segunda-feira, 27 de julho de 2009

O fim do Senado - again

Plataforma da corrente petista "Mensagem ao Partido", liderada pelo ministro Tarso Genro, volta a pregar o fim do Senado Federal.

O assunto não é novo e já foi tratado aqui diversas vezes.


Nem mesmo o roteiro da coisa sofre qualquer alteração: sempre que o Congresso Nacional chafurda na lama, Lula sai em defesa dos suspeitos, aprofundando e prolongando a crise - postura totalmente inversa daquela que se espera de um presidente da república. Ato contínuo, parte do PT pede uma reforma constitucional.

Clique no link abaixo para ler um post sobre o tema, publicado em 2007. Basta acrescentar a absolvição de Renan Calheiros e o atual apoio a Sarney para que o post fique atualizado:


Tudo conforme o esperado.

Note, também, que ele reedita um post anterior, de 2006. E perceba que nada evidencia mais a falta de renovação no cenário político nacional do que o fato de que tudo o que é assunto hoje pode ser simplesmente remetido a algum post que escrevi ao longo destes seis anos de blog.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Danos morais

obamma.png

Fico só imaginando a cara do Obama.

Ontem à noite, durante o lançamento do Vale-Cultura, Lula relatou alguns episódios de sua vida ligados à área.


Dentre eles, um se destaca: o presidente brasileiro teria recomendado a Barack Obama que assistisse ao filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, "para ver como a máquina tritura o ser humano".

Se isto realmente for verdade - Lula tende a delirar diante de microfones -, se ele realmente teve a pachorra de recomendar um clássico do cinema americano ao presidente americano, eu acho que os brasileiros estão autorizados a processar Lula por danos morais.

Nunca, na história deste país, um presidente nos envergonhou tanto.

domingo, 19 de julho de 2009

Sobre cães e gatos

Não, este não é um post sobre os nossos políticos.

Não sei se notaram, mas ando sem saco para a coisa. E um pouco sem tempo também. Ultimamente, minha disposição para comentar política cabe em 140 carateres.

O Senado está aquela vergonha de sempre, Lula e séquito seguem falando e fazendo o que bem entendem e a oposição... Bem, exceto pela boa iniciativa tucana de criar um blog para a CPI da Petrobrás, a oposição segue na pasmaceira - e sem muita moral para denunciar qualquer coisa. Mas até isso, a CPI, pode esperar, pois só esquenta - se é que vai esquentar - depois do recesso.

Voltemos, portanto, aos cães e gatos não metafóricos, que são matéria de capa da Veja.

Eu gosto muito de animais - e de cães em especial. Fico prá morrer quando vejo aquele comercial de ração que mostra os "melhores amigos" abandonados ("eu sei sentar", etc e tal...). Chego a mudar de canal. Sou assim desde muito pequena: queria levar todos os animais abandonados para casa. Somente com muitas reprimendas é que aprendi a me policiar.

Quando pequena, aliás, tive um fox, que morreu de forma trágica e deixou a família um tanto traumatizada com essa coisa de bicho de estimação. E se não tenho um cãozinho hoje, quando há um jardim amplo o suficiente para vários deles, é simplesmente em respeito à minha velhota siamesa que, com quase 18 anos, não merece disputar território e atenção com um filhotinho fofo e sapeca.

Mas é inegável: apesar de mencionar a existência de "gatos neuróticos", a Veja não encontrou um só exemplo para ilustrar a matéria. Isto, é claro, não significa que eles não existam. Mas que é mais difícil encontrá-los. Hipótese um: os gatos, por serem mais independentes, não esquecem que são gatos - o que evita neuroses maiores. Hipótese dois: os gatos são tão dominadores que seus donos nem mesmo se dão conta de que

o bichano se tornou um transtorno.

Para derrubar a hipótese dois, vai o meu depoimento: em 18 anos, Madona jamais fez qualquer coisa fora da caixinha. Mesmo no ano passado, em meio a um tratamento pesado para a leucemia, ela ía cambaleando até a caixa de areia sintética. Madona também não arranha os móveis e nem sobe na pia para roubar um naco de carne - embora possa, idosa bem conservada, saltar do chão até o alto de um armário.

É certo que a danada tem lá suas manias - e, mais adiante, vai ficar claro porque ela as tem. Quando chego em casa, por exemplo, ela quer colo. Pode ser um colo de dez segundos - pegá-la, afagá-la e dizer um "oi" é o que basta. Se eu não fizer isso - porque estou com as mãos ocupadas com, digamos, sacolas de supermercado - ela sobe em um móvel e simplesmente se joga no meu colo. Madona também tem hora para dormir. Melhor dizendo: para todos na casa irem dormir. Quando passamos da hora usual, ela vai até o meio da escada que leva aos quartos e começa a miar - é um chamado bem autoritário, senhores. Mas se perceber que não colou - ou seja, se ninguém der trela-, ela acaba desistindo.

O relato pode parecer milagroso para alguns donos de gatos. Mas somente parte dele é milagre. Gatos são naturalmente asseados e não é preciso ensinar nada: basta apresentar a caixinha ao filhote que ele vai saber o que fazer. Eu disse: ao filhote. E isto explica a parte do relato que não é milagre.

Muita gente acha que é impossível adestrar gatos. Não é. O que ocorre é que a maioria das pessoas desconhece como fazê-lo. Por isso, embalada pela matéria da Veja, resolvi listar algumas dicas para quem está pensando em adotar um bichano. São coisas que aprendi com a prática, as visitas ao veterinário e alguma leitura.

Se é verdade que estas dicas pouco farão por aqueles que já "estragaram" seus velhinhos, podem apostar que são preciosas para aqueles que acabam de receber um filhote.

1. Gatos são sistemáticos - e têm uma memória e uma curiosa noção de tempo que são de lascar. Eles tendem a fazer as mesmas coisas, nos mesmos horários. E isto explica porque Madona quer colo quando chego e tem hora para dormir. A questão é: quanto mais velho o gato, mais difícil fica o adestramento. Por isso, a caixa de areia sintética, o arranhador e o filhote devem chegar na sua casa juntos. Não adianta apresentar o arranhador depois que o bichano já começou a afiar as unhas - uma necessidade, viu? - no sofá da sala.

2. Portanto, se você permitir algo uma vez, vai ser complicado convencê-lo do contrário depois. Isto vale para tudo. Repreenda imediatamente.

3. Para repreender um gato, use a mesma técnica que a mamãe-gato utiliza com os pequenos - principalmente para os que insistem em se afastar da ninhada. Da primeira vez, um miado forte como advertência. Se ele insistir, mamãe gato abocanha o filhote pela sobra de pele da cervical , dá uma sacudidela, e mia forte depois de soltá-lo. Se, ainda assim, a pestinha não se emendar, a sacudidela é acompanhada por uma patada, de leve, no focinho do malcriado - e seguida do tal miado forte.

4. Não, você não vai precisar miar. Vai dizer "não!" - e apenas "não", sem o nome do bichano, ok? Retomando: na primeira, "não!". Se ele insistir, pegue-o pela sobra de pele da cervical, sacuda levemente e diga "não". Se ele não se emendar, nova sacudidela, agora com uma batidinha (suave, pelo amor de deus!) do seu indicador no focinho do filhote, acompanhada do sonoro "não!".

5. Não pule etapas. Os diferentes graus de reprimenda são importantes. Com o tempo, ele vai entender o significado de "não" - e você não precisará mais de sacudidelas ou tapinhas no focinho.

6. Não subestime seu gato. Use comandos curtos, como faria com um cão - "vem", "sai", "aqui", etc - e chame-os pelo nome. Se você fizer isso sempre, ele vai se habituar a atender. Deixe o "pssi, pssi, pssi" para gatos de rua. E deleite-se ao ver a cara dos leigos quando eles percebem que o seu gato atende a comandos - segundo eles, "como se fosse um cachorro".

7. Mesmo que o seu gato tenha pelagem curta, escove-o uma vez por semana. Além de evitar que ele, ao banhar-se, engula pêlos em excesso, estudos já demonstraram que a escovação parece influir na noção de autoridade do bichano, fazendo-o identificar quem manda. Isto pode ter a ver com o início de vida - quando é a mamãe gato, cuja língua é áspera como uma escova, quem faz a higiene do filhote.

8. Não é comum. Mas um gato mais temperamental pode se mostrar agressivo com o dono. Isto pode acontecer por diversas razões: mudança de ambiente, aumento da família (leia: "ciúmes"), presença de outros animais e pessoas estranhas na casa. Se o seu gato dobrar de tamanho e fizer 'fuuuuuu" para você (para você), não se acanhe: abra os braços - para "crescer" - encare-o de frente e faça um belo "fuuuu" para ele. Este som, que antecede as brigas dos gatos, é uma disputa pela liderança do território - e ele só vai entender o seu recado se você falar a mesma língua.

9. Gatos caçam. E trazem a caça para quem os alimenta. Se você xingá-lo por isso ele vai ficar confuso, pois acredita que uma de suas funções é manter a casa livre de intrusos. E um gato confuso pode ter problemas de comportamento. Aprenda a reagir normalmente diante dos pequenos cadáveres - basta um "muito bem", seguido de um afago. Depois, recolha o defunto e jogue fora - de preferência, longe dos olhos do bichano. Alguns donos colocam guiso na coleira para facilitar a fuga dos pássaros. Eu não. Exceto no caso dos ninhos - que tento proteger - costumo deixar a natureza seguir seu curso.

10. Você sabe que o veterinário entende de gatos quando, no primeiro encontro, ele acaricia as bochechas do bichano. Nas bochechas, estão localizadas glândulas que exalam odor e, ao mesmo tempo, "gravam" o cheiro de outros animais, pessoas e objetos. Se você acariciar um gato nas bochechas, ele nunca mais vai esquecer o seu cheiro. Esta é, também, uma boa forma de entabular amizade com eles. Dizem que quando um gato esfrega as bochechas em você - normalmente, nos seus pés - está falando : "gostei de você e não quero lhe esquecer".

11. Pode reparar: não é raro o seu gato saltar no colo de uma visita que não gosta de bichanos. Há uma explicação cientifica para isso: normalmente, quem não gosta de gatos desvia o olhar tão logo eles se aproximem - os humanos desviam o olhar daquilo que os desagrada. Acontece que, entre os gatos, desviar o olhar é um convite, um sinal de aceitação para um novo indivíduo no grupo - olhar diretamenta é um desafio. Avise as visitas - as alégicas, principalmente - e use a descoberta durante o adestramento: quando o estiver repreendendo, olhe bem na cara dele.


12. Gatos têm ótima visão noturna. Mas mudanças bruscas de luminosidade provocam um atordoamento momentâneo - é por isso que muitos bichanos morrem atropelados, enfeitiçados que estavam com os faróis de um carro no meio da rua. A dica é boa para uma situação em que um gato, machucado e assustado, não permite a aproximação de ninguém: jogue um cobertor sobre ele e aproveite os breves momentos de atordoamento para apanhá-lo. Mas seja rápido porque ele também recupera a visão rapidamente.

13. Gatos são mesmo bichos territoriais. Ao contrário do que dizem os leigos, isto não significa que não gostem dos donos. Há muitos relatos de gatos que, mesmo mantidos na casa, entraram em depressão com o afastamento de um membro da família. Mas mudanças de ambiente são sempre traumáticas para os nossos amigos, podendo causar problemas de comportamento. Não há comprovação científica, mas a prática mostrou que a melhor maneira de lidar com uma mudança é manter o gato preso na nova residência por uma semana - tempo que ele levará para espalhar seu cheiro pela casa. Depois disso, mesmo que saia para explorar a vizinhança, ele saberá voltar.

14. Fêmeas demarcam território esfregando partes do corpo - pescoço e laterais - nos cantos da casa, muros e móveis. Machos fazem a mesma coisa urinando. Portanto, gato macho, em apartamento, só castrado. E, aqui, vale o que vale para tudo: não adianta castrar depois que ele já começou a demarcar território com urina porque ele seguirá fazendo o mesmo. Castre quando é filhote, antes que o problema comece.

15. Aliás, a menos que você tenha um gatil, castre machos e fêmeas. Converse com qualquer veterinário: a castração, realizada antes da maturidade sexual, previne doenças e aumenta a expectativa de vida do seu amigo.

16. Regra de ouro: se vai permitir que seu gato saia à rua, coloque coleira, com nome e telefone para contato, e não apare as unhas do coitado, ok? Ele vai precisar delas para se defender. Atualmente há todo um apelo para que os donos não permitam que seus gatos perambulem livremente. Não concordo. Com as vacinas em dia - e uma portinhola por onde ele possa entrar e sair - deixe o bichano curtir a liberdade. Madona não sai mais do nosso jardim por conta da idade. Mas, enquanto foi rápida e ágil, permiti que ela reinasse, absoluta, em nossa rua - e não tinha cachorro que encarasse.

17. No quesito saúde, fique atento a um sinal: o banho. Gatos dedicam 1/3 do seu tempo para se manterem limpos. Mas quando estão doentes ou com dor eles simplesmente não se banham. Mais do que eventuais diarréias e vômitos - gatos vomitam para se livrar do excesso de pêlo ingerido - a falta de banho é um sintoma certeiro de que algo está muito errado.

18. Uma dica que pode salvar a vida do seu amigo: em caso de doença ou acidente, a temperatura deles pode cair muito, levando-os a entrar em choque. Enrole o gato num cobertor e mantenha-o aquecido até que ele receba atendimento.

19. Finalmente, gatos resistem melhor que cães à solidão. Por isso, são pets ideais para quem passa o dia fora - basta deixar água, comida, a caixinha de areia limpa e alguns brinquedos (experimente bolinhas de papel laminado! ) para que ele passe o dia bem. Mas se você não estiver disposto a dar um pouco de carinho quando chegar em casa, ou se não gostar da idéia de dividir o sofá com uma bolinha de pêlos, melhor comprar um peixe. Ou uma samambaia.

caesegatos.jpg

Madona: 18 anos, algumas manias, zero de neurose.

sábado, 11 de julho de 2009

Aos amigos dos "amigos do presidente Lula"

Perdi as contas de quantas vezes blogueiros e comentaristas da oposição tentaram alertar partidos e imprensa sobre esta pessoal do blog "Amigos do Presidente Lula".

Não foram poucas as vezes em que dissemos que era um braço, provavelmente muito bem remunerado, do lulopetismo na web - braço que se prestava a divulgar coisas que oficialmente o governo não poderia assumir (vide lista de Furnas, etc e tal).

Jamais a imprensa ou os partidos olharam para o caso com a necessária seriedade - sempre preferiram associar as denúncias a 'guerrinhas de blogs menores'.

Chegou a ser cômico dia desses, por ocasião do lançamento do Blog da Dilma, ver o Estadão apresentar uma das mais antigas, manjada e feroz, cyber-ativista desta turma como se fosse uma "enfermeirinha voluntária", totalmente desinteressada, debutando na web.

Agora taí: este pessoalzinho acaba de divulgar a movimentação fiscal de um senador .

Bem feito.

Foram avisados. Muito bem avisados. Agora entubem.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sarney e Petrobras: tudo a ver

Fim daquele dilema desavergonhado "cabeça de Sarney ou CPI da Petrobras?".

Vão os dois para o trono dos réus.

Isto, é claro, se o país fosse sério.

Como não é, ninguém - nem senador, nem direção da Petrobras - precisam perder o sono.

Acho que não preciso perder um tempo - que eu realmente não posso perder - para lhes explicar que caberia à Petrobras fiscalizar o uso das verbas que libera.

domingo, 5 de julho de 2009

Enquanto isso...

Paris está em chamas.

Não se sabe ao certo se é uma apaixonada reconciliação ou uma esposa ciumenta prestes a incendiar um quarto de hotel.

Será?

Em Brasília, 15:49H

Por enquanto, parece que Zelaya ruma para Tegucigalpa.

Foi o que ele declarou à Telesur TV, há pouco, já dentro de um avião.

Como o governo hondurenho avisou que não vai dar autorização para pouso, fica a dúvida: Zelaya vai peitar ou rumará para outro lugar?