domingo, 1 de junho de 2008

Chama o gringo

Amazônia está longe de ser o meu assunto predileto. É só alguém começar a falar em desenvolvimento sustentável que eu desando a bocejar. Acho chato, muito chato, chatésimo. E a única coisa que me passa pela cabeça é o que seria da Europa Ocidental se lá pelo século XVIII, quando a revolução industrial aquecia as máquinas, uns e outros começassem discutir os efeitos do desmatamento do século XIII sobre a crise do século XIV, etc e tal. Creio que ainda estaríamos à luz de velas.

Ocorre que assisti, há pouco, no Globo News Painel, um pessoal dizendo exatamente o que eu havia pensado sobre aquelas declarações de Lula na semana que passou: que elas foram sem pé nem cabeça, dado que ninguém esteve ameaçando a Amazônia.

Aí vocês me perguntam: então foi neurose?

Não, queridos... Foi chavismo mesmo. Uma vez que a oposição está com o rabo entre as pernas, Lula precisou arrumar outro "inimigo" contra quem ele pudesse vociferar nos palanques - sem alguém para xingar, o Lula fica reduzido a um terço.

Pois eis que surge o estrangeiro-que-quer-nos-roubar-a-Amazônia. Figurinha fácil, que já foi usada em outras ocasiões - e que, por isso, mesmo, tem um recall fabuloso - ele é tão somente a cortina de fumaça de um governo cujo conceito de soberania inclui arriar as calças para Evo Morales. Mas eu também sei que basta Lula se concentrar com algum afinco no tema para que o estrangeiro-que-quer-nos-roubar-a-Amazônia expulse, das mentes e corações bolsistas, coisas complexas como a Reserva Raposa Serra do Sol, os protestos de despedida de Marina Silva e - por que não? - aquele famigerado dossiê.

3 comentários:

walson disse...

Lendo seu post me lembrei de outra coisa... Como são infantins esses esquerdopatas!!! Para fundamentar o absurdo de reservas indígenas com tamanhos que afrontam qualquer latifúndio, ele agora arrumaram "índios isolados", que nojo! que falta de argumento destes gatunos.

Ligia disse...

Oi Nariz!
Só o que falta. A Amazonia virar a nossa Malvinas
Abraços!

Jorge Nobre disse...

O mesmo que você sente sobre a amazônia, Nariz, eu sinto sobre os tais embriões.

No mês que vêm eles falarão de outro assunto tão ou mais chato. Podemos contar com isso.