e, com isso, incentivando o sentimento de Justiça com as próprias mãos - lá está assim mesmo, "Justiça com as próprias mãos", com "J" maiúsculo, como se esta fosse uma instituição reconhecida. Adiante...


Segundo Cruz, o membro não identificado do Supremo Tribunal Federal também observa o óbvio: que, estando o processo a correr em segredo de Justiça, delegados e promotor estavam obrigados a aguardar o final das investigações para divulgar detalhes das mesmas. Ao falharem nisso, permitiram que um caso como este, de forte apelo emocional, fosse usado para justificar o atropelo das leis vigentes.

Duas perguntas ao membro não identificado do Supremo Tribunal Federal :

1. Constatada tal realidade, o que o excelentíssimo pretende fazer a respeito? Vai seguir soprando impressões, anonimamente, aos ouvidos de quem pode dar visibilidade a elas, sem tomar qualquer atitude mais concreta? Não é a primeira vez que informações sobre casos que correm em sigilo chegam à imprensa. E se isto continua ocorrendo é porque aqueles que deveriam guardar a Lei agem da mesma forma que o povo reunido em torno daquela delegacia: só acordam para determinado problema quando a imprensa mantém o tema 24 horas por dia no ar. A diferença é que o povo na porta da delegacia não custa tão caro ao contribuinte.

2. Onde está este nobre representante da Justiça quando, por exemplo, o presidente da República usa a máquina do Estado para atropelar as leis vigentes? Embaixo da própria cama?

Há muitas, mas muitas, coisas ocorrendo a revelia da Lei no Brasil. Lastimo é que tais delizes só incomodem aos senhores da Justiça quando desfavorecem aos suspeitos e acusados de crimes graves. Aí estes senhores correm a assinar habeas corpus que garantam providencial silêncio aos interrogados e liberdade aos muito suspeitos - quando não, aos assassinos confessos. Esta é, aliás, uma das poucas ocasiões em que a Justiça não faz diferenciação social neste país: dos pés-rapados que mataram o menino João Hélio ao médico que esquartejou a amante, os mais cruéis criminosos brasileiros têm sempre garantidos seus direitos. Todos contam com a vigilância da Justiça para que não se tornem vítimas do "atropelo das leis vigentes". E os hipócritas ainda têm a suprema cara-de-pau de vir à imprensa criticar a sanha do povo que berra à porta da delegacia.

domingo, 27 de abril de 2008

1988: o ano da liberdade

censura2.jpg

Outro dia, afirmei que, ao contrário de 1968, que culminaria com o AI5, o ano a ser comemorado é 1988. Porque me parece óbvio que o retorno do país à democracia, mediante a promulgação de uma Carta Magna que nos devolveu os direitos individuais e acabou com a censura, é muito mais digno de nota.

Mas, talvez porque a Constituição de 1988 tenha, ao longo do tempo, apresentado inúmeros problemas; talvez porque tornou-se lugar-comum entre os economista falar da década de oitenta como "década perdida", esta efeméride parece que vai passar em branco - suplantada, simbolicamente, nos meios intelectuais, pelo aniversário de 40 anos da passeata dos 100 mil.

Não neste blog.

Aqui vamos comemorar, sim, o ano em reconquistamos o Estado de Direito. Comemorar e, conforme você pode ver no selinho acima, defender a manutenção daquele que certamente é um valor maior daquela conquista: o fim da censura.

A partir de hoje, e até o final deste ano, este blog vai reviver os momentos mais significativos daquele 1988. Sem periodicidade definida, mas com muita emoção, vamos lembrar o que de mais importante aconteceu na política, nas artes, nos esportes, e nas diversas manifestações culturais.

E já que hoje é domingo, esta série começa lembrando aquela madrugada de 30 de outubro de 1988, quando Ayrton Senna conquistou, no Japão, seu primeiro campeonato mundial. De quebra, aproveito e faço uma média com minha mana, que era fã do cara. Quem não era?

Ps.: quer participar desta série? Envie sugestões de imagens, notícias, artigos, músicas ou vídeos para nariz.gelado@uol.com.br, com o título "1988".

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=JxBjl45pzG8&hl=pt-br]

sábado, 26 de abril de 2008

Magoou

Na terça-feira, eu disse que a bronca - predominantemente da esquerda - com a visibilidade do Caso Isabella se dava porque a cobertura do mesmo estava roubando espaço de Lula na mídia.

Não deu outra.

Hoje, o próprio veio a público queixar-se de pirotecnia por parte da imprensa. A justificativa´foi a mesma reservada aos companheiros encrencados: aquele bom e velho, agora tão bem definido por Jabor, linchamento das evidências - nada foi provado, não podemos condenar antecipadamente, etc e tal .

Tanto quanto das outras vezes, a ladainha não me convenceu. Na verdade, ele está contrariado porque perdeu espaço na mídia.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Há vinte e tantos anos

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=kGGqFes_a8c&hl=pt-br]

Sim, eu sei: o nome do festival era Rock in Rio mas foi aberto por um Ney Matogrosso no seu melhor estilo Sapucaí. O clip de abertura, então, é constrangedor de tão bobinho.

Mas, ainda assim, vale a pena rever o vídeo que abre este post. Porque há nele algo de que tratamos de nos livrar nestes vinte e tantos anos. Não, eu não estou falando das cores cítricas, dos óculos brancos e do gel com glitter ... Falo do selo da Censura Federal - uma censura escancarada, da qual nos livraríamos em 1988, três anos depois do Rock in Rio I. Uma censura que tem dado inúmeras mostras de querer retornar - agora não mais explícita, mas através de constrangimentos e pressões.

Como eu já escrevi em outra ocasião*, sou de uma geração que, junto com Renato Russo, perguntava-se "Que país é esse?". A mesma geração que achou o máximo ver um Lobão algemado tocar o hino nacional num solo de guitarra. Geração que assitiu à "Wall Street Poder e Cobiça" e "Uma Secretária de Futuro" assimilando que, também no capitalismo de roupagem yuppie, o crime não compensava. "Colonização cultural" era uma expressão sem qualquer sentido para nós, posto que lotávamos tanto os shows do The Cure quanto os do Capital Inicial ou do Legião Urbana.

Não foram poucas as vezes em que nós, os jovens da década de 1980, por termos crescido sob a ditadura, fomos considerados uma "geração perdida". Quem nos analisava por este prisma era aquela meia dúzia de gatos pingados que, tendo assumido a luta armada na década anterior, retornava beneficiada pela anistia. Não raro, eles aqui chegavam empunhando títulos de universidades mundialmente reconhecidas - o que, por si só, parecia autorizar-lhes a tecer comentários sobre uma geração cujo desenvolvimento eles não haviam acompanhado de perto.

Esqueceram-se de que, à despeito de qualquer cerceamento ocorrido em sala de aula, tínhamos uma família que nos explicava que estávamos vivendo em um regime de exceção. Projetaram pois, em nós, o isolamento e a falta de informação que pesava sobre si mesmos. E mal se deram conta de quanto o nosso deslumbramento com a liberdade de expressão e com o ingresso do país na pós-modernidade colaborou para o florescimento dos partidos que hoje os abrigam.

Sem armas ou seqüestros, estávamos - ao votar em governadores de esquerda e lotar os comícios pelas "Diretas Já" - fazendo uma revolução concreta e definitiva. Tão concreta que pudemos encerrar o mandato de um presidente mal escolhido. Tão definitiva que não hesitaremos em fazê-lo novamente, se preciso for. Louvável pensar que fazíamos isso curtindo Talking Heads - e não a mediocridade musical de um Geraldo Vandré.

Hoje estamos vendo quem é, de fato, a geração perdida. É aquela que, para cá voltando, não soube capitalizar honestamente o frescor e a disposição das jovens mentes brasileiras. Capitalizou-os maquiavelicamente, aparentando inocência e honestidade, a fim de montar um aparelhamento de fazer corar Joseph Stálin. É aquela que, hoje, a fim de se manter no poder, não hesita em implantar uma censura velada, através de terrorismo virtual, demissões e ameaças.

Não se entusiasmem, contudo. Nós somos, sim, os pacientes e tranqüilos filhos da ditadura militar. Nossa tranqüilidade nasce da certeza de que nada dura para sempre. E nossa paciência, do entendimento de que sempre há um momento certo para agir.

Por fim, enfiem em vossos respectivos rabos este 1968, que vocês tanto querem comemorar. O ano, para nós, é 1988.

* Boa parte deste post é a reedição de outro, publicado em julho de 2005.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Mas o que é isso, companheiro?

Quando a gente acha que já viu de tudo... mais essa.

Pombo-correio

Aécio, tem recado do Serra pra você.

 Erasmo Carlos e Renato Russo - A carta
http://www.mp3tube.net/play.swf?id=2cf31e46504347e609faa9818e3a361e

E, antes que vocês me perguntem: sim, eu estou me divertindo muito.

Que se explodam os dois, são os meus melhores votos.

Galo sem esporas

"Aqui pretendo botar pra fora tudo que penso, tudo que acho, tudo que acho que sei."

Este é Duda Mendonça, no Blog do Duda, inaugurado hoje.

Na contramão daquele vermelho que nos fez engolir nos últimos seis anos, Duda veio com um blog azul-calcinha, como se quisesse construir, para si, uma versão "Dudinha-paz-e-amor".

Portanto, não pensem que a promessa acima - de que vai botar pra fora tudo o que pensa e sabe - significa que ele está pronto para a rinha.O galinho em questão pode até usar o blog para mandar uns recados à quadrilha. Mas daí a cacarejar tudo o que sabe, vai uma distância muito grande.

Duda é muito protegido. E não é só por aqueles a quem atendeu. Rola um certo corporativismo também. Ou vocês não notaram que na campanha presidencial de Geraldo Alckmin não se disse uma vígula a respeito de Duda Mendonça?

Tutti buona gente

Preso pela Polícia Federal nesta manhã, o advogado Ricardo Tosto vem sendo lembrado, nas últimas horas, como "advogado de Paulo Maluf".

É verdade. Mas não é só isso.

Na cartela de clientes de Ricardo Tosto, está também José Dirceu de Oliveira. Em 2004, Tosto representou o então ministro da Casa Civil na ação que este moveu contra o irmão de Celso Daniel.

Tosto, que foi preso juntamente com outras oito pessoas, é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos do BNDES.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Voltem sempre

Trabalhar para Presidência da República é... Ficar de olho nos blogs da oposição.


visitinhab.jpg

Cliquem aqui para ver os detalhes da visitinha: vieram do Coturno Noturno, ficaram aqui por 24 minutos, atualizaram a página duas vezes e rumaram para o Arrastão.

Espero que da próxima vez eles deixem de lado a timidez e comentem.

O linchamento das evidências

"Neste caso, o direito democrático de defesa legítimo está sendo usado de uma forma delinqüente."

Arnaldo Jabor, ontem, para o Jornal da Globo, comentando o Caso Isabella.

Simplesmente magnífico.

Sobre Serra e Alckmin

Do leitor que se assina Bruno, em comentário no post abaixo:

"O que vc acha da reportagem da Folha do Alckmin procurar o Ciro para enfraquecer o Serra?"

Pessoalmente, eu lastimo que qualquer político medianamente bem qualificado ainda pense em se unir ao camaleão lulopetista Ciro Gomes - e o mesmo vale para um Orestes Quércia ou um Paulo Maluff. Da mesma forma que eu lamento ver um politico supostamente de oposição orquestrar alianças com o PT. Se, como alegam alguns, este é o preço para se ganhar uma eleição, eu preferiria perder.

Só que eu não vivo de política e tenho um estilo de vida que apenas indiretamente é influenciado por decisões políticas - na taxa de juros das aplicações, no pagamento de impostos ou, por exemplo, no quanto minha fiel escudeira terá que se afastar do trabalho para permanecer na fila do SUS. É bastante, com alguma razão, dirão alguns. É menos do que se eu fosse militante com direito a cargo de confiança, respondo eu.

Também pessoalmente, posto que não sou de levar desaforos para casa, entendo a postura de Geraldo Alckmin em relação a José Serra - que, em 2006, quebrou acordos,cruzou os braços e não moveu uma palha em prol da campanha presidencial tucana. Mas eu não estou concorrendo a cargo algum. Tampouco sou filiada ao PSDB - ou a qualquer outro partido.

Para Alckmin e Serra, no entanto, as prioridades deveriam ser o Brasil e, enquanto via de ação, o partido - não suas ambições e pendengas pessoais. Eu, no lugar de Geraldo Alckmin, jamais permaneceria no mesmo partido que José Serra. No lugar de um membro do alto tucanato, já teria entendido que o PSDB está pequeno para ambos - quiçá para os três, se considerarmos que Aécio mostra a mesma fome de poder associada a um certo oportunismo ideológico quase genético.

Dito isto, a resposta para a sua pergunta, Bruno, só pode ser uma: pelo andar da carruagem eu acho que os tucanos vão, mais uma vez e pelos mesmos motivos de sempre, morrer na praia.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Por falar nisso

Estou tentada a acreditar que a bronca - predominantemente da esquerda - com a visibilidade do Caso Isabella se dá porque a cobertura do mesmo está roubando espaço de Lula na mídia.

Datena x Cruvinel

Por conta do caso Isabella Nardoni, estou acompanhando aquilo que o jornalismo chique costuma classificar como "jornalismo mundo cão".

E, ao contrário de torcer o nariz para programas como o do Geraldo Luis na Record e o do Datena na Band; ao contrário de fazer de conta que não os estou assistindo, como faz boa parte dos esnobes que os criticam, concluo que este pessoal todo deveria ir para Basília, cobrir política.

Já está mais do que na hora da política nacional ter uma abordagem realmente popular - que, talvez, seja o único tipo de jornalismo capaz de diluir os efeitos maléficos do jornalismo chapa-branca da Telelula.

Duvido

De acordo com reportagem de Jailton de Carvalho, publicada em O Globo desta terça-feira, a Polícia Federal decidiu que a ministra Dilma Rousseff será convidada a depor no inquérito para apurar a origem do vazamento do dossiê:

"O delegado Sérgio Menezes, que comanda o inquérito, chamará para depor inicialmente os seis funcionários encarregados da produção do banco de dados da Casa Civil, de onde teria sido extraído o dossiê. Numa segunda etapa, o delegado intimará os chefes dos seis servidores. A idéia é subir na hierarquia até chegar a vez da ministra Dilma. "

Não chego ao extremo de apostar meus dentes da frente. Mas jogo alto na hipótese de que a ministra jamais colocará os pés em uma sede da PF. Corrobora, para a minha certeza, a notinha de Renata Lo Prete para a coluna Painel da Folha de S. Paulo de hoje:

"Governo e oposição devem executar nesta semana os passos de um acordo costurado nos últimos dias para derrubar a convocação de Dilma Rousseff à Comissão de Infra-Estrutura do Senado, onde a ministra deveria falar sobre o dossiê de gastos de FHC produzido na Casa Civil. Pelo entendimento, o presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), colocaria em votação no próprio colegiado um recurso do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), contra a convocação, por ser supostamente anti-regimental. Imediatamente, então, caberia a Jucá anunciar a ida de Dilma à comissão no próximo dia 29 para falar sobre o PAC, atendendo a uma convocação anterior."

Se a ministra que "tem mais o que fazer do que ir ao Senado dar satisfações sobre o dossiê" é poupada até pela oposição, quem pode acreditar que será enquadrada pela PF de Tarso Genro?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

É hoje que a casa cai (II)

Mudança de planos.

Aquela prometida implosão começou há coisa de duas horas.

É hoje que a casa cai

Estou da saída - e não sei a que horas retorno,

Mas sugiro que, durante o dia de hoje, vocês fiquem de olho no Arrastão.

A qualquer momento, Janaína Leite vai publicar a entrevista exclusiva que fez com Angelo Jannone, ex-chefe de Segurança da Telecom Italia para a América Latina.

Na pauta, o desmanche das acusações de Luis Nassif e - prestem atenção! - "a relação entre a Telecom Italia e a Abin, a suposta ligação entre Marcos Valério e Marco Bernardini, a participação de outras empresas na espionagem da cúpula do governo federal e os detalhes de pagamentos feitos pela operadora italiana no exterior a pessoas contratadas para influenciar a mídia no Brasil".

A Janaína garante que a casa vai cair. E quando a vizinha promete, ela cumpre.

Atualização, às 18:21H: a coisa deve ser medonha. Confiram lá: a Janaina decidiu permitir que todos os citados na entrevista se manifestem. Deverão fazê-lo por escrito. Exeto "a assessoria do Palácio do Planalto, por conta do presidente da República", com quem Janaína fará contato diretamente. Perceberam o tamanho do drama?

domingo, 20 de abril de 2008

Quando o povo se faz temer

Na manhã de 7 de setembro de 2007, às portas da Polícia Judiciária de Portimão, Kate McCann foi vaiada por centenas de pessoas que estavam instaladas ali apenas para vê-la passar. Mais cedo, a polícia deixara vazar para a imprensa que Kate McCann estava envolvida na morte da sua filha desaparecida, Madeleine. O trânsito no local fora interrompido num raio de de 100 metros da sede policial devido ao grande número de jornalista e populares que, desde o dia anterior, se amontoavam no local para assistir ao desenrolar dos acontecimentos.

A cena recente - apenas mais uma das inúmeras que a mídia ofereceu durante o ruidoso, e ainda não solucionado, "Caso Madeleine" - deveria servir para acalmar os ânimos de gente afoita como Clóvis Rossi que, na edição de hoje da Folha de São Paulo, chamou de "Talibãs" os populares que se acotovelaram diante da delegacia em que o pai e a madrasta de Isabella Nardoni estavam depondo. Também deveria servir , o caso Madeleine, para deixar constrangidos àqueles que passaram os últimos dias criticando a nossa mídia; dizendo que ela peca - e nisso difere da mídia do hemisfério norte - em dar tanta atenção ao Caso Isabella.

Porque a verdade é que eu acho ótimo que a nossa mídia trate uma monstruosidade dessas como ela deve ser tratada: como algo extraordinário, incomum e jamais visto antes. Assim como acho ótimo, fantástico e absolutamente saudável que os brasileiros não estejam tão anestesiados como aparentam - e que ainda se revoltem profundamente com crime tão horrendo. Acho, ao contrário do que se tem dito por aí, que as cenas da última sexta-feira são um sinal de vida.

É claro que eu não apoio atos de violência. E penso que a polícia tem a obrigação de garantir a integridade física dos suspeitos - papel que, usualmente, ela vem desempenhando com sucesso. Mas defendo o direito de qualquer cidadão a se expressar livremente. E acho muito bom que assassinos potenciais, juízes, policiais e políticos assistam, volta e meia, em suas televisões, o povo revoltado, ao vivo, xingando e clamando por justiça.

Incitados pela mídia sensacionalista? Sim... E daí? Do público que lota o Maracanã ao eleitor que vai às urnas não há, hoje, em qualquer lugar do globo, ajuntamento de pessoas que não seja 'incitado' por algum tipo específico de mídia. Portanto deixemos de hipocrisia e partamos para o fato inegável: no teatro democrático, cada um tem um papel determinado a desempenhar. E, às vezes, deve-se desempenhá-lo com maior dramaticidade - a polícia de choque, que bate seus cacetetes contra os escudos em advertência, entende muito bem este jogo.

Se manifestações como as que vimos na última sexta-feira ocorrerem com mais freqüência, talvez diminua o número de juizes dispostos a manter em liberdade assassinos como Jorge Farah e Pimenta Neves. Ou não é verdade que, ao fim e ao cabo, a natureza da Lei se mostra muito mais interpretativa do que técnica? Ou não é verdade que passeatas e camisetinhas não têm conseguido impedir verdadeiras injustiças cometidas à sombra da interpretação da Lei?

E se assim é, você terá que admitir que algum tipo de pressão popular explícita - e carregada com uma boa dose de revolta - se faz necessária. Sem isso, sem eventuais demonstrações de indignação popular - com um claro, mas nunca realizado, potencial de violência - as autoridades vão ficando tranqüilas demais, lerdas demais, cínicas demais e corruptas demais.

Se o leitor duvidar, sinta-se livre para vasculhar nossas raízes, buscar nossa identidade e discutir nossa formação sociocultural... Sinta-se a vontade para cercar-se de todas as teorias e métodos a fim de tentar entender o que se passa conosco. No frigir dos ovos, descobrirá que a impunidade tomou conta do Brasil porque nossas autoridades deixaram, há muito, de temer o povo.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Aliás

Só agora pude ler a nota do DEM.

Devo dizer que esta eu assinaria com eles.

E não é a primeira vez que Rodrigo Maia se apresenta, às vésperas de um feriado, para dar voz à oposição. A continuar assim, o partido pode surpreender nas próximas eleições.

Era uma vez uma oncinha sedenta

É claro que o Coronel não ficaria quietinho.


Voltamos

O A Postos passou a tarde fora do ar.

Aconteceu porque esquecemos de pagar a fatura do mês.

Mas não deixa de ser uma bela de uma ironia.

Se, como querem os nassifetes, o Super-Malvado-Dantas nos bancasse, o provedor não teria coragem nem de nos cobrar a conta - muito menos de nos tirar do ar por falta de pagamento.

vagabundagem.jpg

Foto: Araujo/Folha Imagem.

Em suma: bando de vagabundos, à margem da Lei e sustentados com dinheiro público, fazendo o que bem entendem.

Perguntas que não podemos abandonar

"Por isso, é legítimo indagar: o que será que existe de tão esquisito nas despesas do presidente Lula, dona Marisa Letícia e seus familiares, que não possa ser divulgado?

Não dá para acreditar que algum vestido de dona Marisa Letícia possa constituir ameaça à segurança nacional.

Não dá para acreditar que algum terno do presidente Lula possa constituir ameaça à segurança nacional.

Isto é bobagem."

Lúcia Hippólito. Aqui.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dilma assume: é "comício"

Na manhã de hoje, em visita oficial às obras do PAC em Belo Horizonte, a ministra Dilma Roussef agradeceu às mulheres por terem comparecido ao "comício" - que foi pago com o seu dinheiro, contribuinte.

Ouça a matéria da CBN.

O que mais o TSE precisa para interromper esta campanha ilegal?

Atualização, às 17:40h: assista ao vídeo, aqui (aviso que é preciso aturar o Lula falando antes).

Um ringue para três

Hoje, das 17h às 19h, tem debate sobre a TV Lula.

No corner vermelho,Tereza Cruvinel e Paulo Markun. No corner azul, Eugênio Bucci - presidente da Radiobrás no primeiro governo Lula, que recentemente revelou ter sofrido pressões políticas no cargo.

A arbitragem é do novo ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, e o evento vai ser transmitindo pela TV UOL.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Excelentíssimo Senhor Senador Mão Santa,

É com alegria que encaminhamos a Vossa Excelência as 415 assinaturas de nossa petição, cuja coleta foi encerrada à meia-noite de ontem, 15 de abril de 2008.

Cabe observar que orgulha-nos o fato de que o nosso abaixo-assinado tenha, por vossa iniciativa, entrado para os anais do Senado Federal. Orgulha-nos, também, constatar que aquele circo partidário e ideológico, que fora indevidamente armado em nome dos "direitos da mulher”, tenha silenciado depois que o nosso abaixo-assinado foi lido em plenário por Vossa Excelência.

Finalmente, observamos que as assinaturas ficarão disponíveis para conferência, no endereço original, durante os próximos cem dias - prazo máximo que o site gratuito que as abriga permite que as petições finalizadas permaneçam on-line.

Cordialmente,

Nariz Gelado

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terça-feira, 15 de abril de 2008

Investidura

 Caetano Veloso - Jorge de Capadócia
http://www.mp3tube.net/play.swf?id=29b018ff1a7f4fdc76abf40623dba94b

Para minha vizinha, Janaína Leite, que está lutando o bom combate.

Mentira, teu nome é legião

Agora que a Polícia Federal começa a concluir que a Casa Civil fez mesmo um dossiê - posto que não seguiu os padrões técnicos para um banco de dados - podemos entender melhor aquela declarações de Tarso Genro no final da semana passada. Provavelmente, o ministro da Justiça já fora informado pela própria PF de que a cobra estava prestes a fumar - daí que tenha se dado ao vexame de afirmar que não é crime o governo fazer dossiês com fins políticos; o crime seria divulgá-los.

A despeito das desculpas de Tarso Genro, contudo, o leitor pode estar tentando adivinhar qual será a próxima versão oficial para o caso...

Nem se dê ao trabalho. Será uma versão mais bem acabada daquela lançada pelo ministro da Justiça. E já está na rua, senhores. Porque se é verdade que a assessoria de imprensa da Casa Civil não retornou as ligações da Folha de S.Paulo até o fechamento da edição que circula hoje, também é verdade que a própria matéria da Folha já traz a nova versão: "Reportagem da Folha informou que o Planalto cogita admitir publicamente que fez um dossiê para comparar gastos do casal FHC com os gastos de Lula e Marisa Letícia para se prevenir contra eventuais revelações incômodas da PF".

Eu acho que o governo vai se enrolar de novo. Pois só haveria uma forma de fazer este comparativo: se houvesse um dossiê das despesas de Lula e Marisa - o mesmo tipo de despesas, notem bem, de gastos com bebidas alcoólicas, entradas de cinema etc e tal. Se existisse, tal dossiê deveria estar em um daqueles computadores apreendidos pela PF, certo? Mas, até agora, não ouvimos falar de nada parecido com isso.

Ainda assim, qualquer que seja a versão, está ficando cada vez mais difícil escapar ao fato de que só há uma forma de se fazer uso velado de dossiês em "caráter preventivo": praticando ou, no mínimo, planejando praticar extorsão - aquilo que o Huaiss define como " ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa, lucro" e que está previsto no artigo 158 do Código Penal como "constranger alguém a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa".

Como já disse Lula em certa ocasião, o problema de mentir é que uma mentira provoca outra, e outra, e outra. Seu pessoal, porém, parece não ligar. Talvez porque sejam adeptos daquela outra máxima, que diz que uma mentira repetida mil vezes pode torna-se uma verdade.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Obrigada

premio11.jpg

Criado pelo blogueiro venezuelano Alexis Marrero, o Prêmio 11 de Abril homenageia blogs venezuelanos e estrangeiros que se dedicam, diariamente, a lutar pela democracia.

Foi com muita honra, pois, que recebi a notícia de que este blog havia recebido o prêmio em dose dupla, por indicação da Santa e do Pachoal. E eu já estava quase me achando a última Coca-Cola do deserto quando descobri que o prêmio funciona como um meme de divulgação: quem é indicado deve escolher outros 15 (!) blogs para premiar - sempre, é claro, dando links para todo mundo.

Para quem, como eu, adora quebrar um meme, a desculpa de que todos os meus conhecidos já foram citados cairia feito luva. Como, porém, eu realmente me senti honrada com a homenagem, segue uma listinha de democratas que (eu acho) ainda não fora premiados:

Angelo da Cia

Notalatina

Por isso não provoque

Batiburrilo

Grave, muito grave, gravíssimo

"O grave, nessa história, toda não é quem fez ou não fez dossiê. O grave é que ficou demonstrado que, na sala onde se decide o destino do país, onde são feitas as conversas mais reservadas do país, pode haver vazamento. Isso é algo de extrema gravidade."

Esta é a senadora Ideli Salvatti, em entrevista para o Blog do Josias, publicada no final da noite de ontem.

Dizer o quê? Se eu fizesse parte do governo Lula, também acharia gravíssima a possibilidade de que as minhas conversas com a companheirada chegassem ao conhecimento da opinião pública.

Mas como eu não faço parte da república Blue Label-com-guaraná, gravissimo, na minha opinião, é um governo fazer um dossiê para chantagear adversários políticos. Mais grave ainda, um ministro da Justiça afirmar que tal coisa é perfeitamente normal e aceitável.

Agora só falta a política mineira, berço do mensalão - e, por isso mesmo, projeto-piloto para um acordão PT/PSDB - passar a ser exaltada como um padrão ideal para o exercício político. Ou melhor, faltava. Pois foi exatamente o que afirmou Ideli. "Todos sabem que, oficiosamente, lá em Minas, o jeitinho mineiro de fazer as coisas vem funcionando", declarou a petista.

Adorei

"O Marco Aurélio Garcia é tido como um grande acadêmico, uma referência para qualquer estudo sobre relações internacionais. Curioso é que não se conhece nenhuma nota de rodapé que ele tenha escrito sobre o tema."

(Marco Antonio Villa, historiador, em entrevista para as páginas amarelas da Veja)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Mas por que é que o ministro da pesca ainda não caiu na rede?

O episódio trazido à luz ontem, na CPI dos Cartões Corporativos, não é isolado. Ao longo de toda a campanha presidencial de 2006, ouviu-se boatos sobre como os ministros de Lula estavam trabalhando para a sua reeleição. O episódio tampouco pertence ao passado: coisas deste tipo devem estar ocorrendo Brasil a fora - agora para eleger os prefeitos de Lula.

A diferença é que, se o ministro da pesca, Altemir Gregolin, realmente fez campanha - e campanha suja - para Lula enquanto entregava carteiras de trabalho a pescadores, estamos diante de um crime eleitoral que foi filmado. E por mais que a impunidade esteja imperando no Brasil, não é possivel que um crime registrado em vídeo passe em brancas nuvens. É coisa para ser alardeada, denunciada e repetida à exaustão.


Então eu pergunto ao deputado democrata Vic Pires: S.Exa está esperando o quê para colocar o vídeo no Youtube?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Outra trincheira

Segundo matéria do Estadão de hoje, Jaqueline Paiva, gerente de Telejornais da TV Brasil, pretende processar Luiz Lobo. Ex-editor-chefe do Repórter Brasil, telejornal noturno da emissora, Lobo acusou Jaqueline de censurar textos jornalísticos da emissora para atender a interesses do governo Lula.

Na terça-feira, o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) apresentou requerimento na Comissão de Ciência e Tecnologia, convidando Jaqueline Paiva e Luiz Lobo a prestarem esclarecimentos. O convite do deputado incluiu, ainda, a presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, e sua diretora de jornalismo, Helena Chagas, além do assessor de imprensa da Presidência da República, Nelson Breve - marido de Jaqueline.

Ponto para o deputado Bornhausen. Denúncia de censura em órgão público é coisa séria, que não pode ficar restrita à contenda judicial entre os envolvidos. Se é verdade o que afirma Luiz Lobo, Tereza Cruvinel e Helena Chagas devem dar satisfações à sociedade sobre o que anda acontecendo na televisão que presidem. Mesmo que venham a declarar, tal qual fazem seus superiores, que nada sabiam.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ói nóis na foto

Há coisa de uma hora, o senador Mão Santa subiu à tribuna para ler a nossa petition (clique aqui para ouvir).

A rapidez com a qual a nossa mensagem chegou, em menos de 24 horas, ao Senado Federal demonstra o quanto podemos - ao contrário do que muitos pregam por aí - fazer a partir de nossas casas. Sim, podemos nos fazer ouvir. E não, não permitiremos que vozes que estão longe de nos representar sejam as únicas a serem ouvidas no Congresso Nacional.


Agradeço a todos os que estão ajudando a divulgar a nossa petition e lembro que temos até a próxima terça-feira para coletar assinaturas.

"Line voided"

Quem estiver acompanhando de perto a nossa petition em apoio ao Senador Mão Santa verá que, volta e meia, uma assinatura é substituída pela expressão "Line voided". Isto significa que um petista passou por ali, assinou e aproveitou o espaço de comentários para escrever palavrões ou cometer calúnias - aquela velha e boa mostra de como os petistas "convivem com o contraditório" - me obrigando a deletar a dita cuja.

Mas o que importa é que a nossa petition os está deixando furiosos - o que significa que estamos no caminho certo.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Carta aberta às leitoras deste blog

Na semana passada, quando vi a senadora Ideli Salvatti espumando e acusando o senador Mão Santa de ter chamado a ministra Dilma Roussef de "galinha", pensei em fazer uma petition on line em apoio ao senador Mão Santa - que nada mais fez do que uma analogia entre as táticas de propaganda do governo Lula e aquelas utlizadas pelo nazismo - e em repúdio ao cínico uso político dos direitos da mulher por parte da líder do PT naquela Casa. Desisti, porém, da empreitada, por acreditar que a coisa não iria adiante.

No entanto, pude assistir, há pouco, ao pronunciamento da senadora Fátima Cleide, que retornou com o tema. Desta vez, veio com cartinhas da Associação das Mulheres do Vale do Jequitinhonha, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Disse, a senadora petista, que falava, por procuração destas entidades, em nome de todas as mulheres brasileiras - e exigia a retratação do senador Mão Santa, além de comunicar que será entregue, amanhã, um abaixo-assinado em repúdio à "atitude" do senador.

Como torna-se claro que a bandeira dos direitos da mulher está, por força da subserviência destas entidades ao PT e ao governo Lula, sendo utilizada com fins políticos - a saber, criar uma polêmica que possa abafar a postura deplorável e titubiante da ministra Dilma Roussef no caso do dossiê sobre o governo Fernando Henrique Cardoso -, resolvi dar seguimento à minha idéia inicial.

Eis, pois, a petition, com a qual gostaria de responder a estas senhoras que dizem representar todas as mulheres brasileiras, mas que não fazem mais do que utilizar as entidades que deveriam lutar pelos nossos direitos como massa de manobra ignorante a serviço de um partido político. A petition estará disponível por uma semana e será, após o encerramento da coleta de assinaturas, encaminhada ao senador Mão Santa.

Peço apenas que leiam. A decisão de assinar - e divulgar - é de vocês.

Ps.: por motivos óbvios, iniciei a petition com meu apelido. Mais tarde, se e quando ouver um número maior de assinaturas, a minha estará entre elas.

A PIG mostra a cara

Por mais incrível que isto possa parecer, vou dar razão ao Paulo Henrique Amorim: há um Partido da Imprensa Golpista agindo neste país. E o editorial de hoje do Estadão resume bem a forma como agem seus integrantes - jornalistas vendidos, amancebados com o poder, que não pensam duas vezes antes de pressionar, censurar e demitir os colegas. Golpistas, pois, operando contra a democracia em favor de um só objetivo: manter Lula e o PT no poder.


Nada que já não imaginássemos - é verdade. Mas como é feia a visão destes porcos imundos, pendurados nas tetas do governo mais imoral que o Brasil já conheceu.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Quem tem medo da justiça Italiana?

Estranhei que os petistas não estivessem brandindo a edição desta semana da Carta Capital - que, como sempre faz quando o governo Lula é atingido por um escândalo, tenta demolir o caso do dossiê.

Mas aí eu fiquei sabendo que a revista traz uma interessante matéria sobre o caso Telecom Itália: uma entrevista com aquela tradutora brasileira, Luciane Araújo. Embora tente desqualificar a moça enquanto fonte - outra vez, a velha tática petista -, a matéria acaba por trazer informações incômodas para a camarilha de sempre.

Natural, portanto, que a militância esteja evitando divulgar a edição desta semana. Até porque, o único que tentou explicar a entrevista o fez com tamanha incompetência que, desconfio, o povo que veste vermelho preferiu colocar uma pá sobre o tema.

E por falar nele - o homem das teorias conspiratórias mais loucas -, vale lembrar que anda tomando uma merecida surra desta moça - com quem, aliás, eu tenho o maior orgulho em vizinhar.

Enquanto Dilma desliza pela calha...

"O governador tucano Aécio Neves tem dito que a sucessão presidencial 'passará por Minas Gerais'. O problema é a sucessão passar por Minas e ele estar, como é muito freqüente, curtindo o Rio de Janeiro."

(Cláudio Humberto)

Um teste para a opinião pública

Vocês acham que é por acaso que o deputado petista Devanir Ribeiro vai protocolar, esta semana, a proposta de emenda constitucional que garante a Lula a chance de se reeleger em 2010?

Não que eles não queiram - é claro que querem.

Mas, no momento, o que eles mais querem é desviar o foco da imprensa e enterrar de vez esta história de dossiê. É uma ação articulada que teve início na útima semana, com aquela declaração de José Alencar. E vai obter sucesso se a opinião pública não se mostrar capaz de travar um combate simultâneo em duas frentes: continuar cobrando que se apure a confecção do dossiê e impedir que a proposta de Devanir vá adiante.


domingo, 6 de abril de 2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tudo o que eu tenho a dizer sobre a entrevista coletiva da ministra

Alguém precisa avisar à Ministra Dilma que:

- Se descoberta, a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo prejudicaria, em primeiro lugar, o governo Lula. Nem por isso os petistas deixaram de fazê-lo. Não contavam é que seriam descobertos.

- Se descoberta, a tentativa de compra de um dossiê contra José Serra em plena campanha eleitoral prejudicaria, em primeiro lugar, a campanha de Lula. Nem por isso os petistas deixaram de fazê-lo. Não contavam é que seriam descobertos.

- Se descoberto, o uso de um dossiê sobre o governo Fernando Henrique para ameaçar a oposição prejudicaria, em primeiro lugar, o governo Lula. Resta saber se isto parou ou não os petistas da vez. O que se pode afirmar, desde já, é que, caso tenham feito isso, eles não contavam que seriam descobertos.

Ói só:

Mais cedo, eu quase liberei um comentário que era a cópia pura e simples de um post de ontem do Reinaldo Azevedo mas que não dava qualquer crédito a ele. Eu já estava quase clicando em "publicar" quando a expressão "leitor amigo" me chamou a atenção.


Como o blog tem recebido muita gente nova (bem-vindos!), achei que era uma boa oportunidade para relembrar que eu não libero comentários com artigos inteiros. Se vocês gostarem de um artigo de outro blog, por favor: publiquem um pequeno trecho - no máximo um parágrafo -, citem o autor e puxem o link para o site original para que possamos prestigiá-lo com visitação.

Quem quiser saber um pouco mais sobre o que eu considero o mínimo em termos de netiqueta, pode clicar aqui e ler um post que fiz em junho de 2006.

Agradeço a colaboração.

Dilma subiu no telhado.

Desde ontem à noite, circula na imprensa uma notinha que pretende explicar como a ministra Dilma Rousseff acabou convocada para depor na Comissão de Infra-Estrutura do Senado: Flexa Ribeiro teria passado a perna em Wellington Salgado ao encontrá-lo a caminho daquela Comissão. O senador do PSDB pelo Pará informou a Salgado que não haveria quórum para votar qualquer coisa - razão pela qual o último não se dirigiu de imediato para lá e a oposição conseguiu aprovar a convocação da ministra, etc e tal.

Tudo muito bonitinho, exceto que... Há um padrão na queda dos super-ministros de Lula. Primeiro a base governista tenta blindá-los a todo custo. Quando percebe que as informações estão escapando ao seu controle, que a blindagem está prestes a rachar e que Lula pode ser respingado, a base é orientada a jogá-los no meio da arena.

Eu não tenho fontes para o que ocorreu na manhã de ontem. Também não duvido que o senador Flexa Ribeiro tenha agido como contam as notinhas da imprensa. Duvido é do estudado ar de distração de Wellington Salgado. E acho que ontem - como em outras ocasiões - ele foi apenas escolhido a dedo para representar o papel do tonto útil.

Ou será que é mero acaso que Dilma tenha sido convocada a depor ontem e hoje a Folha de S. Paulo revele ter registros de que o dossiê foi produzido em um computador da Casa Civil a partir de 11 de fevereiro último?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Para assistir a CPI dos Cartões Corporativos

A reunião da CPI dos Cartões Corporativos está rolando há coisa de 40 minutos - e começou a ser transmitida, há pouco, pelo canal 2 da TV Senado na web.

Clique aqui para assistir.

Noblat publica o dossiê

Hoje, cedo, Ricardo Nobat publicou em seu blog o dossiê recebido pela Veja.

Clique aqui.

Atualização, às 10:43H: o texto do Noblat está confuso. Ao mesmo tempo em que ele diz estar publicando o dossiê "na íntegra", também afirma que há uma parte que segue inédita. Vamos aguardar um esclarecimento. Mas fica, aqui, a observação que coloquei lá: salvo engano meu, não há, nas páginas disponibilizadas pelo Noblat, qualquer referência a "UISCÃO".

Atualização,11:28H: Noblat esclareceu. Há uma parte do dossiê que segue inédita. Deve ser a parte que fala de "uiscão" e "caviar" - já que ambos os termos não aparecem no material disponibilizado por ele hoje cedo.

Créu na galinha

Foi um tal de galinha para cá, greve de banho para lá, que o senador Romeu Tuma acabou comentando, no final da sessão: "Só faltou a dança do créu aqui no Senado hoje".

Mas qual a surpresa, Romeu Tuma?

Este é o país de um presidente que disse ter bebido água com cocô e caramujo quando pequeno, que avisou ter engravidado a "galega" de primeira e que, numa ocasião, quis encontrar o ponto G de George W. Bush.

Com tamanha vulgaridade batendo recordes de aprovação, é até compreensível que os parlamentares, temerosos de cair no ostracismo, queiram adotar o mesmo idioma.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

De galinhas e galos

Extremamente oportunista a "revolta" de Ideli Salvatti com o senador Mão Santa. A líder do governo conseguiu o que queria: encerrar uma sessão na qual predominavam os pedidos para que o governo Lula divulgue os gastos com cartão coorporativo de Lula e família.

E aquela revolta toda era menos pela galinha cacarejadora do Mein Kampf - uma referência claríssima a um governo que alardeia obras que não saem do papel - e mais porque Mão Santa sugerira que a senadora, tal qual seu chefe, não era chegada à leitura. É só ouvir para entender.

De qualquer forma, estou certa de que se o senador tivesse utilizado o termo "galo da madrugada" Ideli não reclamaria.

E antes que vocês vejam na minha declaração um duplo sentido, tratem de lembrar que o galo é o símbolo da propaganda. Apenas o gênero maculino não permitiria a Ideli dar o seu showzinho - cuja estupidez e oportunismo só envergonham a mulher brasileira.

Afinal de contas...

Instigado pelo Coronel, o povo quer saber: o DEM proibiu coligações em apoio a candidatos a prefeito do PT, como anuncia a notinha em seu blog ou proibiu apenas as coligações que não lhe renderem a vice-prefeitura, como informa a matéria do Estadão?

Com a palavra, Rodrigo Maia.


Lula III

Foi só o terceiro mandato ganhar a adesão de José Alencar que a Folha, muito providencialmente, tratou de recordar o resultado da pesquisa realizada entre 26 e 29 de novembro último: 65% da população não aprovaria a idéia.

Aí eu lembrei de uma notinha publicada por Ricardo Noblat - creio eu, com exclusividade - em 19 de novembro, que afirmava justamente o contrário: pesquisa encomendada pelo governo acusara que a maioria da população apoiava o terceiro mandato.

Não sei se por se tratar de uma barriga ou se por denunciar a compra de pesquisa eleitoral com dinheiro público, o assunto jamais voltou à baila.

Ontem

"Pelo menos um dia por ano, o Brasil faz todo o sentido. Abaixo o sete de setembro, viva o primeiro de abril."

Guilherme Fiuza, que retornou à web na última sexta-feira.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Foi ao Congresso e pediu banho na saída. Quem não pediria?

banho.jpg

Bombeiros limpam roupas após terem deixado o Anexo III da Câmara dos Deputados, que foi evacuado por suspeita de vazamento de gás no final desta tarde. Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara.