domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pesquisa eleitoral em fevereiro: quanto vale?

O quadro eleitoral em fevereiro de 2010
mostrava José Serra com boa vantagem.
Quanto vale uma pesquisa eleitoral quantitativa em fevereiro?

A imagem que abre este post mostra que vale nada. Números, a esta altura do campeonato, servem apenas  para mobilizar - e, com mais força, desmobilizar - a militância e simpatizantes. Não faltam exemplos: aquela tragédia chamada Fernando Collor tinha 7% das intenções de voto em março de 1989.

As únicas pesquisas que valem antes da campanha propriamente dita começar são as qualitativas, porque trazem impressões do eleitorado a respeito dos possíveis candidatos, e as quantitativas que avaliam a aprovação de governo. Ainda assim, vale dizer que estas últimas, as de aprovação de governo, estão sujeitas a uma rápida mutação tão logo a campanha de televisão entre no ar. Já vi acontecer inúmeras vezes.

Nada disso pode ser novidade para quem diz entender um pouco de política. E, ainda assim, vemos a oposição cair com freqüência no conto da pesquisa antecipada. Mal saem os índices e já começa o ranger de dentes seguido, o que é pior, de uma enxurrada de críticas a respeito do candidato, da comunicação da campanha, da postura do partido, etc e tal.

Na internet, onde os palpiteiros mal respiram antes de sair desmobilizando militância e simpatizantes por conta de uma informação que vale nada, a coisa toma uma proporção absurda. Sugiro que olhem  para o quadro eleitoral de fevereiro de 2010 e aceitem uma verdade simples: dar crédito a números neste momento é coisa de quem pouco ou nada entende de política.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cuidado: a guerra suja do PT já começou - e tem rato infiltrado na oposição

Como já foi amplamente noticiado, a demissão de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação da Presidência foi apenas a cereja do bolo de uma guerra interna do PT. O espólio desta guerra era o controle da comunicação do Governo Federal em ano de campanha – verbas publicitárias milionárias inclusas sim, mas, principalmente, o retorno de Franklin Martins ao círculo mais íntimo de conselheiros de Dilma.

Alguns detalhes desta guerra transbordaram, ao longo dos últimos dois meses, para a imprensa. Aqui e ali, pudemos ler que Franklin Martins, com o apoio de João Santana, batalhava duro por este retorno. E o episódio do post atacando Eduardo Campos, na página oficial do PT, tem sido apresentado como a gota d’água para que mudanças fossem feitas.

Não é exatamente assim. Antes de mais nada, Campos é, hoje, o candidato que menos ameaça o PT. O post em questão feriu mais as esperanças de uma aliança no segundo turno do que qualquer outra coisa. Depois, nos bastidores, se comenta que a vitória de Franklin se deve a algo muito mais estratégico: a cooptação de gente bastante ativa na internet que, nas campanhas anteriores, esteve nas fileiras da oposição.

A proposta de Franklin Martins teria sido, justamente, cooptar usuários independentes, originários da oposição, mas que estivessem demonstrando insatisfação com a candidatura de Aécio Neves – este sim, alvo das preocupações mais prementes de João Santana e, por tabela, de Dilma Rousseff.

A confirmar isto que, até o momento, parece ser apenas uma fofoca de bastidores, passaremos a ver gente que sempre se disse de oposição desferir golpes baixos contra Aécio Neves nas redes sociais.

Portanto, fique de olho. Quando vir um suposto oposicionista agredir ou ridicularizar o único candidato que tem chances reais de derrotar Dilma Rousseff, você pode estar diante de um rato imundo contratado por Franklin Martins.