quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Fracasso que mata

O Brasil é, hoje, o país com o maior número de mortes por gripe A no mundo.

Vou repetir: o Brasil é o país com o maior número de mortes por gripe A no mundo.

E nem adianta torturar os algarismos para apresentar o percentual de óbitos em relação à população de cada país porque isto não muda o fato de que, veja só!, o Brasil é o país com o maior número de mortes por gripe A no mundo.

É uma demonstração clara de que a política de combate à doença adotada pelo governo Lula fracassou. Fracasso que, só para deixar claro, permite que a gripe A mate mais no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Também tenho um cartão vermelho

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O meu vai para o cinismo do Eduardo Suplicy, que ficou quietinho ao longo dos últimos meses, enquanto o seu PT, a mando do seu amigão e companheiro Lula, tratavam de salvar José Sarney. O nome do que Suplicy fez ontem é oportunismo eleitoreiro - do pior tipo.

Por isso, tenho um cartão vermelho também para qualquer um que elogie a atitude de Eduardo Suplicy. Só tolos ou safados podem dar qualquer crédito àquele teatro.

O terceiro cartão vermelho vai para esta turma demissionária da Receita Federal que, pelo jeito, ficou três anos sem ler jornais, não é mesmo? Em 2006 o Ministro da Fazenda chafurdou as contas do caseiro Francenildo - o caso vai ser julgado amanhã pelo STF - e só agora, quando rola a cabeça da chefe petista Lina Vieira, este pessoal "descobre" que o governo Lula está promovendo um "recuo no processo de fortalecimento das instituições de Estado do Brasil".

De minha parte, eles que enfiem este pseudo patriotismo lá - naquele lugarzinho fétido e escuro, onde ocorrem as guerras intestinas do PT.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Oposição transparente

O PT chegou tão longe porque tem militância. E uma militância volumosa, capaz de abrir mão de qualquer senso crítico para defender a permanência do partido no poder - coisa que PSDB e DEM jamais tiveram. Isto explica porque quando Lula finge ignorar tudo, Pallocci chafurda na conta do caseiro e Dilma apresenta diplomas que não possui, a numerosa militância prefere xingar a mídia ao invés de fazer uma mea-culpa. Pois já não inventaram até o termo PIG, Partido da Imprensa Golpista, para responder a essas e a todas as outras acusações que puderem recair sobre o governo Lula?

Sim, há militantes do PSDB e do DEM tão capazes de abrir mão do senso crítico quanto os petistas. Mas eles são minoria. Porque a grande maioria dos cidadãos que hoje se auto-denominam "oposição" - e que, por isso mesmo, estão fragilmente alinhados com os partidos que se encontram na oposição - não compactuaram com a absolvição de Eduardo Azeredo e Roberto Brant. Eles também não compactuam com a relação de bate-e-assopra que Aécio Neves e José Serra mantém com o PT. Não chamam a mídia de golpista quando surgem notícias de que os atos secretos do Senado já ocorriam antes de 2002 - no governo Fernando Henrique, portanto - e jamais negaram que Antônio Carlos Magalhães era um velho coronel, no pior sentido do termo.

E porque não é coesa, porque discorda em várias questões, porque não consegue se unir para defender a honra de um safado qualquer - ou para abraçar idéias lançadas por jornalistas decadentes, como a existência de um PIG ou de um 'dossiê da Veja' - esta grande maioria oposicionista perde força e parece não existir. É uma espécie de oposição transparente - não pela lisura, mas por sua invisibilidade, que advém do fato de que seus componentes não servem nem aos partidos que se dizem de oposição, nem ao apetite da mídia por perfis caricatos.

Mas é fato que eles existem - e que, provavelmente, não se sentirão vitoriosos em 2010 porque não se sentem representados por nenhuma das opções apresentadas. Se parece - e apenas parece - que não existem é simplesmente porque ignorá-los é muito mais cômodo. Reforça o discurso de que todos - oposição e petismo - são iguais. Um discurso que, acho que eu nem preciso dizer, é petista - ainda que petista envergonhado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A soma de todos os erros

Estes são dias difíceis para Ideli Salvatti.

Na terça foi aquela metáfora feia, sobre "fazer canja com a unha da galinha", para tentar desmoralizar Lina Vieira. Ontem, o voto pela absolvição de Sarney.

Resultado: todo mundo apostando que, com tal desempenho, Ideli não se elege mais nem para síndica.

Pode ser. Acho mesmo que aqui, em Santa Catarina, vai levar um certo tempo para que os políticos locais queiram aparecer ao seu lado. Os tais 'papagaios de pirata', que não perdem a chance de posar ao lado da senadora predileta de Lula, vão bater em revoada. Por um bom tempo, ninguém vai querer ser visto com Ideli Salvatti.

Mas estas coisas passam e os papagaios sempre voltam. Principalmente para quem, como Ideli, está tão perto do poder.

Porque a verdade é que, ao longo dos últimos anos, Ideli Salvatti protagonizou episódios lastimáveis - certa vez, furiosa que estava, chegou a rodopiar feito um tornado em plena CPI. Boa parte destes episódios - provavelmente a maioria - foi registrada por este blog. Clique aqui para ter acesso a este "belíssimo" histórico.

É certo que Ideli não enfrentou as urnas desde então. Mas, mesmo com este lastimável currículo, nas eleições de 2006 e 2008 ela foi convidada a subir em palanques regionais. E revelou-se um azarão. O que pode significar que, se alguns políticos do estado não têm juízo - e se deixam encantar pela intimidade da senadora com o Governo Federal -, a maioria do eleitores catarinense tem boa memória.


Resta saber se em 2010, diante de tantos erros, alguém vai ser louco o suficiente para arriscar o pescoço e subir num palanque com Ideli Salvatti.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Insisto

Lina Vieira não me convence.

Primeiro porque é petista. Segundo, porque parece que armou um circo por muito pouco.

Explico: a hipótese de que um ministro interfira, sob quaquer pretexto, em investigações da Receita Federal é grave. Em países sérios. Não no Brasil.

Mesmo que ela pudesse provar - coisa que parece que não pode - a reunião e o pedido de Dilma, o resultado prático disso seria nulo.

Alguém lembra como terminou o episódio do caseiro Francenildo?

Pois é: deu em nada. O que significa que este outro caso vai dar em nada também. Ou melhor: vai dar munição para Dilma dizer que foi perseguida pela oposição - que vive a 'inventar' acusações que não podem ser comprovadas.

É por isso que, ontem, assistindo ao depoimento de Lina Vieira, não pude deixar de pensar que ela, como petista assumida que é, estava prestando um grande favor à candidatura de Dilma Roussef.

domingo, 16 de agosto de 2009

Outro sonho, outra burrada.

É claro que Marina Silva tem menos chances em 2010 do que Lula tinha em 1989. Mas é inegável que boa parte do articulismo nacional já se deslumbrou com a hipótese de sua candidatura. E quando o articulismo nacional se deslumbra com algo, podem apostar que vem muita água sob aquela pedra que - mais dia, menos dia - acaba furando.

Foi assim com Lula.

Deslumbrada com a hipótese de um "presidente-operário", a quase totalidade da imprensa nacional aderiu à causa sem se perguntar sobre a real ética por trás do discurso petista ou do quanto o tributarismo do partido aos métodos totalitários esquerdistas e o sindicalismo viciado do próprio Lula poderiam ser danosos para uma democracia recém conquistada. Nada disso. Fruto do esforço militante - mas também, em boa parte, do encantamento da imprensa nacional com a possibilidade de um operário ocupar a presidência -, passados treze anos desde sua primeira candidatura, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto.

Está acontecendo novamente. Agora, a figura a assanhar o imaginário do articulismo e da imprensa nacional é uma mulher, ecologista. Ela, é claro, tem origens humildes e uma história de superação pessoal. Estas coisas que são rastilho de pólvora nos corações de uma categoria profissional que não raro alimenta um certo sentimento de culpa por ser classe média em um país de grandes contrastes sociais - quando não tem, em casos mais extremos, por ápice de sua formação humanista ícones da auto-ajuda esquerdista como Leonardo Boff.

Como já vi que há articulistas respeitáveis entrando nessa, só posso recomendar cautela. Porque só falta a imprensa nacional , ou boa parte dela, que pariu Lula ao alimentar o seu capital simbólico enquanto "representante das massas operárias" e fechar os olhos para todo o resto - resto que, é bom lembrar, já mostrava a ponta do rabo nas prefeituras administradas, à época, pelo petismo - agora sustentar cegamente o mito da mulher de origem humilde, a menina que 'veio da selva', defensora ardorosa da natureza que 'não se deixou corromper pelo poder'.

Só falta a imprensa nacional incensar Marina Silva, tal qual incensou Lula uma vez, fechando os olhos para o seu autismo em relação à economia, seu apego a 'modos de produção" que não passam de utopias mal-acabadas e seu despreparo geral para ocupar a presidência de um país como o Brasil. Só falta a imprensa se fazer de cega, inclusive, para a obviedade de que Marina Silva seguiu no PT mesmo quando o discurso ético do partido se revelou o maior estelionato eleitoral que já se viu por essas terras - exatamente aquilo que a assemelha a um Pedro Simon, grudado há décadas em um PMDB que diz não reconhecer.

É provável que tal cruzada só venha a render frutos em quinze anos - talvez menos, considerando que as novas tecnologias de informação aceleram todos os processos. Mas dá medo. Porque o Brasil já perdeu tempo - e recursos - demais com aventuras utópicas. Não precisávamos de um operário fajuto, representante de uma ética do "não sei, não vi" tanto quanto não precisamos - hoje ou daqui a uma década - de uma ecochata filha da mesma ética.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Não durou um dia

Ela não tem testemunhas, chegou pela garagem, entrou sem identificação, conversou e foi embora.

Ainda assim, 'sem ter qualquer prova', resolveu acusar a ministra mais poderosa do governo Lula de ter lhe pedido um arrego em prol da Sarney's Family.

Quem pode acreditar em tamanha ingenuidade, burrice e incompetência?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eu não me iludo

Como funcionária pública, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, tinha a obrigação de denunciar o suposto pedido de Dilma Rousseff para que o órgão "agilizasse" as investigações contra José Sarney. E tinha a obrigação de fazê-lo em dezembro, tão logo a suposta reunião ocorreu. Mas, lá em dezembro, Lina preferiu ficar quieta. Denunciou o ocorrido somente agora - depois de ser demitida.

É claro que a postura da ex-secretária da Receita Federal não invalida a denúncia ou ameniza a gravidade do fato. Parece, contudo, colocar Lina Vieira na mesma posição de um Protógenes ou de um Silvinho Pereira surtado, que só falaram - melhor dizendo, 'ameaçaram falar', sem jamais fornecer dados suficientes - quando perceberam que estavam na frigideira. E este, meus amigos, é o tipo de situação da qual o governo Lula sabe sair sem maiores dificuldades. É só negociar.

domingo, 9 de agosto de 2009

Mais do que mil palavras

Saudades, Gringo.

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Em Tramandaí, aprendendo a pescar.

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No Carnaval, começando a namorar a mami.

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Nós quatro - eu no colo dele - em um Natal qualquer.

Fico devendo uma, com a camisa do Grêmio Esportivo Renner, pois as de futebol estão todas na casa da mãe.

Quem sabe no ano que vem?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O PMDB não brinca em serviço

O poder do PMDB se explica muito por aquele antigo ditado sobre o diabo: o partido não é safo porque é o PMDB - é safo porque é velho.

Por isso, quando leio que o presidente do Conselho de "Ética", senador Paulo Duque, já decidiu o que fazer a respeito dos 11 pedidos de investigação contra José Sarney - decisão que manterá em segredo até a reunião de amanhã - , não dou as favas por contadas.

Sim, eu sei, trata-se de Paulo Duque. Sim, eu sei, ele foi indicado ao cargo pela tropa de choque de José Sarney.

Mas, veja bem - nada é mais pemedebista que um "veja bem" - , o que está em jogo neste momento é a eleição de 2010.

A decisão de Paulo Duque, portanto, será no sentido de tentar minimizar o desgaste que o "Sarneygate" possa vir a causar ao partido no pleito do ano que vem.

O que afeta menos as aspirações do PMDB nas eleições de 2010? Sangrar Sarney em uma investigação promovida - e controlada - pelo próprio Senado ou deixar o barco correr sem que ninguém possa ter certeza de qual será a denúncia a estampar os jornais do dia seguinte?

Minha aposta: na tentativa de acalmar a opinião pública, o Conselho de "Ética" vai abrir algum processo contra Sarney. Depois, caso germine um processo de cassação, caberá a Lula, e ao próprio investigado, buscar os votos que possam absolver Sarney. O que, vamos combinar, não é difícil.