quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Apertem os cintos, Lula assumiu

Penso ser desnecessário ficar repetindo aqui no blog aquilo que ontem, mais uma vez, as notícias evidenciaram: a política externa no governo Lula é um vexame.

Não sei se vai ser possível investigar o episódio em Honduras. Mas a verdade é que só um idiota pode acreditar que Zelaya aportaria na embaixada brasileira sem uma combinação prévia com o próprio Lula.

Novidade nenhuma.

Já nos pediram para acreditar em absurdos outros: que os pugilistas cubanos pediram para voltar a Cuba, que Cesare Battisti é perseguido político do governo Italiano, que as FARC não são terroristas, que Hugo Chavez é um democrata - e por a vai. Sempre, é claro, com aquela fingida inocência: Lula, que nunca soube do mensalão, ontem também não sabia dos planos de Zelaya.

É mais do mesmo. Com a diferença, talvez, de que agora aquele discurso de "não interferência" - que eu já apontava falso lá em 2003 - tem tudo para trombar com a realidade. Honduras é um caminhão desgovernado, sem freios. E a sábia política de Celso Amorim acabou por colocar Lula ao volante.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Empurrando com a barriga

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As denúncias envolvendo a nora, a Newfield Consulting e a Eletrosul, presidida por seu ex-marido, não comprometeram o humor da Senadora Ideli Salvatti.

No domingo, Ideli, o namorado Peixoto e os amigos Alexandre e João Furtado se divertiram a valer na Feijoada do Negão, em Palhoça.

A foto foi publicada na coluna de hoje de Cacau Menezes para o Diário Catarinense.

domingo, 20 de setembro de 2009

Quatro fatos

1) Deve ter gente bem mais preparada - e menos enrolada com a Justiça - que José Antonio Dias Toffoli para Lula indicar ao STF.

2) José Antonio Dias Toffoli só emplaca se os senadores forem coniventes com sua indicação. O voto é secreto.

3) O Senado TODO será julgado pelo RESULTADO desta indicação. Depois de feita a merda, não adianta vir com papinho de que votou contra.

4) É Senador? É contra a indicação do Toffoli? Então tire o rabo da cadeira e vá arrumar outros que votem com você.

sábado, 19 de setembro de 2009

Próxima parada: século XX

Era de se esperar que os nossos ilibados parlamentares agarrassem, com unhas e dentes, qualquer oportunidade para tentar acabar com o anonimato na blogosfera política.


Impressiona é o número de jornalistas e articulistas comemorando o fato - ainda que alguns, como Fernando Rodrigues, em artigo de hoje para a Folha de S. Paulo, dêem tratos ao porongo para apontar a inviabiliade da coisa.

Daí que eu, quase sete anos de blog, fico aqui pensando de onde vem este problema dos jornalistas com o anonimato na blogosfera. Porque o problema - embora agora, por força das circunstâncias, esteja em evidência - não é novo.

Só para refrescar a memória: em novembro de 2005, Ricardo Noblat me convidou para ser articulista em seu blog - à época, hospedado no Estadão. Duas semanas depois, o jornalista Luiz Cláudio Cunha fez um artigo para o mesmo blog reclamando do meu anonimato. Noblat, então, deu razão à Cunha: ou eu me identificava, ou estava desconvidada. Desconvidei-me - com alguma seriedade e uma piada .

O episódio é emblemático do que agora, ao embalo de "reforma eleitoral", se volta a discutir. Porque me parece que boa parte da questão "jornalistas x anonimato na web" se explica pela sabedoria popular: eles, a grande maioria dos jornalistas e articulistas da política nacional, pegaram o trem com atraso e estão, até hoje, tentando descobrir qual é o destino.

A blogosfera política nasceu longe das redações dos grandes jornais. Foi só muito depois, quando os blogs tocados por anônimos já bombavam, que os jornalistas da área começaram a apostar na ferramenta. No Brasil não foi diferente. Quando Ricardo Noblat inaugurou seu blog, em 2004, a blogosfera política nacional já era uma realidade. Este blog, por exemplo, já existia. Assim como existiam o Lassaiz Fair, o Contra-Ilusão, O Indivíduo e todos os Wunderblogs - muitos deles discutindo política. A maioria optava pelo uso de pseudônimos. Verdade seja dita: muitos blogueiros eram jornalistas das mais diversas áreas que mantinham blogs sobre música, literatura cinema e política pelo simples prazer de escrever sem as amarras e o formalismo das redações.

Desempregado, Ricardo Noblat entrou, ele mesmo conta, intuitivamente nesta onda. E foi assim, intuitivamente, descobrindo aos poucos as particularidades do ambiente em que se metera, que construiu o primeiro grande blog de política assinado por um jornalista de renome do país. Até o episódio envolvendo a minha participação como articulista, Noblat jamais brigou com o anonimato. Defendeu o direito ao pseudônimo - e ainda o defende ao acolher, diariamente, comentaristas identificados tão somente por um apelido. Mas é inegável que sucumbiu à patrulha daqueles que, como Luiz Cláudio Cunha, chegaram depois e se sentiram incomodados com a realidade posta.

Uma revolução

Parece que a tal da "realidade posta" era nova demais e, porque incontrolável, perigosa demais. Quem era aquela gente anônima que escrevia, investigava, opinava, publicava, e ainda por cima, era lida?! Quem era aquela gente, que escrevia sem responder a patrão, editor ou patrocinador? Quem era aquela gente livre de amarras, que não queria fama ou grana, mas queria somente opinar?

Que me desculpe a classe mas é este ressentimento, fruto de uma descoberta tardia, de ter que correr muito para alcançar um fenômento, e da frustração de conviver em um ambiente onde as velhas regras das redações não podem ser aplicadas, que percebo em alguns artigos e comentários. Artigos como os de Clóvis Rossi, de Fernando Rodrigues e Reinaldo Azevedo que, a despeito do indiscutível sucesso alcançado na web - prova de que chegar mais tarde não condena o vivente ao fracasso - jamais escondeu seu incômodo com o uso de pseudônimos.

Há, também, aqueles que se mostram ressentidos com o anonimato na web porque, justificam eles, são diariamente achincalhados, ofendidos, agredidos verbalmente, por pseudônimos - contra os quais, alegam, "nada pode ser feito". Mais uma vez: a turma chegou tarde e tem dificuldades para entender o ambiente.

Blog, meus caros - e principalmente blog de política - não é coisa para quem tem pele fina. É preciso ter pele grossa. Pele grossa para ser achincalhado em praça pública. Ou pele grossa para fazer moderação, não deixar que caluniem você ou terceiros, e agüentar a fama de ditador. Podem escolher. É uma coisa ou outra.

Agora, se você não quer apanhar em praça pública, não quer correr o risco de ser processado por calúnias a terceiros, mas também não quer - por princípios ou dificuldades operacionais - moderar comentários, melhor saltar deste trem e voltar para o conforto e a segurança das redações. Lá, no século XX, onde nada se publica sem RG e CPF, é o seu lugar.

Não se preocupem, ninguém vai reparar. E depois, é melhor fazer isso do que se aliar aos piores tipos que a política nacional já elegeu para tentar, luta inglória, parar este trem.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ideli em dia de Chaui

Diante das últimas denúncias - leia aqui - a senadora Ideli Salvatti seguiu à risca o conselho que Marilena Chaui deu aos colegas intelectuais quando o escândalo do mensalão veio à tona: fechou-se em silêncio.

Não, Ideli não é uma intelectual. Mas aproveita a dica mesmo assim - talvez porque precise de tempo para montar uma história convincente - favor dar ênfase no "t" para ficar em sintonia com o senatorial sotaque.

E com tudo isso ainda há quem sugira que Ideli tem alguma chance - ou possa ser uma aliada poderosa - no pleito estadual do ano que vem.

Bebem, né?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Uma bula para o Lula

Quanto mais eu ouço a Voz do Brasil, mais penso que a ANVISA está virando o braço legal do estado totalitário que o lulopetismo resolveu implantar, sutil e lentamente, por estas bandas. Um estado burro a exercer tutela sobre um povo pra lá de passivo.

Depois do projeto para regular a publicidade (e as fórmulas) dos alimentos infantis, e daquele outro para controlar as gôndolas das farmácias, vem aí um projeto para regular as bulas de medicamentos. As principais mudanças, pelo que ouvi, serão: o aumento do corpo das letras e a adoção de uma linguagem popular - aquela linguagem 'científica' (sic), mais própria a 'profissionais da saúde' (sic), será substituída por outra que o consumidor 'possa entender' (sic).

Eu até posso imaginar a origem do projeto: Lula, dia desses, tentando ler a bula de algum medicamento para azia. Os óculos vencidos e a carência de diploma atrapalhando a tarefa a ponto do 'timoneiro' irritar-se e ligar para alguém na ANVISA.

Resultado: dentro de nove meses, teremos bulas de acordo com o nível de analfabetismo funcional do povo brasileiro. Porque no país de Lula, meus queridos, ao invés de melhorar a educação, pioram as bulas.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

De papo com Delúbio

Descobri, no sábado, que o Delúbio Soares está no Twitter. Na verdade, ele está por lá desde o final de abril - eu é que não estava sabendo de tão ilustre presença por aquelas bandas.

Figura de destaque no hall of fame do mensalão, o ex-tesoureiro do PT quer candidatar-se a deputado no ano que vem. Réu por gestão fraudulenta no Supremo Tribunal Federal e acusado de movimentar milhões de reais em "recursos não contabilizados" para financiar as campanhas petistas, Delúbio parece mesmo bem disposto a utilizar a nova rede de relacionamentos para angariar votos. E se você quer ler o que ele tem a dizer, basta acessar o perfil @comdelubio.


De minha parte, prefiro ler, antes, os silêncios de Delúbio - todos eles registrados em seu depoimento na CPMI dos Correios. Se você já esqueceu, o depoimento do ex-tesoureiro petista foi um festival de "prefiro me reservar o direito de não falar", "prefiro não responder" e "me reservo o direito de não responder". O que, vamos combinar, transforma este documento numa verdadeira fonte de inspiração para um bom 'bate-papo' com Delúbio via Twitter.

Ele não quer falar, se expressar, tuitar? Pois vamos dar uma forcinha.