segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ronaldo acertou. Agora só falta a oposição seguir com ele

Ronaldo Nazário deu uma entrevista para a edição de hoje do Jornal Valor Econômico, declarando apoio a Aécio Neves na eleição presidencial. Clique aqui para ler os principais trechos da entrevista.

É um apoio importante do ponto de vista eleitoral, sobretudo porque vem de alguém que acreditou que a Copa pudesse beneficiar o país e, agora, sentiu na pele que não vai ser assim. Alguém que, como integrante do Comitê Organizador Local, defendeu a realização do evento o quanto pôde, e, agora, se diz decepcionado com a realização da mesma.

Ao percorrer este caminho -  entre a alegria legítima de, como jogador de futebol, ver seu país sediar uma Copa e a decepção com o fato de que um projeto deste porte tenha se mostrado decepcionante por conta da incompetência governamental - Ronaldo tropeçou algumas vezes no discurso. Todo mundo sabe que sim.

Fecha o pano. E eu repito, para que fique bem claro: Ronaldo é um apoio importante sob o ponto de vista eleitoral. Exatamente o tipo de apoio que precisamos se quisermos derrotar o PT.

O PT sabe disso - e, por isso mesmo, move uma campanha para difamar Ronaldo nas redes. Mais do que previsível, a campanha petista contra Ronaldo teve início dias desses, quando ele postou em sua página do Facebook uma foto assistindo um jogo ao lado de Aécio Neves. Subiu o tom no sábado, quando ele falou da sua vergonha com a incapacidade governamental para realizar a Copa e deve crescer ainda mais agora, com esta declaração de apoio a Aécio Neves.

Mas o PT está fazendo o que sempre fez: tentando demolir todo e qualquer trunfo da oposição.

O que é incompreensível é que gente que se diz de oposição caia, feito pato tolo, na empreitada petista de demolição da imagem de Ronaldo. O que é inaceitável é que no momento em que Ronaldo - uma figura querida por muita gente que adora futebol e nada entende de política -  revela apoio ao único candidato da oposição gente, que se diz de oposição!, entre na onda petista de detonar a imagem do jogador.

Mais ainda: é de uma total burrice estratégica que gente, se diz de oposição!, esteja, neste momento, destacando os tropeços discursivos de Ronaldo na defesa da Copa ao invés de o apoiar seu legítimo direito de reconhecer um erro a anunciar um acerto.

Tem gente, eu bem sei,  que reclama, às vezes, quando eu uso termos como "burrice". Mas, vocês vão me desculpar: criticar Ronaldo, o Fenômeno, no momento em que ele abre o voto na oposição, é coisa de quem não quer ganhar eleição. Se não for má fé - ou até mesmo petismo enrustido - só pode ser burrice. Outro nome não há.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sem tempo de TV, sem voto novo e com imagem desgastada: Serra como vice pode colocar tudo a perder

Reza a lenda que, numa chapa presidencial, o bom vice é aquele que traz votos novos - ou seja, votos que o candidato e o partido não conquistariam sozinhos - e mais tempo de televisão. Se fizer tudo isso sem atrapalhar - leia-se, não querer aparecer mais do que o próprio candidato e cumprir, com alegria, o papel secundário de dar voz à coisas que não são interessantes saírem da boca do próprio candidato - o sujeito em questão torna-se o vice ideal.

José Serra não cumpre qualquer um destes requisitos. Daí o meu espanto com as inúmeras notícias surgidas, desde a última quinta-feira, sobre sua reaproximação com Aécio Neves - o que a imprensa paulista interpreta como um sinal de que o mineiro estaria inclinado a ceder às pressões de Serra ainda que esta mesma imprensa tenha o cuidado de fazer de conta que não existe qualquer pressão vinda do próprio Serra.

Só para deixar claro: existe pressão, sim. Não existia em maio de 2013, quando a aprovação de Dilma estava nas alturas e Aécio foi eleito presidente do partido. Passou e existir em junho de 2013, quando a aprovação de Dilma caiu ao sabor das manifestações populares. Sumiu novamente no final do ano, quando Dilma deu sinais que que voltava a se recuperar - com direito, inclusive, a post de José Serra no Facebok, dizendo que o candidato era Aécio. E volta a existir agora, claro, quando todas as pesquisas confirmam a queda de Dilma e crescimento de Aécio Neves. Serra só vai na boa. Desiste ou insiste na proximidade com o pleito presidencial conforme são maiores ou menores a chances de vitória por parte do PSDB.

E quando eu digo que José Serra não cumpre qualquer um dos requisitos para ser um bom vice na chapa tucana não é porque ele não tenha todas as condições para ser um bom vice-presidente da República. É porque do ponto de vista eleitoral Serra vai atrapalhar mais do que ajudar. Exatamente como aconteceu nas duas vezes em que foi candidato à presidente, Serra teria todas as condições de governar bem, mas poucas - ou nenhuma - de ganhar uma eleição. E precisaria de muita sorte - luxo com o qual não se pode contar numa campanha que será, no mínimo, muito difícil - para não atrapalhar a trajetória de Aécio.

A acomodação política no PSDB paulista
Tenho uma opinião muito particular sobre esta crença de que é preciso um paulista na chapa para garantir a mais do que necessária adesão do PSDB de São Paulo à campanha presidencial. Por uma questão muito simples: se os tucanos paulistas não abraçarem  a campanha presidencial com todo o empenho, arriscam perder a estadual. Para se reeleger, Geraldo Alckmin vai precisar muito de um palanque presidencial no segundo turno. E se os tucanos da terra da garoa ainda não se deram conta disso, seria bom que eles caíssem na real o quanto antes.

Novo votos
É improvável que José Serra traga novos votos. O mais certo é que os votos de Serra, ou o que deles sobrou depois da derrota para Haddad  - votos de oposição ao PT, portanto -,  virão automaticamente para Aécio Neves. Outro votos - aqueles de quem preferiu Dilma em 2010, por exemplo - são mais improváveis ainda. Se Aécio conquistar votos que foram de Dilma em 2010, irá fazê-lo porque representa uma proposta nova - argumento que o tucano perde no momento em que colocar Serra ao seu lado.

Fadiga da imagem
Já tratei algumas vezes deste tema por aqui. A eleição de 2010 foi um exemplo pródigo do quanto José Serra sofre um problema parecido com aquele que atinge os Amin - Esperidião e Ângela -  em Santa Catarina: infelizmente, ele aparece bem cotado nas pesquisas até que coloca a cara na televisão. Seu nome tem bom recall porque foi candidato muitas vezes e fez bons governos. Mas tão logo as pessoas o vêem, são acometidas pela sensação de que o tempo dele já passou. Isto explica, em parte,  porque Serra tinha 45% das intenções de voto no início de 2010 e foi perdendo pontos na mesma medida em que aumentava sua exposição na televisão. Também ajuda a entender porque ele perdeu para Fernando Haddad - um poste com cara de novidade - em 2012.

Por isso eu espero que Aécio Neves e quem o assessora  não cometam o erro de se fiar em pesquisas quantitativas para escolher Serra como vice. Façam, por favor, uma qualitativa: gravem vídeos de Serra e Aécio e submetam a um focus group antes de decidir qualquer coisa. É assim que se mede o benefício - ou o estrago - que um vice pode fazer na imagem de um candidato.

A campanha de Aécio Neves vai muito bem até aqui. Está crescendo aos poucos, mas de forma sólida - evolução confirmada por todas as pesquisas realizadas nas últimas semanas - ao mesmo tempo em que Dilma dá sinais de fraqueza. Não, não vai ser uma campanha fácil. Mas, em 12 anos, é a primeira vez que as chances para uma vitória da oposição se mostram realmente concretas. Escolher um vice mais ou menos pode não ajudar. Mas escolher o vice errado pode colocar tudo a perder.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A tendência é de mudança. E Aécio já desponta como o grande adversário do PT

Já afirmei aqui, algumas vezes, que a esta altura do campeonato, os números das pesquisas eleitorais quantitativas não tem grande importância. São, de fato, como avisa aquele velho chavão, um "retrato do momento" - sujeito a alterações, principalmente quando iniciar a campanha de televisão.

Por ora, o que realmente importa são as tendências que se apresentam. Principalmente quando elas são confirmadas por diferentes institutos, ainda que os números variem. Mais especialmente, quando tais tendências se mantém ao longo de três ou mais séries, fornecendo a chamada "curva". Como eu já disse outro dia, acho que no Twitter, neste momento, número é nada e curva é tudo.

E se curva é tudo, o que temos visto nas últimas semanas é uma sucessão de pesquisas que evidenciam Dilma em queda e Aécio em crescimento. Não apenas nas pesquisas nacionais, como as últimas publicadas por IBOPE e Sensus, mas especialmente naquelas realizadas nos estados.

 Em diversos estados, vemos Aécio Neves empatar com Dilma ou ultrapassá-la. No Distrito Federal, Aécio apareceu com 22,9% das intenções de voto, contra 21,7% de Dilma. Em Santa Catarina, a última pesquisa apresentou empate técnico: Dilma com 33% e Aécio com 28,1%. A mesma situação no Mato Grosso, onde ambos apresentam 26,1% das intenções de votos. Já no Espírito Santo, Dilma tem 23,1% e Aécio 22,5%.

Realizadas por diferentes institutos, com métodos também diferentes, o que as pesquisas quantitativas - tanto as nacionais, quanto as estaduais - estão mostrando é uma forte tendência de mudança. No momento, pouco importam os números. O que importa é a confirmação, ou não, das tendências. E, por ora, elas mostram que Dilma está em queda. E que Aécio Neves já desponta como o principal adversário da petista para o pleito de outubro.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Diga o que ele já fez e eu lhe direi o que ele pode fazer

Matéria lá do site da Revista Época, aponta uma obviedade: quem quiser saber o que um pré-candidato à presidência vai fazer pela educação - ou por qualquer outra área vital - só precisa ver o que ele fez quando teve oportunidade.
É o caso de Aécio Neves e o excelente trabalho que ele fez em Minas. 


A Dona de Casa Márcia Cruz e seu filho Bernardo, na Escola Estadual Duque de Caxias, em Belo Horizonte.
Eles estão satisfeitos com a qualidade do ensino público. (Foto: Marcus Desimoni/Nitro)

"Adotado nos anos iniciais do fundamental em 2007, o PIP é um sistema de apoio ao desenvolvimento de alunos e professores, com base nos resultados do Ideb e principalmente do Proalfa – exame aplicado só em Minas Gerais que avalia a capacidade de escrita, leitura e compreen­são de texto de alunos do 3º ano do fundamental nas escolas estaduais. Os resultados são expressivos. De 2006 a 2013, o índice de alunos no nível recomendável de alfabetização e compreensão de texto nas escolas estaduais quase dobrou, de 48,6% para 92,3% do total."

Clique aqui para ler a matéria na íntegra: Como Minas Gerais Conseguiu a melhor educação básica do país.