sexta-feira, 30 de maio de 2008

Um blog para o índio-véio-missioneiro

O psicólogo e jornalista Luiz Carlos Prates inaugura, hoje, o seu blog.


Gaúcho de Santiago, dono de opiniões e estilo polêmicos - "um reaça", diriam vocês sabem quem - , Prates tem reconhecido e extenso currículo no jornalismo brasileiro meridional. Hoje mora em Florianópolis, onde é colunista do Diário Catarinense, comentarista do Jornal do Almoço, da RBS TV, e apresentador da rádio CBN Diário e da TVCOM.

Pois agora todo este conteúdo vai estar a disposição do internauta, que deverá ficar atento para o seguinte: há vários Prates. Na coluna do Diário Catarinense - que,pelo jeito, que ele vai reproduzir no blog - , temos um Prates ameno: o psicólogo,num estilo que pende para a auto-ajuda. Nos comentários do Jornal do Almoço ele já está um pouco mais incisivo - embora modere. Às 14 horas, porém, quando entra no ar o seu programa na CBN local, temos o índio-véio-missioneiro,como ele mesmo gosta de se auto-intitular, em sua plenitude: gritão, inconformado, por vezes histérico, mas sempre imperdível. Acredito que é este último Prates, tetral até a medula, que vai fazer sucesso na web.

Bem-vindo, índio-véio-missioneiro.

Da série "Paroquianas"

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Leonel Pavan e Giovana Antonelli: o francês e a bela.

Na coluna Informe Político, no Diário Catarinense de hoje:

"Durante visita ao Centro Administrativo, quarta-feira, para falar sobre as filmagens da co-produção norte-americana e brasileira The Heartbreaker - filmada em Santa Catarina - , a atriz Giovana Antonelli se surpreendeu com a semelhança entre o vice-governador Leonel Pavan e o ator francês Gérard Depardieu.

Pavan lembrou que nos corredores do Congresso, quando senador, era, vez e outra, confundido com o artista. O fato rende, até hoje, diversão para amigos e correligionários".

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Enfim, as luzes

Enfim, o país conclui sua revolução iluminista.

Em sessão histórica, o Supremo Tribunal Federal definiu, na tarde de hoje, quem é o sujeito jurídico cujos direitos e deveres individuais devem ser preservados pela Constituição. Reafirmou, também, o caráter laico - comprometido tão somente com a garantia do direito à liberdade religiosa - da República Federativa do Brasil.

Como bem recomendava, lá nos idos de 1760, o meu dileto e cáustico Voltaire, "o magistrado conteve o padre".

"A personalidade jurídica depende do nascimento com vida. O embrião que seria descartável não é uma pessoa humana.".

(Ministro Marco Aurélio de Mello, ao dar o sexto voto favorável ao uso de embriões em pesquisas com células-tronco)

"Uma das características essenciais das sociedades contemporânea é o pluralismo. E o Estado deve respeitar todas as opções, sem usar de sua força e seu simbologismo para rejeitar essas decisões. O estado brasileiro há de se manter em absoluta posição de preservar o direito dos cidadãos à liberdade religiosa. (...) "O STF não pode fazer o que fez o tribunal de Santo Ofício, que quase levou Galileu Galileu à morte, sob pena de condenação à fogueira por heresia, à propósito da sua acertada teoria sobre do sistema heliocêntrico, mas que era considerada contra a bíblia"

(Ministro Celso de Mello, ao dar o sétimo voto favorável ao uso de embriões em pesquisas com células-tronco).

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Aos senhores Ministros do STF

Senhores,

Lembrem-se que os que discordam das pesquisas com embriões têm assegurado, desde sempre, o direito de não participarem das mesmas - e, principalmente, de não usufruirem dos benefícios que elas porventura venham a produzir.

Mas como o ser humano é muito hipócrita, e o que habita estas nossas terras o é um pouco mais, já prevejo o dia em que a maioria daqueles que hoje se opõem à ciência acederão à ela com gosto e sem qualquer constrangimento - quando estiver em jogo, por exemplo, a vida de um filho ou filha. Então, poderão mitigar o peso de suas tão religiosas consciências dizendo que rogaram para que os senhores desaprovassem tal coisa - mas que, dado que não foram ouvidos por Vossas Excelências, não verão mal algum em usufruir das benesses deste vosso "pecado".

terça-feira, 27 de maio de 2008

Nunca serão (II)

Ou será que serão?

Mais cedo, Rodrigo Maia deu sinais de que aquele selinho do Coronel não se concretiza: reafirmou sua decisão, já anunciada anteriormente, de intervir e dissolver os diretórios municipais do DEM que insistirem em apoiar o PT nas eleições deste ano.

Fiquei realmente feliz ao ler isso.

Só me incomoda que o presidente do Democratas justifique a atitude pela falta de reciprocidade por parte do PT que "quer apoio, mas não dá apoio a ninguém". Dá a impressão de que se reciprocidade houvesse as alianças seriam aprovadas.

Bastaria Maia explicar que está apenas respeitando a honrosa resolução do partido que proíbe coligações com o PT - coisa que ele mesmo fez questão de lembrar mas que, 'embolada' com esta conversa de reciprocidade, acabou ficando em segundo plano.

É, eu sei... Nem tudo é perfeito, estou sendo detalhista e Rodrigo Maia tem contabilizado mais acertos do que erros. Considerem, porém, que o diabo mora nos detalhes - e que eu só falo porque torço para que o DEM dê certo.

CSS

Há prova maior do autoritarismo do governo Lula do que esta tentativa de derrubar a decisão soberana do Senado Federal para criar uma nova CPMF?

É um embuste - como, de resto, tudo na república lulopetista.

Nunca serão

Não basta se dizer partido de oposição. É preciso saber ficar um tempo longe do poder.


Se concretizadas, as coligações municipais do DEM com o PT - como as de São Vicente (SP), Guarujá (SP) e Canoas (RS) - jogarão por terra a nova imagem do partido. Vamos combinar: ninguém que fale o que os democratas falam do PT no Congresso Nacional pode coligar-se com petistas, em qualquer instância, sem perder a moral.

O eleitor da oposição até não se surpreende quando esta promiscuidade com o lulopetismo vem da parte dos tucanos. Desde a última eleição, ninguém que seja sério pode se surpreender com qualquer coisa vinda do PSDB.

Mas com o DEM o furo é mais embaixo. O DEM não tem tamanho, nem grandes obras, nem brilhantes lideranças intelectuais. Tudo o que o Democratas tem a oferecer como partido de oposição é rigor de propósitos e vergonha na cara. Se vão abrir mão disso, melhor pedirem pra sair... Porque um grande partido, nunca serão!

DemocRatos.jpg

O selinho criado, ontem, pelo Coronel dá bem a medida

de como essas alianças municipais podem ser

destrutivas para a imagem do Democratas.

Vai ser uma pedreira.

Fim do trabalho escravo... Para este ano

Comemore.

À meia-noite de hoje você deixará de trabalhar para pagar impostos.

Não sei se você sabe, mas é isso que você tem feito desde 1º de janeiro: trabalhar única e exclusivamente para pagar tributos ao Estado. Pelo menos é isso que diz um estudo publicado recentemente pelo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.


A partir de amanhã, porém, você estará liberado para pensar nos seus compromissos particulares: suas contas, sua alimentação, suas roupas, sua educação, sua saúde, sua segurança... Em tudo, enfim, já que este Estado que lhe consome cinco meses de trabalho ao ano não consegue lhe oferecer nem o básico: a educação, a saúde e a segurança públicas são uma porcaria, as estradas uma vergonha e o investimento em energia uma piada. E, quando você tiver completado 35 anos de trabalho, este Estado que confiscou 17 anos dos seus rendimentos vai lhe garantir uma aposentadoria que não cobrirá nem mesmo a conta da farmácia.

É ou não é trabalho escravo?

Pois então aproveite, como puder, os próximos meses. Porque isto que chamamos de país não passa de um ajuntamento de gente sem brios. E em janeiro começa tudo de novo.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O linchamento das evidências II

No momento, há uma gente na Globo News tentando demolir o laudo pericial da Polícia de São Paulo para o caso Isabella.

Pela estudada ironia, agressividade e falta de respeito para com os colegas, a equipe contratada pelos Nardoni já perdeu qualquer credibilidade que eu pudesse lhes conferir. Mas, há pouco, ao ver a perita da turma dizer que seus colegas paulistas "cometeram graves erros gramaticais no relatório" - como, por exemplo, a abreviatura de 'horas'- eu concluí que não passam de palhaços querendo armar um circo.

Gêmeos

Duas manchetes de hoje são didáticas para que se entenda as alianças que PT e PSDB deverão selar nos próximos anos:

Governo paga a empresas 54 vezes o que doaram ao PT

Só das 20 maiores contribuintes, partido recebeu R$ 8,7 milhões no ano passado

No segundo mandato de Lula, empresas receberam R$ 473 milhões do governo federal; PT foi o partido que mais obteve contribuições

Doadoras do PSDB obtêm contratos de R$ 3,4 bilhões

Andrade Gutierrez e Odebrecht ganharam licitações em Minas Gerais e São Paulo

Construtoras doaram ao todo R$ 2,4 milhões ao partido nacional em 2007; empresas dizem que doação foi feita de acordo com a lei.

Com tamanha convergência de método, não sei o que tucanos e petistas estão esperando para oficializar esta união carnal, fundindo-se ( eu disse "fundindo-se", ok?) numa só sigla. PTSD, talvez?

domingo, 25 de maio de 2008

Saber não dói

Sobre o estudo "O movimento Cansei na blogosfera: o debate nos blogs de política", cuja leitura sugeri ontem, gostaria de dizer, inicialmente, que não conheço seus autores. Troquei e-mail uma única vez com um deles, o professor Cláudio Penteado, para responder o questionário que me foi enviado em outubro do ano passado. Como não recebi qualquer retorno, só na semana passada fiquei sabendo, por um leitor, que o estudo fora apresentado em dezembro de 2007 e que já se encontrava disponível na web.

Como eu disse ontem, me senti muito a vontade para recomendar a leitura porque achei que meu blog foi tratado pelos pesquisadores com a maior neutralidade possível. "Possível" porque, conforme eu mesma já afirmei algumas vezes, não existe esse negócio de imparcialidade absoluta. Em ciências humanas, a imparcialidade é meta, norte, leme... Mas jamais um valor absoluto. Porque é simplesmente impossível anular o sujeito - e a crença em tal possibilidade configura um tamanho flerte com a porção positivista do marxismo que eu fico pasma de ver como alguns liberais ainda a cultivam.

Portanto, é somente sabendo que sempre haverá uma boa dose de subjetividade na eleição, hierarquização e análise das fontes, que se pode realizar estudos na área das ciências humanas - e, mais ainda, analisar os seus resultados.

No estudo em questão, é claro que houve uma eleição preferencial por blogs ditos de esquerda. Mesmo se considerarmos Noblat como um blog de centro, com espaço para opiniões diversas - e eu acho que este foi o posicionamento dos pesquisadores - ainda teremos Mino Carta e Zé Dirceu conferindo uma vantagem numérica à esquerda. Se, por outro lado, considerarmos a minha opinião, veremos que a balança pendeu para blogs que se mostraram críticos ao movimento Cansei.

Bem, é uma opção tão válida quanto qualquer outra. E se há crítica a fazer sobre isso, é o fato de que tal opção não foi explicitada nos objetivos - como eu penso que deveriam ser, na medida do possível, explicitadas todas as opções. O estudo poderia ser perfeitamente sobre blogs que se posicionaram criticamente ao movimento Cansei. Neste caso, o meu seguiria na pesquisa. Noblat, considerando que os próprios pesquisadores lhe conferiram neutralidade, talvez estivesse fora. Reinaldo Azevedo certamente estaria - como está - fora. O estudo poderia ser, ainda, sobre como os blogs de esquerda trataram o movimento Cansei. Neste caso, o meu estaria fora.

Notem que não haveria qualquer problema se os pesquisadores assumissem estas escolhas. O problema é querer analisar diferentes coberturas sobre o movimento Cansei e fazê-lo favorecendo numericamente blogs contrários - ou de esquerda. E é problema porque oferece uma informação fictícia, jamais apresentada em qualquer momento do estudo posto que não era este seu objetivo, mas sempre presente nas entrelinhas : que o movimento Cansei foi mais criticado do que apoiado na blogosfera de um modo geral.


Só que não é por isso - por uma falta de clareza na eleição das fontes - que precisamos colocar, como se dizia antigamente, a criança fora junto com a água do banho. Há coisas interessantes no estudo.

Uma análise que compara o conteúdo de blogs mantidos por diferentes atores sociais, com diferentes objetivos portanto, não deixa de ser interessante. Contrastar como um jornalista (ou dois), um ex-ministro do governo vigente - estrela de primeira grandeza do partido que governa o país - e um blogueiro independente tratam um mesmo tema é, na minha opinião, o maior mérito deste estudo. E porque me dei ao trabalho de reler os posts que escrevi sobre o Cansei, posso afirmar que, pelo menos no que respeita ao meu blog, a análise de conteúdo foi muito bem realizada.

Por outro lado, eu discordo um pouco da análise dos comentários. Não pela análise em si mas porque, no que se refere ao meu blog, cuja moderação fica à mercê do meu humor, aquele índice de comentários "dispersivos", por exemplo, é muito questionável. Impossível lembrar se foi o que aconteceu na ocasião mas sei que, algumas vezes, irritada com a mudança de assunto, a partir de um certo momento eu começo bloquear comentários dispersivos. Não imagino como esta variável deveria ser tratada pelos pesquisadores . Penso, contudo, que ela é um complicador.

Aliás, a minha moderação foi alvo de críticas - principalmente pela falta de clareza das regras. Comunico que vai continuar assim. Este negócio de blog como espaço democrático não é comigo. Blog mantido com recursos privados não tem a menor obrigação de ser espaço democrático - vai de acordo com o humor do dono. E o humor desta dona aqui não cabe em regras. Oscila. Quem não gostar que pegue o chapéu e tome o caminho da porta. A diferença é que e não tenho problemas em assumir esta subjetividade, enquanto que José Dirceu, por exemplo, apresenta regras só para inglês ver: comentários críticos, independentemente de respeitarem ou não as regras, são postados ou bloqueados ao sabor do seu estado de ânimo.


Só que eu poderia fazer como alguns comentaristas fizeram ontem: jogar tudo fora porque, afinal de contas, o estudo mostrou simpatia por blogs de esquerda - alguns, apressados, chegaram a levantar problemas metodológicos inexistentes. Preferi, ao contrário, ler, comparar com os meus posts e aproveitar o que o estudo, a despeito de sua subjetividade, trazia de interessante. Simplesmente porque, uma vez que não acredito na imparcialidade absoluta, esta é a maneira correta de me comportar diante de pesquisas na área das ciências humanas. Ou não poderei dar crédito a nenhuma delas - nem mesmo às que, porventura, forem realizadas privilegiando fontes de posicionamento à direita. Serei obrigada a descartar todas como "não confiáveis".

No entanto, ao contrário de rejeitar, preferi saber. Saber, por exemplo, que o meu blog foi o único a apresentar post propositivos, que buscavam oferecer uma solução para a questão em debate - e que fez tal coisa sem uma argumentação ideológica ou partidária - foi motivo de orgulho. Por outro lado, saber que eu sou mais irônica do que o Noblat - cujo excesso de ironia, muitas vezes, me irrita - é um estímulo e tanto para uma autocrítica. O mesmo se dá com o decepcionante índice (37%) de post "opinativos" - meu ideal de blog fica acima dos 80% de opinião pessoal.

Só me resta, portanto, confessar que eu adoraria saber se estes índices se repetiriam caso fossem estendidos para além do movimento Cansei.

sábado, 24 de maio de 2008

Para quem estiver a fim

Vou passear.

Enquanto isso, para quem estiver a fim, sugiro leitura de interessante estudo apresentado, em dezembro do ano passado, no II Compolítica, em Belo Horizonte.

É uma análise a respeito das diferentes coberturas sobre o movimento “cansei” a partir de quatro blogs: Blog do Noblat, Blog do Mino Carta, Blog do Zé Dirceu e Blog Nariz Gelado.

Me sinto a vontade para indicá-la porque há, ali, críticas e elogios a este blog - sobre as quais, pretendo falar mais tarde.

Por ora, quem tiver disposição para tanto, pode ler e ir comentando.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Um obituário realista

Sobre o Senador Jefferson Peres, deve-se dirigir os usuais pêsames aos familiares, que certamente choram a perda de um grande pai, talvez avô.

Já quanto à sua atuação política, lembro dois momentos recentes:

"Como se ter animação em um País como este com um Presidente que, até poucos meses atrás, era sabidamente, "como o é", um Presidente conivente com um dos piores escândalos de corrupção que já aconteceu neste País e este Presidente está marchando para ser eleito, talvez, em primeiro turno?"

(Jefferson Péres, na tribuna do Senado, em 30 de agosto de 2006)

"O PDT resolveu apoiar o governo e eu me curvei"

(Jefferson Peres, em entrevista ao O Estado de S.Paulo, em 15 de fevereiro de 2007)

Cabeças falantes

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A série "1988: o ano da liberdade", com a qual este blog comemora os 20 anos do fim da censura, relembra hoje o grupo Talking Heads.

Sucesso ao longo de toda a década, o Heads lançou, em 88, o álbum Naked. Abaixo, vocês curtem o clip de "(Nothing but) Flowers" - que, para mim, tem gosto de fim-de-semana de inverno com a turma, em Tramandaí. Lá fora, o nordestão soprando. Dentro de casa, muita diversão, canastra, pipoca e chima.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=lOEIRI5HSuQ&hl=pt-br]

quinta-feira, 22 de maio de 2008

E por falar em família...

Se liberaram o porte de facão como elemento cultural (?!), vou sair por aí com a Beretta que o meu bisnono ganhou do próprio Giuseppe Beretta quando estava deixando a Itália para vir se instalar na serra gaúcha.

Era 1878 e o Beretta, que já estava fazendo fama internacional vendendo rifles e pistolas para a coquista do oeste americano, previu direitinho o quadro que o bisnono encontraria no Brasil: muitos "bugres" atacando os colonos, enquanto eles abriam caminho à facão para chegar aos quase inviáveis lotes de terras que a Coroa Brasileira lhes prometera.

Por aqueles dias, graças à ação dos "bugres", não havia família de colonos que pudesse dispensar a proteção de um rifle ou uma pistola - fossem eles Beretta ou não. Logo, quem poderá dizer que a minha pistola não é um importante elemento cultural da minha etnia?

papos2.jpg

Comunicado à família

Resgatei o segredo dos papos-de-anjo do pai.

O maior degustador - vocês sabem quem - disse que ficaram perfeitos.

Não passo nem negocio a receita.

Se quiserem comer, venham me visitar.

Quão baixo eles podem descer?

"Ouvi de um tucano emplumado na manhã da última segunda-feira: - O dossiê não dará em nada. E a CPI acabará rapidinho. Já durou além do que deveria."

Ricardo Noblat, em artigo do seu blog.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Senador Raimundo Colombo responde a este blog

Segue, abaixo, reprodução de mensagem que o senador Raimundo Colombo fez chegar a este blog ontem à noite, em resposta a um post que foi publicado pela manhã .

A gentileza e a rapidez da resposta me dão a certeza de que, mesmo discordando do senador nesta questão, não tenho motivos para me arrepender do voto que lhe confiei.

"NG,

Li com atenção o comentário em seu blog sobre meu pedido de licença que deve ocorrer no final de junho. Concordo com você, nada impede que senadores subam em palanques de candidatos. Mas como sou presidente estadual do Democratas minha presença é muito cobrada em todas as regiões de Santa Catarina. Nosso partido vive um momento decisivo, teremos cerca de 180 candidatos a prefeito. Vamos disputar as eleições nas grandes cidades, inclusive nos municípios que terão segundo turno, Florianópolis, Joinville e Blumenau. A nossa vitória, em outubro, em um grande número de municípios, é fundamental para o projeto do nosso partido em 2010, quando o Democratas terá candidato ao governo do estado. E mais: a oposição se fortalece com um bom resultado nas urnas. A minha ausência em Brasília é de apenas três meses, e tenha certeza que o meu suplente é um homem digno, que segue minha linha de pensamento e que, por isso, não vai te decepcionar. Gostaria que você não se sentisse ludibriada e que desse um voto de confiança ao Casildo. Tenha certeza de que, passadas às eleições, retornarei a Brasília para me juntar aos companheiros que fazem oposição séria ao governo. Como você mesmo disse, fui eleito para isso.


Cordialmente,

Senador Raimundo Colombo

terça-feira, 20 de maio de 2008

Das verdades simples

Ou sobre o quanto se pode dar crédito a José Aparecido

Marcos Valério, Delúbio Soares, Silvio Pereira...

Todos intimamente ligados ao PT.

Todos foram às CPIs munidos de habeas corpus que lhes permitiram calar e mentir

Todos se tornaram réus por formação de quadrilha.

Zezinho na TV

Começou, neste instante, a reunião da CPI dos Cartões Coorporativos.

Justo hoje, quando depõem José Aparecido e André Fernandes, vou passar o dia longe da TV e da web. Mas confesso: não acredito que perderei grande coisa. José Aparecido vai negar tudo o que disser André Fernandes. Quando não puder negar, vai preferir manter silêncio sobre o assunto - e ele tem um habeas corpus que impede que seja preso por se negar a responder determinadas perguntas.

De qualquer forma, seguem os dois links através dos quais a TV Senado deverá transmitir os depoimentos - ou parte deles. Vocês já sabem: quando a transmissão parar em um canal, pode ter passado para outro.

Divirtam-se.

TV Senado 1

TV Senado 2

Se o ovo é de Colombo, de Colombo ele é

Da coluna Informe Político, no Diário Catarinense de hoje:

"Uma ligação do ex-governador Casildo Maldaner (PMDB) ao senador Raimundo Colombo (DEM), ontem à tarde, selou a substituição que deve ocorrer no final de junho. Colombo vai pedir licença para se dedicar à campanha, e Casildo, primeiro suplente, assumirá a cadeira no Senado."

Pois bem...

A menos que eu tenha perdido alguma coisa da política local - e Colombo seja, ele mesmo, candidato a prefeito -, não há razão para este afastamento. Até onde eu sei, nada impede que senadores subam em palanques de candidatos correligionários ou coligados.

Inaceitável, portanto, este afastamento, que só prejudica a vantagem numérica da oposição no Senado - naturalmente frágil, dado que está sempre à mercê da, digamos,"instabilidade" peemedebista.

E depois, votei no senador Raimundo Colombo para que ele fique lá, no Senado, me representando como oposição - e não para que ele repasse meu voto a Casildo Maldaner. Caso isto realmente se confirme, vou me sentir assim, sei lá, meio ludibriada: comprei um ovo democrata e nasceu um peemedebista.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

E tome desconstrução

Quem lê este blog com alguma freqüência sabe que muito raramente eu reproduzo, na íntegra, artigos publicados em outras sites e jornais. É que teimo em respeitar esta coisinha chamada "direito autoral e/ou de publicação". No mínimo porque gostaria que o mesmo fosse feito em relação às singelas bobagens que escrevo aqui.

Mas fazia tempo que não me parecia tão difícil manter esta determinação. Isto porque o artigo do historiador Marco Antonio Villa para a Folha de S. Paulo de hoje é algo que deveria ser colado em todos os murais deste país.

Em um meio acadêmico onde a regra é idolatrar a luta armada, Villa - que já havia recebido destaque aqui no blog em meados de abril - se destaca pela rara coragem em questionar os mitos, muitos deles ainda em construção, que permeiam este episódio da nossa história recente. Mais do que isso: reinvindica uma revisão nos processos de indenizatórios milionários - o "cala-boca financeiro" que privilegia alguns e esquece muitos - e a abertura dos arquivos do regime militar, que parece não interessar ao governo porque - conclusão minha - desconstruiria os mitos.

Tarefa inglória - dado que este esquartejamento pode enfraquecer o efeito do original - selecionei para vocês alguns dos principais trechos.

"A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, seqüestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum. O regime militar acabou por outras razões.

Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime. "

"Todos os grupos de luta armada defendiam a ditadura do proletariado. As eventuais menções à democracia estavam ligadas à "fase burguesa da revolução". Uma espécie de caminho penoso, uma concessão momentânea rumo à ditadura de partido único. Conceder-lhes o estatuto histórico de principais responsáveis pela derrocada do regime militar é um absurdo. "

"Os militantes dos grupos de luta armada construíram um discurso eficaz. Quem questiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crítica e evitam o que tanto temem: o debate, a divergência, a pluralidade, enfim, a democracia. Mais: transformam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desconsideração dos sofrimentos da prisão".

Paro por aqui para não sucumbir a tentação de postar tudo - e porque este último trecho lembra muito a reação de petistas e esquerdistas em geral, naquele dia em que eu me atrevi a questionar o mito com o qual Dilma Roussef calara a oposição, a menina-de-dezenove-anos-brutalmente-torturada, mostrando que ela já era, à época, uma mulher feita, líder terrorista experiente e capaz. Foi o que bastou para que a turma que veste vermelho baixasse por aqui para dizer, com todas as letras, que desconstruir o mito da menina era justificar a tortura sofrida por ela na prisão - ou mesmo negar que tivesse sido brutalmente torturada. Um manobra discursiva muito comum e rasteira que, a depender de historiadores corajosos como Marco Antonio Villa, pode estar com os dias contados.

Assinantes da Folha podem ler na íntegra clicando aqui. Aos não assinantes, recomendo que se encaminhem à banca mais próxima e comprem o exemplar de hoje. É coisa para se guardar.

sábado, 17 de maio de 2008

Caos áreo

Dentre os assuntos que deixei pendentes nesta atribulada semana, está o apagão aéreo.

Ficou maluca, NG? Não existe mais apagão.

Existe, sim, queridos.

Quais foram mesmo as providências efetivamente tomadas para evitar que outras tragédias ocorram? Nem mesmo a mais risível - aquela em que o grandalhão ministro da Defesa prometia aumentar os espaços entre as poltronas - foi levada a sério.

E o subproduto mais perverso daquele caos que prendeu passageiros por 5,10 ou até 24 horas em solo é que o povo está dando graças aos céus quando um vôo sai com uma hora de atraso. Nem pensam em reclamar. Nem lhes passa pela cabeça que, exceto por condições climáticas muito adversas ou interdição de pista por acidente, 15 minutos de atraso já é caso para aplicar o Código de Defesa do Consumidor.

Quando eu decidi fumar

Não sei todos os fumantes lembram o momento exato em que foram cativados pelo tabagismo.

Eu lembro. Foi numa Sessão da Tarde. O filme era "Aventura na Martinica", com os monstros do cinema noir, Humphrey Bogart e Lauren Bacall.

Levaria alguns anos até eu acender um cigarro de verdade. Mas foi depois de assistir a cena abaixo que comecei a brincar, fazendo de conta que fumava aquele lápis-de-cor branco cuja utilidade, aliás, nunca descobri.


Se, passados tantos anos, eu amaldiçôo a moça, a indústria do tabaco ou o cinema americano? Que nada. Sou do tipo que acha que de alguma coisa, afinal de contas, a gente precisa morrer. Então, que pelo menos a gente morra charmosa como miss Bacall.

Ps: 1) Não, eu não estou doente. 2) Nem percam tempo em me passar sermão. Já enterrei três que viviam me pedindo para parar de fumar - todos abatidos por aquela doencinha maldita.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Enquanto isso

Hoje vai ser um dia enrolado (ontem também foi, não sei se vocês notaram).

Pois enquanto eu desenrolo o dia, sugiro que vocês leiam - se é que já não o fizeram - o artigo que a Jana publicou ontem, no final da tarde, sobre novas conexões para o caso Celso Daniel. Aqui.

Sibá procura

Demorou menos do que eu imaginava. Do Correio Braziliense de hoje:

"Sem o salário de R$ 16,5 mil e todas as regalias de um mandato, Sibá sonha agora com uma secretaria no governo do Acre. Ele negocia com o governador Binho Marques (PT) a criação de um órgão ligado à produção energética. Sibá quer levar adiante a proposta de estimular o estudo para retirar etanol da mandioca. “É a linha que mais se aproxima de mim”, afirma. Nos próximos dias, deve ter uma resposta sobre seu futuro." (link da matéria completa para assinantes, aqui)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Xô!

xoimposto.jpg

Paulo Bornhausen lançou hoje, em encontro com jornalistas na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, a campanha Xô Imposto .

Campanha e site vieram para substituir o antigo Xô CPMF e almejam amplificar a discussão sobre os impostos no Brasil. “Pretende-se abrir espaço para uma proposta de reforma tributária pensada e elaborada a partir de quem é diretamente afetado pela arrecadação exagerada no nosso País: a população", disse o deputado democrata - que, vale lembrar, foi quem lançou a vitoriosa campanha pelo fim da CPMF.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

De Bob para Zezinho

Sempre que o assunto envolve o réu-por-formação-de-quadrilha José Dirceu de Oliveira, eu vou direto ao especialista: fico de olho no blog do Roberto Jefferson. É diversão garantida ou o seu dinheiro de volta.

Desta vez, contudo, em virtude da viagem para visitar a mami, acabei deixando de ler em tempo real essa, que Jefferson publicou na segunda-feira:

"Vitrine - Mensagem a Zé Aparecido: Zezinho, mande as informações sigilosas sobre as despesas de cartão do Lula para o meu e-mail - bobjefferson@uol.com.br. Eu prometo mostrar a todo o Brasil.

Postado por Roberto Jefferson às 12:55".

Madeeeeira!!!

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By Zé Dassilva, para o Diário Catarinense de hoje.

Venezuela -> Brasil -> Argentina: a conexão mordaça

A diretora e o presidente-executivo do argentino Clarín denunciaram, ontem, que um grupo que apóia o governo Kirchner, o La Cámpora, está circulando e-mails ameaçadores contra a alta direção daquele jornal.

É o que informa matéria de hoje da nossa Folha de S. Paulo, na qual se pode ler também que, na semana passada, grupos de apoio ao governo andaram colando cartazes contra o jornal Clarín e o canal de notícias TN, pertencente ao mesmo grupo de comunicação, por toda a Buenos Aires.

Tais ataques, destaca o Clarín, ocorrem no momento em que o governo emite discursos hostis contra os meios de comunicação independentes. Ontem mesmo, informa a Folha, Cristina Kirchner voltou a reclamar da "visão pessimista" da imprensa: "Para eles, o importante é sempre mostrar que as coisas estão mal, horríveis e dar uma visão quase terrível da Argentina", queixou-se a presidente.

Não falta inspiração a Cristina Kirchner. Para além de todas as críticas, mais ou menos veladas, que faz à imprensa, em setembro último Lula emitiu uma muito parecida com esta apresentada, agora, pela mandatária argentina. Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a imprensa estrangeira cobre o Brasil com mais competência porque a imprensa nacional é muito pessimista: "E sempre que acontece uma coisa boa nós ficamos procurando uma ruim para ficar justificando nosso discurso".

Também os grupos como o La Cámpora podem encontrar, em terras tupiniquins, inspiração para seus protestos. Pois não foi por aqui que, em outubro do ano passado, PT, CUT, MST e UNE realizaram manifestos contra a renovação de licenças das TVs Gazeta, Bandeirantes, Cultura e Globo?

Toda esta sanha por calar a imprensa é, por sua vez, tributária do chavismo. Foi Chávez quem inaugurou esta nova onda latino-americana de perseguição à liberdade de imprensa. Vem dele esta patética manobra discursiva de responder cada critica com a acusação de golpismo - assim como é dele a manobra de colocar a cachorrada nas ruas para tentar amordaçar este ou aquele veículo de comunicação.

Se esta sanha vai vingar ou não é coisa que depende de alguns fatores. Para não vingar é preciso, antes de mais nada, que os primeiros interessados - a saber, a imprensa e os formadores de opinião - admitam que há um alinhamento comportamental entre esta gente que está a governar a nuestra América. Ou seja: que esta uniformidade de atitude frente à liberdade de imprensa não é mera coincidência. Chamem como quiser: Foro de São Paulo, Clube do Chávez, Conspiração Bolivariana ou Conexão Mordaça. Só não façam vistas grossas - e tratem de começar a fazer continhas, juntando lé com cré, antes que seja tarde demais.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sibá Machado cotado para ministério

Não, este blog não tem fontes no governo.

Ocorre que Marina Silva acaba de renunciar. Com isso, Sibá Machado vai deixar de ser senador-sem-voto.

Agora me digam: o governo vai deixar o prestativo Sibá Machado sem cargo algum? Ideli Salvatti vai permitir que um seu, tão fiel!, seguidor em berros e histeria saia assim, de mãos abanando?

Alguém mais afoito pode até sugerir que Sibá ocupará a vaga aberta pela própria Marina Silva. Mas eu, que acho este governo tão insano quanto cara-de-pau, acredito que vão criar uma pasta para Sibá. Se não um ministério, pelo menos uma Secretaria. É aguardar para ver.

Direita, moderada, liberal

O site da Veja disponibilizou, outro dia, um politicômetro.

Fiz o teste ontem e obtive o resultado abaixo.

direitamoderada.jpg

Quer fazer o teste?

Clique aqui.

É a marmita, estúpido!

"Essas pessoas não estão aqui, agora, por causa dessa festa, não. Porque eu já vim aqui quando a gente não era nem prefeito e esse povo estava junto com a gente, do mesmo jeito que eles estão agora, porque este povo aqui, do Pará, – e eu falo com orgulho – em poucos lugares do Brasil eu sou tratado com o carinho que sou tratado, toda vez que venho a este Estado. Não agora, porque sou Presidente, mas quando eu era oposição, quando perdi as eleições. Esse povo me tratava com o carinho que um pai trata um filho. Portanto, esse povo, aqui, aprendeu a dizer para as autoridades que respeito é bom e que eles gostam de respeitar e de serem respeitados. Esse povo, aqui, aprendeu a dizer para as autoridades que o que eles querem não é esmola, é direito; o que eles esperam é a cidadania, e não favor."

(Lula, em 26 de fevereiro de 2004, na cerimônia de inauguração do projeto de urbanização da Bacia do Tucunduba, no Pará)

Da Folha de S. Paulo de hoje:

"A Presidência usou cartão corporativo para comprar 595 marmitas e o mesmo número de refrigerantes durante uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Pará, em fevereiro de 2004, na qual 40 auxiliares de apoio acompanharam a comitiva, que passou cerca de quatro horas no Estado e chegou após o almoço.

A despesa foi classificada como "sigilosa" e está sob análise da CPI dos Cartões e entre documentos requisitados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para auditoria. (...) A Folha questionou por três dias a Casa Civil para que informasse o motivo da compra de 595 marmitas e qual a comitiva que acompanhou Lula. Após três dias de contato, a assessoria da Casa Civil informou que o órgão não iria se pronunciar.

O único compromisso de Lula em Belém naquele 26 de fevereiro de 2004 foi uma visita à bacia de Tucunduba. Ficou cerca de quatro horas na cidade, depois foi para a Venezuela, para reunião do G15.

Seu discurso estava marcado para as 15h30, mas, segundo jornais locais, só começou às 18h. Lula teria desembarcado às 15h50. Antes de ir para o palanque, visitou as obras. Apesar do atraso, centenas de pessoas participaram do evento." (assinante da Folha, segue lendo aqui)

E depois... Depois tem gente que fica furiosa quando eu digo que a popularidade de Lula se explica pelo estômago.

sábado, 10 de maio de 2008

Até quando der

Vou ali no sul ver a mami e retorno na segunda-feira.

Como não sei se ela vai permiitir que eu passe na frente do micro, recomendo que vocês, na minha ausência, dêem um bom passeio pelo condomînio mais badalado da web.

Em homenagem a ela - e, acredito eu, às mães de muitos leitores - vai um Julio Iglesias.

 Julio Iglesias - Crazy
http://www.mp3tube.net/play.swf?id=c4e2fee273133decff84eee9671b5e90

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Um post para o DEM, com merecida cópia para o PSDB

Sobre o episódio entre o senador José Agripino Maia e a ministra Dilma Rousseff, Renata Lo Prete comenta, na Folha de S. Paulo de hoje:

"Declarações à parte, quem conhece Agripino diz que o senador está para lá de deprimido diante da repercussão do episódio, estado de espírito extensivo a boa parte da bancada do DEM."

Lastimo porque Zé Agripino é, com certeza, uma dos senadores mais combativos da oposição - e o DEM tem sido, não poucas vezes, a única voz a erguer-se contra os desmandos do governo Lula com a rapidez e a ênfase necessárias.

Mas não deixa de ser reconfortante saber que, ainda que na pele de quem menos merecia, aqueles que deveriam nos representar estão, de alguma forma, experimentando um sentimento que acompanha o eleitor da oposição nos últimos seis anos.

Deprimidos, senhores, ficamos nós quando, em meio aos escândalos do mensalão, os oposicionistas se empenharam em livrar a cara de Brant e Azeredo.

Deprimidos, senhores, ficamos nós quando vimos, de Sandro Mabel a Renan Calheiros, o Congresso Nacional se transformar em pizzaria.

Deprimidos, senhores, ficamos nós quando vemos o vergonhoso despreparo da maioria dos senhores - ou seria proposital desleixo? - nas inúmeras CPIs instaladas nestes últimos anos.

Deprimidos, senhores - mas não mais surpresos -, ficamos nós sempre que Serra e Aécio rastejam na direção de Lula.

Finalmente, senhores, depressivos ficamos nós, ao saber que Álvaro Dias ocultou, durante um mês e meio, o nome do petista que lhe passara o dossiê.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tucano de alma petista. Ou o inverso

O Coronel acaba de descobrir que o assessor de Álvaro Dias - que, segundo confirma o próprio senador, teria recebido o dossiê de outro assessor, ligado a José Dirceu - já foi petista.

O que temos, então?

O de sempre.

Petistas, pra todo lado, fazendo falcatrua. No centro, um tucano comendo mosca.

E a "menina" balança as tranças

Dilma Roussef disse que mentiu na ditadura para salvar vidas.

Muito justo.

Agora só falta explicar por que continuou mentindo na democracia.

É, minha gente. Parece que houve mesmo dossiê.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Reflexão de final de noite

Se a polícia tem, em mãos, um decreto de prisão preventiva, precisa mesmo negociar durante quatro longas horas?

Não é verdade que se fosse um barraco no alto de um morro meteriam o pé na porta e pronto?

Bege

Estou bege, até agora, com a estupenda cagada de Sua Excelência, o senador José Agripino, durante o depoimento da ministra Dilma Roussef.

Para ser bem sincera, não me incomodou tanto a falta de tato. Primeiro porque Dilma não é mulher de afrouxar diante de grosseria - e pensar que sim é, de certa forma, desrespeitar sua biografia. Segundo porque, por mais que eu repudie a tortura (e eu repudio, estão me ouvindo?), o quadro romântico pintado hoje pela manhã não me comoveu tanto assim. Vamos combinar que ninguém arrancou a jovem Dilma Roussef da escola ou da aula de piano para jogá-la no cárcere. Consta que ela lá chegou porque já sabia, aos 19 aninhos, usar armas de fogo, fabricar bombas e planejar assaltos.

O que me deixou bege foi, mais vez, a incompetência da oposição. Eles nunca vão aprender que quando o assunto é ditadura não há como ganhar do verossímil vitimismo da esquerda?

Dia da mãe

Deve começar, em instantes, o depoimento de Dilma Rousseff na Comissão de Infra-Estrutura do Senado - agendado para as 10:00h.

Ainda não sei se a TV Senado vai transmitir (nunca se sabe). Mas se o fizer será por um destes dois canais abaixo. Ou pelos dois. Basta clicar nos links abaixo para assistir.

TV Senado 1

TV Senado 2

Atualização às 10:21h: neste instante, apenas a TV Senado 1 está transmitindo o depoimento - a TV2 transmite a Comissão de Ciência e Tecnologia. Pelo regimento, assim que começarem as atividades em plenário a transmissão do depoimento será interrompida. Mas, se for mantida a praxe, a TV Senado 2, só disponível na web, passará a acompanhar o depoimento da ministra. Ou seja: se o depoimento for interrompido em um canal, tente no outro.

Atualização às 10:50h: já falaramArthur Virgílio e Agripino Maia. Ambos deixaram claro que querem explicações sobre o dossiê. A cara da ministra é de ironia. Agora Ideli tomou a palavra. Está dizendo que a ministra vai responder a todas as perguntas. Mas repudia a referência ao período ditatorial - feita pelo deputado Agripino Maia. Diz ela que tudo o que se fez naquele período é justificado pela ótica da legítima defesa - seria o caso da ministra Dilma que, à época, teria mentido com este fim.

Atualização às 11:01: parece que Agripino Maia acabou levantando a bola para Dilma. A ministra está fazendo um pronunciamento contundente sobre sua atuação durante ditadura. " Eu tinha 19 anos e fui torturada por três anos (...) Não é fácil resisitr à tentação de dizer a verdade sob estas condições. (...) Me orgulho muito de ter mentido porque isto salvou a vida de companheiros" disse ela.

A hora e a vez do PDT

Depois do escândalo do BNDES, agora o PDT é acusado de negociar seus postos de comando para favorecer pessoas ligadas ao deputado federal Paulo Pereira da Silva, o "Paulinho da Força" Sindical. A acusação parte de um correligionário paulista, o deputado estadual Geraldo Vinholi .

Não é impressionante como aquela suposta ética da esquerda não para em pé?


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Elixir Fantástico para todos os males

O amigo pisou na bola, chutou a santa, arrebentou a sapucaia?

Está sujo com a patroa, a vizinhança ou o chefe?

Pois não se desespere.

Ligue para Álvaro Pereira Júnior ou o Luiz Petry e peça uma entrevista no Fantástico.

Mas não invente moda. Faça uso das expressões clássicas: "não há provas", "eu não sabia", " estão me julgando antecipadamente", "todo mundo faz", "sou humano".

Se não soar como uma confissão, aproveite para pedir desculpas.

Pronto.

Pouco importa o tamanho da bobagem. A coisa vai amaciar para o seu lado. E, de quebra, você fará parte da galeria abaixo.


Vá treinando: clique nas imagens para rever as respectivas entrevistas

domingo, 4 de maio de 2008

No país dos hipócritas só há crime quando se fala nele.

Antes de mais nada - em especial, antes que venham aqui me chamar de maconheira -, fique claro que eu não fumo maconha e sou totalmente contra a legalização das drogas.

Mas acho ridículo que um Estado que não consegue combater o tráfico no morro, nem o consumo "no asfalto", resolva proibir uma marcha em prol da legalização e do uso da marijuana - que é, não se enganem, o que pretende uma manifestação chamada "Marcha da Maconha".

Se uma passeata assim passar na minha rua, eu fecho as janelas. Mas anotem aí: prefiro mil vezes conviver com a liberdade de expressão da maconheirada do que com a mentira que esta proibição constrói - a saber, que é proibido consumir maconha no Brasil. Proibido onde, se abundam as bocas de fumo em nossos parques e praças? Proibido por quem, se é possível conseguir - e fumar! - um baseado em qualquer esquina deste país de hipócritas?

Penso que esta proibição da tal "Marcha da Maconha", sob a alegação de apologia ao crime, soa um tanto mais ridícula vinda de um Estado que aprovou, em 2004, uma lei que diferencia o traficante do usuário - e que praticamente descriminaliza o segundo, imputando-lhe, no máximo, uma pena de trabalhinhos comunitários. Ou seja: no Brasil, pode-se fumar maconha à vontade - só não pode falar no assunto.

Alguém se admira que este seja o mesmo país onde políticos que roubam a mais não poder são devidamente penalizados somente no caso, improvável, de uma confissão, e olhe lá?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A 110km/hora

A maluca aqui passou a tarde se dividindo entre o power point para a aula da noite e uma olhadela no blog.

Por isso, não ficou sabendo quando, por volta das 18 horas, a meteorologia e a defesa civil avisaram que a previsão da manhã estava confirmada: um ciclone extra-tropical se formava aqui na nossa costa. A caminho da universidade, porém, a maluca não enfrentou mais do que uma chuva forte. É verdade que também deu azar de não pegar o bloco de notícias locais da CBN.

Uma vez no campus, encontrou corredores vazios. Êh povo que gosta de emendar um feriado, pensou consigo mesma.

Em sala, deu de cara com seis gatos pingados:

- Professora, viemos só entregar o trabalho.

- Como assim?

- A senhora não sabe que estamos em alerta da defesa civil?

- Estamos? [sexta- feira à noite é fogo... eles sempre têm uma desculpa]

- Professora, tem um ciclone que já deve estar em cima da gente!

- Mesmo? !

Pumba... Foi-se a luz do campus.

Uma hora e três árvores caídas depois, eis-me em casa, sã e salva - espero que os seis corajosos também.

Atualização às 22:16H: a coisa lá fora está simplesmente medonha. Pior do que naquela ocasião em que voaram as duas chaminés soldadas aqui de casa. A previsão é de ventos entre 80 e 110km/h. Não é pouca coisa à beira-mar. No momento, tem mais folhas no chão do que nas copas das árvores - que, por sinal, sacodem para todos os lados, num jeitão meio sinistro.

Atualização às 00:17: há coisa de meia hora, parou tudo: chuva e vento. Parou assim, sem mais nem menos. Agora as folhas nem se mexem. Como a Epagri/Ciram está prevendo que os efeitos do ciclone vão se intensificar nas próximas oito horas, eu vou aproveitar essa (estranha) calmaria para dormir um pouco

Lobão e Os Ronaldos no Circo voador. Quem lembra?

Xeretando nos 80's, encontrei essa. Uma preciosidade.

Abriu a década.

Mais tarde vejo se encontro o mesmo sujeito e a mesma música uma década depois.

Prometo que vai ser um contraste e tanto.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=G26bFEcCPIA&hl=pt-br]

Vamos nos decidir

Fico constrangida ao ver gente que eu admiro, como Lucia Hippolito e Guilherme Fiuza aceitando a hipótese de um terceiro mandato para Lula com base no precedente aberto em 1997, que instituiu a reeleição. E fico constrangida porque estes mesmos articulistas dão a entender que houve um erro em 1997 - que Fernando Henrique não poderia ter se beneficiado da mudança.

Pessoal, vamos nos decidir sobre este tema: houve ou não houve erro em 1997?

Se não houve erro, tudo bem. Mas se houve, não há popularidade que justifique a reincidência. A menos que a ótica petista - aquela em que os erros passados são prerrogativa e álibi para as lastimáveis atitudes do presente - tenha sido assimilada por completo.

Ps.:aos que não sabem separar crítica de ofensa pessoal, aviso que serei duplamente rigorosa com a moderação de comentários.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Lula, o surfista solitário

Para além da popularidade - e, talvez, impulsionado por ela - Lula atingiu o seu apogeu discursivo. Já não se envergonha de nada, não teme nada, não esconde nada. E o principal: consegue sintetizar em um só discurso todos os elementos que o conduziram ao populismo e que o mantém no alto da curva - ou, se preferirem, na crista da onda.

Seu pronunciamento de ontem em Maceió é, talvez, a obra mais bem acabada do lulopetismo - aquela que sintetiza todos os recursos discursivos e desvios morais que tão bem caracterizam esta miserável corrente política.


Ali estava a já rotineira defesa do infrator: Cid Gomes foi chamado de companheiro e guindado à categoria dos "injustiçados" que vivem na órbita presidencial. Ali estava o discurso binário, que ora opõe ricos e pobres, ora letrados e analfabetos e, agora, as esferas familiar e profissional, com se a primeira fosse sempre oprimida pela segunda: "Certamente se, em vez de sua sogra, você tivesse levado um empresário no avião, não teria tido problemas". Ali estava o tradicional ataque à imprensa, mais detalhado do que se apresentara até o momento, já que o presidente desferiu um golpe direto no jornalismo de opinião: “o que estou dizendo é que as pessoas [os jornalistas] precisam dar a informação e deixar o povo julgar. (...) O que eu acho estranho é que poder-se-ia ter dado a notícia: a sogra do governador viajou com ele. Não. Fazem disso uma tese".


Finalmente, ali estava aquilo que venho apontando há dias: Lula se ressente, e muito, sempre que algum fato atrai a atenção da mídia para longe de si e da pauta positiva que ele, seus assessores e militantes tentam, via de regra, nos impor: "[não é correto o Estado] aparecer cinco dias consecutivos na televisão por causa da sua sogra". (...) “Tem coisa muito mais importante - não que a sogra não seja importante - que você faz e que nunca apareceu nacionalmente”.

Percebem? É o apogeu de uma receita discursiva tão simplória quanto eficiente, que apresenta naturaliza vícios de conduta e humaniza pecadores. Enquanto esta conversa colar - e não for combatida com igual talento - ele seguirá surfando sozinho.