domingo, 31 de janeiro de 2010

Você votaria em Arres Ésoj para presidente?

Pois foi exatamente assim,  "ARRES ESÓJ -  BDSP"  que o nome de José Serra apareceu em uma das cartelas utilizadas pelo instituto Vox Populi na última pesquisa presidencial (esta mesma, cujo resultado os petistas estão a comemorar desde ontem).

Era a cartela que solicitava aos entrevistados que escolhesem o melhor de três: Marina Silva, Dilma Roussef ou "Arres Ésoj". Acho que nem preciso explicar porque Arres Ésoj, sujeito desconhecido de partido estranho e nome esquisito, acabou perdendo votos para as duas senhoras. 

A fraude foi descoberta pelo (sempre ele, né?)  Coronel. Clique aqui para saber de todos os detalhes.

De minha parte, faço apenas duas perguntas: qual o nome do funcionário do TSE que autorizou a pesquisa?  E, o mais importante,  o que o PSDB vai fazer a respeito?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quem liga para o que acontece em Brasília?

Noblat amanheu dizendo que "ninguém liga para o que aconteceu em Brasília". Justifica a conclusão a partir da falta de reações mais impactantes em relação ao mensalão do governo Arruda.

Não que Noblat esteja totalmente errado. De fato, se a maioria dos brasileiros ligasse para o que aconteceu em Brasília, Lula não teria sido reeleito em 2006. Nem Antônio Palocci, para citar apenas uma das muitas anomalias saídas das urnas, seria hoje Deputado Federal.

Mas tem, sim, uma minoria que se importa com o que ocorre na política nacional. E ela é um pouco maior que os "gatos pingados" apontados pelo Noblat em seu artigo. Com base nas pesquisas de opinião, dá quase para ser exato: cerca de 17% dos brasileiros ligam para o que acontece em Brasília. Os outros 83% acham que Lula é "o cara".

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como combater a incoerência?

O Brasil deve extraditar ainda hoje o uruguaio Manuel Cordero Piacentini.

Coronel da reserva, Piacentini é acusado de ter atuado na Operação Condor — movimento de repressão aos opositores das ditaduras militares do Cone Sul - e está com prisão decretada pela justiça uruguaia. Casado com uma brasileira, ele vive  no  Brasil desde 2005. Sua extradição foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em agosto de 2009.

Extradite-se, pois, o homem. Cometeu crimes? Foi julgado e condenado em seu país? Extradite-se!

Porém, que  ninguém esqueça: não houve, para Piacentini, celeuma jurídica ou diplomática. O governo brasileiro só evita extraditar terroristas de esquerda - gente como o italiano Cesare Battisti e o ex-padre colombiano Olivério Medina.

É claro que nada disso é novo. O tratamento desigual já ficou claro em outras oportunidades - quando da extradição, na calada da noite, dos pugilistas cubanos, por exemplo. Mas vale a lembrança. Principalmente porque ela deixa evidente, mais uma vez, a dificuldade em se fazer um combate discursivo coerente com Lula e turma.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Outra vez

Não acompanho mais novelas com assiduidade. Não por elitismo pedante ou algo do tipo. É falta de paciência,  principalmente com aqueles arcos narrativos intermináveis, e de tempo - já que leciono à noite. Prefiro seriados. Das novelas, fico com os primeiros e os  últimos capítulos. As do Manoel Carlos, então, que ultimamente mais parecem um compêndio de medicina, me mantém longe. Sou da opinião de que médicos, hospitais e exames são  inevitáveis - cedo ou tarde, todos nós enfrentaremos tais coisas, seja por problema nosso ou de algum familiar. E elas são pesadas o suficiente na vida real. Não preciso de uma dose diária deste tipo de drama.

Mas a mami está por aqui e é noveleira. Não está fácil escapar do dramalhão. Ontem, portanto, dei de cara com o merchandising do filme do Lula no meio da novela. Ok, a Globo tem mesmo por hábito promover peças e filmes nacionais em suas novelas. Só que  este não é um filme qualquer. É um filme sobre o atual presidente da República, exemplo inédito de culto a personalidade patrocinado com o dinheiro público, em pleno ano eleitoral. Filme que, a despeito de toda a badalação chapa branca, é um fracasso de bilheteria.

Acho que a  Globo, que amarga até hoje aquela vexatória edição do Jornal Nacional com a mãe de Lurian afirmando que o então candidato à presidência sugerira um aborto, deveria ter evitado a ação levada ao ar ontem à noite. Não foi, é claro, uma ação tão direta ou eficaz quanto aquela de 1989. Mas é igualmente lamentável.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010 Minimalista

Eu tinha pensado em fazer um post sobre resoluções para o novo ano. E tinha pensado em fazê-lo hoje mesmo. "Quem sabe", imaginei,  "listando as coisas no dia 4 -  e não no dia 1º, como manda a tradição -  elas não têm mais chance de sair do papel?"

Mas aí eu me dei conta de que não há muitas resoluções. Pelo menos, não tantas para gerar uma lista.

Ok, há uma determinação de continuar com o programa de condicionamento físico. Mas eu tenho sido disciplinada nos últimos meses e, para falar a verdade, minha determinação nesta área está tão bem que fazer qualquer referência a isso numa lista de resoluções pode até acabar melando tudo.

Também há um desejo - conseqüência direta dos primeiros resultados com o programa de condicionamento - de  praticar alguma arte marcial. Eu sempre pensei nisso. Houve um tempo que sonhei com esgrima. Mas acho que, aos 44, os joelhos não agüentariam. Andei lendo sobre  Krav Maga outro dia. Ainda não me informei, porém,  sobre possíveis limitações etárias. Quem sabe?

E, então,  me vem outra idéia. Não chega a ser um desejo (acho que não) porque só lembro disso quando assisto alguma coisa relacionada: dança de salão. Fiz ballet e jazz quando garota e acho que não teria maiores problemas com a dança de salão. A questão é que todas estas coisas - dança, Krav Maga, esgrima -  ficam longe da minha casa. E, talvez, a minha primeira resolução para 2010 deveria ser o abandono da implicância com tomar banho em academia. Detesto. Não é nojo. É preguiça de carregar todo o arsenal necessário associada à impossibilidade psicológica de abrir mão do arsenal.

Então, exceto por estes três desejos (ok, ok, dois  desejos e uma vaga idéia ) há apenas a vontade de continuar com saúde e alegria para trabalhar, amar e curtir a vida. Listinha minimalista, eu sei. Mas é assim que eu ando ultimamente.

"E na política?", quase posso ouvir o leitor mais assíduo perguntar.

Nesta área, nenhum desejo ou resolução, queridos. Não gosto de nada do que vejo por aí - o que me impede de desejar qualquer coisa. Há apenas uma determinação: de que nada do que eles - sejam gregos ou troianos - venham a aprontar me tire daquele eixo minimalista -  "alegria para trabalhar, amar e curtir a vida".

Sim, eu me afastei um pouco da blogosfera política no último ano. Foi por força do trabalho; nada planejado. Mas estou desconfiada que o afastamento não me fez mal. Continuar criticando, ok. Dar boas risadas, ok. Bater em petista para desopilar o fígado, ok. Mas perder o humor, o treino ou a minha série favorita por conta de todas essas coisas...  Sorry, não vai rolar.

Um 2010 maravilhoso para vocês também.