sábado, 26 de abril de 2008

Magoou

Na terça-feira, eu disse que a bronca - predominantemente da esquerda - com a visibilidade do Caso Isabella se dava porque a cobertura do mesmo estava roubando espaço de Lula na mídia.

Não deu outra.

Hoje, o próprio veio a público queixar-se de pirotecnia por parte da imprensa. A justificativa´foi a mesma reservada aos companheiros encrencados: aquele bom e velho, agora tão bem definido por Jabor, linchamento das evidências - nada foi provado, não podemos condenar antecipadamente, etc e tal .

Tanto quanto das outras vezes, a ladainha não me convenceu. Na verdade, ele está contrariado porque perdeu espaço na mídia.

4 comentários:

Ferra Mula disse...

Esse cara sempre surpreendendo. Vi a conversa mole dele na TV e achei exatamente o que vc colocou aqui.

A versão tupiniquim do CSI-SP tirou-o do foco. Nem CPI, dossiê, petróleo, terremoto, padre balonista, ninguém ganha do CSISP- Investigação Criminal Caso Isabela.

Acho que lá no fundinho ele deve estar achando até bom.

Peregrino disse...

Oi NG!

Tenho relutado em discutir esse assunto (caso Isabela), por horrível que é: parece claro, que o pai e a madrasta são os únicos suspeitos com fundamentos evidentes. Mas isso não autoriza a alguém condená-los antecipadamente. Principalmene aos agentes da justiça, como o promotor responsável pelo inquérito. Quem autorizou a esse moço a, publicamente, afirmar que o Alexandre Nardoni "é um playboy sustentado pelo pai" e, tendo sido seu professor, dizer de sua crença em sua culpa? Em um país civilizado, esse promotor teria sido afastado do caso.

É isso. Embora ache que os dois são culpados, minha crença é só uma crença. Se eles forem culpados, além da minha crença, espero que sejam condenados à danação eterna (há justiça divina?). De resto, os seus direitos individuais (deles) impõem que se condenados, o sejam após um julgamento imparcial.

Um abraço,

Peregrino

PS: Qual é a novidade em ouvir o Lula falar merda?

(N.G.: achei que a promotoria existisse para acusar. Pelo que vejo, pulamos esta etapa. Vamos, hoje em dia, direto para o julgamento. De preferência com muita morosidade, para garantir que, se condenados, os réus cumpram 2/3 na pena em liberdade. A menos, é claro, que eles tenham roubado um pote de margarina. Porque, se for assassinato cruel, do médico ao vendedor de cracke da esquina, todo assassino brasileiro pode contar com a Justiça para bem guardar seus direitos. Um abraço, Peregrino )

Peregrino disse...

Promotoria e acusação deveriam ser a mesma coisa no tribunal. Fora dele, não. Quanto a ir direto para o julgamento, isso não foi dito por mim. O que sugeri (não sou especialista) é o ritual seguido em sociedades mais sérias: (1) suspeita; (2) levantamento de provas: (3) indiciamento; (4) julgamento; e (5) condenação (ou absolvição, se for o caso). No caso em discussão, a seqüência é a seguinte, desde o pirmeiro momento: (1) suspeita; (2) condenação; (3) levantamento de provas; (4) indiciamento... e por aí vai. Eu acho que, caminhando nessa direção, não seremos diferentes dos que criticamos. É esse o meu ponto.

(N.G.: Peregrino, você já se deu conta de que, pela sua lógica, jamais poderíamos levantar a voz contra os mensaleiros pelo simples fato de que eles ainda não foram julgados? Pense nisso.)

Navarro disse...

Não só o presidente se manifestou, mas o governador também. Alguns orgãos de imprensa começam, tambem, a mudar o rumo dos seus comentários, a suavisá-los, apresentando os indiciados com uma certa benevolência. Está soando muito estranho. O "avõ" paterno de Isabella demonstra ter recursos e muita influência. A provavel dispensa da equipe de advogados parece estar ligada a pressão politica sobre o caso com mudança de orientação. Espero que o correto promotor e a polícia consigam resistir, pois a opinião pública começa a ser manipulada.
Se nossos políticos, como sempre, estão preocupados com os direitos humanos, eu pergunto e os da pequena e indefesa Isabella? Que os policiais e o promotor tenham forças, Deus há de prover.