Eu não sei quem recebeu dinheiro da Camargo Corrêa - a esta altura, se fala que a lista é grande. E muitos afirmam que as doações se deram dentro dos trâmites legais.
Lá no site Às Claras, por exemplo, uma pesquisa simples mostra que o grupo sempre contribuiu em campanhas políticas. Nem sempre, é claro, com a mesma ênfase ou entusiasmo.
Em 2002, a Construções e Comércio Camargo Correa S/A, colaborou com R$ 517.000,00, distribuídos entre PSDB, PFL e PSB. Nada para o PT.
Em 2004, esta mesma empresa doou o total de R$ 4.182.050,00 para as campanhas políticas do PSDB, PT, PFL, PPS, PC do B e PP. O PT abocanhou R$ 1.560.000,00 deste bolo - R$ 77.500,00 reais a menos que o maior favorecido naquele ano, o PSDB. Já a Camargo Corrêa Equipamentos e Sistemas, empresa do mesmo grupo, entrou com R$ 1.000.000,00, distribuídos entre candidatos do PFL, PSDB e PT - ficando este último com R$ 300.000,00
Em 2006, a Construções e Comércio Camargo Correa doou um total de R$ R$ 7.313.500,00, dos quais R$ 1.300.000,00 foram para o PT. Neste mesmo ano, a Camargo Corrêa Cimentos S/A., mais uma empresa do grupo, colaborou com R$ 1.550.000,00, distribuídos majoritariamente entre PMDB e PSDB - deste montante, apenas R$ 50.000,00 foram destinados ao PSC. Já a Camargo Corrêa Equipamentos e Sistemas colaborou com R$ 491.000,00 - quantia destinada integralmente para o PT. Idem para a Camargo Correa Metais S/A, que doou outros R$ 50.000,00 para a sigla.
Infelizmente, o site ainda não disponibiliza os dados das eleições 2008. Por ora, o único recurso que encontrei é a ferramenta de prestações de contas do TSE. Ela não é muito prática - e eu não sei se os dados já estão totalmente integrados ao sistema. Mas, se estão, há algumas coisas curiosas a considerar.
Na maioria das capitais não consegui encontrar doações das empresas do grupo Camargo Corrêa. Já em São Paulo, a busca de doadores por comitê financeiro mostra que foram doados R$ 75.000,00 para o PTB, R$ 50,000 para o PR, R$ 25.000,00 para o PV e espantosos R$ 3.000.000,00 para o DEM de Gilberto Kassab.
Mais espantoso que este gordo cheque é o fato de não haver, pelo menos no sistema do TSE, qualquer doação do grupo Camargo Corrêa para a campanha da Marta Suplicy. Vamos combinar que para um PT que vinha, desde 2004, recebendo significativas contribuições do grupo, a última eleição em São Paulo foi uma decepção. Daquelas que a gente sente quando uma grande onda destrói o nosso belo castelo de areia.
Observação: os links do site Às Claras remetem ao quadro total de doações feitas pela empresa naquele ano. Para ver a distribuição por partidos, corra a página para baixo de clique em "partidos".
3 comentários:
Boa NG
Como ensinou Deep Throat, "follow the money".
Não se pode esquecer da VBC que controla as distribuidoras de energia do grupo CPFL. Recentemente a Camargo Corrêa, o C do VBC comprou a parte da Votorantim (o V), e antes já havia adquirido a parte do Bradesco (o B).
Nao estao esquecendo de nada???
O dinheiro foi para as campanhas politicas , MAS ELE VEIO DE ONDE MESMO???
VEIO DA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA!!!NINGUEM VAI INVESTIGAR COMO o dinheiro CHEGOU na Camargo??
Vao querer saber como ele saiu??Ora a Empreiteira e uma empresa privada e GASTA o dinheiro como bem entender...
O relevante nesta estória é saber COMO a empresa recebeu esses recursos dos entes públicos!!!
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